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sábado, 16 de fevereiro de 2013

Relação Professor-aluno

Recentemente um novo olhar foi lançado para as práticas pedagógicas. A preocupação que se tinha com "o que ensinar" (os conteúdos das disciplinas), começa a ser dividida com o "como ensinar" (a forma de, as maneiras, os modos). Será que essa mudança de paradigma já adentrou os portões das escolas? O resultado de três pesquisas recentes (Tassoni, 2000; Silva, 2001 e Negro, 2001) confirmaram e enfatizaram o papel da afetividade que permeia as relações professor-aluno sob a aprendizagem dos alunos.
Tassoni (2001) desenvolveu sua pesquisa em três classes de uma escola particular, na qual utilizou da técnica da autoscopia, que contou primeiramente com gravação de imagens em vídeo e interpretação das imagens pelos alunos, que faziam a confrontação da situação gravada e vivenciada na relação com seus professores em sala de aula. Em outra etapa, as professoras das salas foram entrevistadas. Com o resultado dessa pesquisa, percebeu-se que a afetividade manifestava-se por meio da postura e dos conteúdos verbais e se comprovou que o comportamento do educador em sala de aula revela aos educandos suas intenções, valores e sentimentos em relação a sua profissão; desejos e emoções que os afetam individualmente. A manutenção do contato corporal como forma de carinho, falar da capacidade do aluno, elogiar o seu trabalho, reconhecer seu esforço, constituem formas cognitivas de vinculação afetiva.
Dantas (1993, p.75), citado por Tassoni e Leite (2001), apresenta outro fator que não pode ser desconsiderado na relação professor-aluno: o das transformações pelas quais passam a afetividade humana, conforme a criança cresce e se desenvolve. “Com o advento da função simbólica que garante formas de preservação dos objetos ausentes, a afetividade se enriquece com novos canais de expressão. Não mais restrita à trocas dos corpos, ela agora pode ser nutrida através de todas as possibilidades de expressão que servem também à atividade cognitiva.” A conclusão da pesquisa corrobora com o nossa teoria porque demonstrou que a afetividade não se limita apenas às manifestações de carinho físico e de elogios superficiais. Alunos dos anos finais, por exemplo, têm outras exigências afetivas. Dantas (1993), citado por Tassoni (2001), afirma: “As manifestações epidérmicas se fazem substituir por outras, de natureza cognitiva, tais como respeito e reciprocidade”(p. 75). Um dado importante na pesquisa de Tassoni observou que as professoras que participaram da pesquisa tinham a preocupação de trabalhar a ansiedade e a insegurança dos alunos, sentimentos que influenciam sua aprendizagem de forma negativa. Havia nessa escola um planejamento de ações concretas para amenizar os efeitos desses sentimentos. As professoras procuravam tranquilizar as crianças, o que favorecia a aprendizagem. De acordo com Morais (1988), angústia, depressão e ansiedade diminuem a eficiência da aprendizagem; os estados depressivos impedem a criança de se envolver no processo educacional. Da mesma forma, a ansiedade da criança em relação ao processo de ensino pode causar dificuldades no aprendizado, pois o estado permanente de tensão não lhe permite prestar atenção e participar das aulas.
A análise da postura das professoras revelou que a proximidade e a acolhida física proporcionada aos alunos nos momentos de necessidade estabeleciam entre os protagonistas uma cumplicidade no processo de aprendizagem. O fato de se aproximarem dos alunos e auxiliá-los na execução das atividades era visto pelos alunos como fator de encorajamento, algo primordial para que não desistissem de realizar uma proposta diante do primeiro obstáculo. Os alunos tinham em média seis anos. Nessa fase, a exigência afetiva estava centrada na aproximação física. A proximidade física da professora trazia para os alunos: tranquilidade, encorajamento, segurança e confiança. O aluno, sentindo-se encorajado e capaz, realizava a atividade proposta com êxito; portanto, a postura corporal representou a maior parte da atividade afetiva ocorrida nessas salas de aula. Por outro lado, o incentivo e o apoio (conteúdo verbal) dado pelas professoras durante a execução das atividades também foram muito destacados e valorizados pelos alunos durante as confrontações. Esse dado revela que a preocupação das professoras era com a realização das atividades e não apenas com o resultado final e essa prática era bem vista e reconhecida pelos alunos.
Nessa perspectiva, o que se propõe é que a sala de aula seja um espaço propício para o diálogo, manifestações de respeito, solução de conflitos, estabelecimento de laços de confiança. Enfim, um lugar onde o aluno sinta que o professor se importa com ele, que presta atenção ao que fala e faz; não para criticá-lo, mas para ajudá-lo em suas dificuldades e problemas.

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

A contribuição do designer instrucional na inclusão de pessoas com deficiência em cursos virtuais



Inicialmente é necessário compreender o termo acessibilidade. Para isso, recorre-se às autoras Amanda Meincke Melo e M. Cecília C. Baranauskas que definem: “A acessibilidade na web, ou rede mundial de computadores, diz respeito a viabilizar que qualquer pessoa, usando qualquer tecnologia adequada à navegação web esteja apta a visitar qualquer site, obtenha a informação oferecida e interaja com o site”.
Continuando, as autoras afirmam ainda que para tornar isso possível, os criadores de páginas e sistemas web, assim como seus mantenedores, devem estar atentos não somente às recomendações de acessibilidade do World Wide Web Consortium-W3C, mas também às diferentes características dos usuários desses sistemas, às tecnologias de acesso à informação e interação que utilizam e à influência do ambiente físico sobre a interação do usuário com o computador.
Nas últimas décadas, as tecnologias da informação e comunicação (TIC’s) trouxeram mudanças significativas para a sociedade, proporcionando novas formas de linguagem e de acesso ao conhecimento. No caso específico da EaD, podemos perceber aspectos positivos que podem amenizar diversos entraves que observamos na modalidade presencial, como a questão da locomoção e a rigidez do horário. Participando de um curso on-line, o aluno não precisará se locomover com frequência de um lugar para outro e ainda contará com uma maior flexibilidade de horários para realização das atividades. Além disso, existe o aspecto didático-pedagógico, ou seja, a forma como o acesso à aprendizagem pode ser facilitada ao usuário. Neste sentido, o papel do Designer Instrucional (DI) tem significado relevante; pois cabe a ele preparar o material didático e selecionar softwares, que facilitem e garantam o acesso à aprendizagem.
Para isso, é importante que o DI não pré-determine os limites de um futuro aluno com deficiência; pois cabe a ele oferecer a infraestrutura necessária para que as PNE’s atuem no ambiente de aprendizagem em igualdade de condições. Por isso, após o levantamento das características do público-alvo e identificação de suas necessidades, para se garantir o pleno acesso e a participação de todos ao curso, caberá ao DI e sua equipe, em especial ao Web Designer, iniciarem o processo de design de práticas e situações que contemplem questões de acessibilidade.
Para que todas as pessoas, em sua multiplicidade e diversidade, atuem em igualdade de condições no ambiente virtual de aprendizagem (AVA), o Designer deve apropriar-se de todos os recursos disponíveis capazes de atender todas as necessidades dos cursistas portadores de necessidades educacionais especiais. Neste sentido, os desafios do DI e de sua equipe são grandes, pois todos precisam ter bons conhecimentos sobre as diferentes tecnologias assistivas, ter competência para saber combiná-las e integrá-las à interface do curso; tendo o cuidado para não padronizá-las, mas utilizá-las de forma personalizada ao seu público-alvo.
Pensar a contribuição do designer instrucional na inclusão de pessoas com deficiência em cursos virtuais, “implica primeiramente em reconhecer a multiplicidade e diversidade de usuários e contextos no processo de design e desenvolvimento de sistemas de informação em geral e suas interfaces em particular” (MELO & BARANAUSKAS, p.12).
As tecnologias assistivas têm como objetivo proporcionar à pessoa com deficiência maior independência, melhor qualidade de vida e inclusão social, através da ampliação das possibilidades de sua comunicação, de mobilidade, desenvoltura do seu aprendizado, acesso ao mercado de trabalho e consequentemente sua inclusão social.
As ofertas de recursos são muitas, alguns são gratuitos e outros necessitam de investimento financeiro por parte do usuário e do desenvolvedor. Um recurso bastante interessante é o autodescrição, capaz de transformar o visual em verbal. Como exemplos, as informações contidas em gráficos, são verbalizadas para um aluno com deficiência visual e há ainda recursos e ferramentas como lentes de aumento para os alunos com baixa visão. Já para um portador de deficiência auditiva, existem softwares tais como: Narrador; Motrix; DOSVOX e Jaws entre outros facilitadores da interação e comunicação entre ser humano e máquina. Outro recurso importante é o closed caption bastante difundido sendo usado em televisão e em vídeos na web.
Nos cursos de treinamento desenvolvidos por alunos do Curso de Designer Instrucional, pela UNIFEI, do polo de Bragança Paulista, muitos recursos podem ser utilizados para atender a diferentes necessidades, tais como: Headmouse, Teclado Virtual, Motrix, Liane TTs, Close Caption, Zoom Text 9.0, Lente de Aumento, Narrator, DosVox, Jaws, On-Screen Keyboard, Virtual Vision, Zac Browser, Linhas e Impressoras em Braille, Ponteiras de cabeça, Dispositivos apontadores alternativos, Teclados alternativos, Leitores de telas, etc.. No entanto, é bom ressaltar que para uma PNE realizar um curso no ambiente TelEduc, ela necessitará de recursos de acessibilidade externos, porque esse ambiente não possui recursos próprios, portanto, o aluno deverá receber suporte da instituição para configurar o seu computador com softwares e aplicativos que possibilitem o seu acesso e participação plena ao curso.
Portanto, é também de responsabilidade do DI criar um canal de comunicação simples e ágil entre o aluno e o suporte para auxiliá-lo em suas dúvidas e dificuldades de navegação. Possibilitando assim, que a acessibilidade aconteça e as PNEs tenham o acesso ao conhecimento de maneira irrestrita; o direito à Educação, ao desenvolvimento como ser humano e à inclusão social garantidos.


Referências bibliográficas

MELO Amanda Meincke & BARANAUSKAS, M. Cecília C.. Design para a Inclusão: Desafios e Proposta. Anais do IHC 2006 – 19-22 de Novembro, Natal, RN, Brasil

MELO Amanda Meincke. Acessibilidade na web. In: PUPO, Deise Tallarico; MELO,
Amanda Meincke; FERRÉS, Sofia Pérez. Acessibilidade: discurso e prática no cotidiano das Bibliotecas. São Paulo: Unicamp, 2006.

SINOPSE DO FILME: Como Estrelas na Terra: Toda Criança é Especial
Tipo de deficiência: Dislexia
Como estrelas na Terra: Toda Criança é Especial (Taare Zameen Par) é um filme indiano da produção de Bollywood e conta a história comovente de um menino de oito anos, Ishaan. Vítima de humilhações e opressão e qualificado como engraçadinho, sem-vergonha, preguiçoso e indisciplinado, por seus professores e pais, que desconhecem o fato de ser portador de Dislexia.
Encaminhado para um colégio interno, onde tem a felicidade de encontrar o competente professor, Ram Shankar, que percebeu que Ishaan estava profundamente deprimido, identificou a causa de seus problemas de aprendizagem e pôs em prática um plano para resgatar o pequeno aluno.
Esse filme é uma verdadeira obra prima do ator e produtor Aamir Khan.
O educador preocupado com a Educação Inclusiva, o encontrará disponível gratuitamente na internet.


Por: Francisca P. Martins

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