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Resenha crítica

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 Proposta: leitura do texto Ana e Mia de Léo Cunha para produção de uma resenha crítica.

Queridas amigas, o que seria de mim sem vocês? Com quem eu conversaria aqui em casa, no prédio, na escola? Todas as garotas da turma só sabem repetir uma coisa: que estou fazendo mal à saúde, que não posso continuar assim, que vou acabar com a minha vida. Mas o que elas sabem da minha vida?
   Quando as pessoas me olham, eu sei que é pra me julgar, pra ter dó, pra apontar o dedo, rir baixinho pelas costas e agradecer a Deus por não serem assim.
   Ninguém entende o que eu vejo quando me olho no espelho. Ah, se eu pudesse arrancaria todos os espelhos da casa, do elevador, do prédio, da escola! Mas como não dá, fecho os olhos diante deles, feito uma vampira amedrontada com o próprio reflexo.
   Ninguém sente o que eu sinto quando olho minhas fotos. Graças a Deus sobraram poucas, agora que já rasguei quase todas, para desespero da minha mãe. Outro dia pedi emprestado um álbum da Tatiana e roubei todas as fotos onde eu aparecia. A Tati ficou pê da vida comigo, mas fazer o quê? Semana que vem vou pedir emprestado um álbum da Ju e aí vou fazer a mesma coisa.
   Ninguém imagina o pavor que eu tenho da minha própria sombra. Nenhum fantasma me assusta, nenhum espírito me atormenta, mas que o medo da minha sombra me provoca! Mal posso olhar para ela, roliça, pesada, disforme, desengonçada, deselegante, como eu. Respondam, amigas: por que não posso ser como o Peter Pan, que perdeu a sombra? Por que não posso ser transparente?
   Quando a gente se encontra na casa da Ju, ou da Tati, as meninas ficam se admirando no espelho, comentam como estão mudando, ficando adolescentes, virando moças. Todas radiantes. Menos eu, é claro. Não acredito que alguém possa sorrir para o espelho, feito elas. Passar meses sem pisar na balança, feito a Ju. Ela me olha com aquele jeito de pena e diz: “Mas você é muito mais magra do que eu!” Será mesmo? Às vezes nem sei mais no que eu acredito.
   Semana passada, na casa da Ju, eu espiei disfarçado a calça jeans dela e vi que a bandida é tamanho 38. Como pode, se a minha é 36? Será que ela trocou a etiqueta, só pra me enganar? Será que estão todos me enganando? Será um complô pra eu não emagrecer? Pra nunca me verem esbelta?
   E os garotos? Estes são piores ainda. Antigamente vários me paqueravam, me olhavam de cima a baixo, sorriam pra mim. O Lucas, mesmo, vivia me mandando bilhetinhos, chamando pra sair, pra ir no cinema. Dizia que eu era linda, queria me namorar de qualquer jeito. Ainda bem que eu resisti, porque a esta altura do campeonato ele já teria terminado comigo. É, porque agora ele nem olha mais pra mim. Também, gorda desse jeito… que menino vai querer me paquerar?
   É por isso que eu não posso bobear, não posso maneirar na dieta, tenho que controlar cada caloria, cada gordurinha. Absolutamente tudo. Hoje eu entendo perfeitamente que a comida é minha inimiga. Inimiga, sim!   De que mais eu poderia chamar? Ela nunca me põe pra cima, nunca me alivia, nunca me consola, feito vocês. Ela faz de tudo pra chamar minha atenção, pra desviar meus pensamentos de coisas boas. Mas eu garanto a vocês: ela não vai me derrubar, ah, mas não vai mesmo! Sempre que eu fraquejo, perco o controle, cometo qualquer abuso, logo, logo dou um jeito de compensar.  Mas sabem de uma coisa, amigas? Tenho certeza de que o corpo se acostuma com tudo. Cada vez menos calorias, cada vez mais ginástica, uma pequena vitória a cada dia. Até que finalmente, tenho certeza,meu corpo vai aprender a não sentir falta da comida.
   No fundo, a culpa não é minha, a culpa é desse mundo. É ele que me persegue, que me tortura, que me embrulha o estômago, que me faz vomitar. Se o mundo fosse outro, quem sabe eu não precisaria fugir das fotos, da sombra, dos espelhos?
   Se o mundo fosse outro eu não teria que ouvir estas palavras de nojo: anoréxica! bulímica! Eles não têm vergonha de lançar tanto desprezo sobre o meu corpo e minha alma?
   Anorexia, Bulimia. Se eles apenas conhecessem vocês duas como eu conheço, se conhecessem seus segredos, sua intimidade, seus apelidos… Sempre tenho vocês, Ana e Mia, para desabafar.
CUNHA, Léo. Crônicas Soltas. Disponível em: http://www.cartacapital.com.br/carta-fundamental-arquivo/ana-e-mia



ROTEIRO PARA PRODUÇÃO DE UMA RESENHA CRÍTICA

A RESENHA é um texto que expressa a opinião do resenhista sobre uma determinada obra analisada (livro, filme, peça teatral etc), por meio de uma síntese, mesclada com descrições,  comentários e análise crítica da obra. É preciso equilibrar no texto esses pontos sobre a obra para se conseguir a resenha ideal. No caso da resenha de um livro é importante que durante a leitura o resenhista a medida que faz a leitura, vá fazendo anotações que servirão de apoio para produção da resenha.

Antes de produzir sua resenha, tenha um roteiro de perguntas em mente: 

1. Como a história está organizada? Tem capítulos? Quantos? 

2. Quais são as informações bibliográficas do livro (autor, ilustrador, editora, edição, número de capítulos, de páginas, coleção…) 

3. Há ilustrações? Avalie as ilustrações.

4. Como o autor apresenta seus personagens? Quem são eles? Qual a importância deles para o desenvolvimento do enredo da história? 

5. Qual o assunto do livro? Desperta o interesse do leitor? De que forma? 

6. Que parte da história destacaria e recontaria para despertar o interesse pela leitura do livro? Reconte. 

7. Para qual público é indicada a leitura deste livro? 

8. É preciso conhecimentos específicos para entender o que o autor quer comunicar?

9. Que tipo de linguagem é utilizada pelo autor? Está adequada ao público jovem? 

10. Qual a sua opinião sobre a obra que leu? Recomendaria a leitura para outros adolescentes e jovens? 

As respostas para essas perguntas podem ser usadas na introdução, no desenvolvimento ou conclusão da resenha crítica. 

 O que é  e o que precisamos saber para escrever uma Resenha?


Como um gênero textual, uma resenha nada mais é do que um texto em forma de síntese que expressa a opinião do autor sobre um determinado fato cultural, que pode ser um livro, um filme, peças teatrais, exposições, shows etc.

Como uma síntese, a resenha deve ir direto ao ponto, mesclando momentos de pura descrição com momentos de crítica direta. O resenhista que conseguir equilibrar perfeitamente esses dois pontos terá escrito a resenha ideal.

No entanto, sendo um gênero necessariamente breve, é perigoso recorrermos ao erro de sermos superficiais demais. Nosso texto precisa mostrar ao leitor as principais características do fato cultural, sejam elas boas ou ruins, mas sem esquecer de argumentar em determinados pontos e nunca usar expressões como “Eu gostei” ou “Eu não gostei”.

Tipos de Resenha

Na resenha acadêmica crítica, os oito passos a seguir formam um guia ideal para uma produção completa:

1.Identifique a obra: coloque os dados bibliográficos essenciais do livro ou artigo que você vai resenhar;

2.Apresente a obra: situe o leitor descrevendo em poucas linhas todo o conteúdo do texto a ser resenhado;

3.Descreva a estrutura: fale sobre a divisão em capítulos, em seções, sobre o foco narrativo ou até, de forma sutil, o número de páginas do texto completo;

4.Descreva o conteúdo: Aqui sim, utilize de 3 a 5 parágrafos para resumir claramente o texto resenhado;

5.Analise de forma crítica: Nessa parte, e apenas nessa parte, você vai dar sua opinião. Argumente baseando-se em teorias de outros autores, fazendo comparações ou até mesmo utilizando-se de explicações que foram dadas em aula. É difícil encontrarmos resenhas que utilizam mais de 3 parágrafos para isso, porém não há um limite estabelecido. Dê asas ao seu senso crítico.

6.Recomende a obra: Você já leu, já resumiu e já deu sua opinião, agora é hora de analisar para quem o texto realmente é útil (se for útil para alguém). Utilize elementos sociais ou pedagógicos, baseie-se na idade, na escolaridade, na renda etc.

7.Identifique o autor: Cuidado! Aqui você fala quem é o autor da obra que foi resenhada e não do autor da resenha (no caso, você). Fale brevemente da vida e de algumas outras obras do escritor ou pesquisador.

8.Assine e identifique-se: Agora sim. No último parágrafo você escreve seu nome e fala algo como “Acadêmico do Curso de Letras da Universidade de Caxias do Sul (UCS)”

As resenhas são ainda, além de um ótimo guia para os apreciadores da arte em geral, uma ferramenta essencial para acadêmicos que precisam selecionar quantidades enormes de conteúdo em um tempo relativamente pequeno.

Agora é questão de colocar a mão na massa e começar a produzir suas próprias resenhas!


Fonte:http://www.lendo.org/como-fazer-uma-resenha/

Outro material de apoio para produção de uma resenha de livro você encontra em:



 MODELO DE RESENHA CRÍTICA





COSTA, Wagner. Quando meu pai perdeu o emprego.23.ed.São Paulo: Moderna, 1993

WAGNER COSTA é jornalista, autor de contos, de peças de teatro como Cena Aberta, De amor e verdade, De verdade e amor e do livro QUANDO MEU PAI PERDEU O EMPREGO. Costa diz que escreve porque acredita naquilo que acontece quando a palavra chega e se aninha no coração e na consciência das pessoas.
Obra destinada a um público jovem, o livro aborda o tema desemprego, um grave problema social que aflige tantas famílias no país.
A gíria é a linguagem utilizada pelo narrador-personagem, Pepê, o que aproxima texto e leitor e faz tudo parecer mais real. Ficção e realidade se confundem, já que a história narrada é bem parecida com a vida de muitos adolescentes que, como Pepê, têm que dividir o tempo entre o trabalho e o estudo, para ajudarem na renda familiar.
Pepê, Betão, Ju e Caró, antes da tempestade do desemprego chegar, moravam numa boa casa, estudavam em escola particular, tinham tudo do bom e do melhor, gozavam ,por assim dizer, de uma vida cheia de mordomias. O pai era liberal e dava de tudo o que os filhos queriam, sem exigir nada em troca, nem responsabilidade. Mas, de um dia para o outro, tudo mudou. O pai ficou desempregado e ainda perdeu toda a reserva de dinheiro num negócio que não dera certo. E agora? Como enfrentarão o problema?
As coisas na vida da família ficam complicadas, os pais não se entendem e passam a viver no maior bate-boca. O desespero toma conta de todos. De um lado, o pai totalmente perdido, deprimido e desesperado, sem saber o que fazer para reverter a situação e de outro; os filhos sem entender o que se passava, por não conhecerem a verdade. É nesse clima de tensão, conflitos e tristezas que chega o avô das crianças, o Capitão Esperança.
Capitão Esperança é quem ajuda a família nas horas difíceis e com um jeitinho todo especial explica para as crianças que não é vergonha ter o pai desempregado. É ele quem cria a Nave Azul e todos da família passam a ser os tripulantes. É emocionante! Nenhum adolescente pode ficar sem ler esse livro que encerra capítulos como, Beto, Betão e outros.
O autor consegue retratar em 60 páginas quais são as dificuldades enfrentadas por um desempregado e sua família: angústia, revoltas e conflitos, que podem levar ao desespero ou a solidariedade. E, quando aponta soluções para os problemas, acaba indiretamente orientando os leitores que não estão livres de passarem por uma situação semelhante, uma vez que o Brasil é o 4º país do mundo em desemprego.
É de fato uma obra excelente, realista e comovente, capaz de levar à reflexão e quem ainda não foi vítima do desemprego entenderá que não adianta revoltar-se como fez Betão, é preciso se pôr na luta como Pepê e todos os outros da família. Enfrentar a situação juntos “ na base do um por todos e todos por um”(pág.09), como disse o Capitão Esperança em sua mensagem aos tripulantes na Nave Azul.
Compre nas melhores livrarias ou empreste o livro na sala de leitura de sua escola e boa leitura.

Modelo de resenha crítica. Criado pela professora Francisca P. Martins, em 1.999.

Veja a resenha em formato de vídeo:

Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=3Fg6gmRQo_I

Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=Gw52fu07se4



Resenha do livro:         E-mãe a internet me aprontou uma




Tânia Alexandre Martinelli, além de lecionar Português na rede municipal da sua cidade de origem, é escritora e já escreveu livros infanto-juvenis como Violeta e o livro E-mãe a internet me aprontou uma.

O livro E-mãe a internet me aprontou uma, aborda o tema o divórcio entre casais , esse é um tema importante, já que muitos filhos não aceitam essa situação e a separação está se tornando cada vez mais comum. A linguagem do livro é fácil de entender e objetiva. O livro é narrado por Ana, a personagem principal da história, que faz a história se tornar mais interessante para o leitor.

João é o pai de Ana que estava separado da mãe dela e havia conhecido pela internet Marina. Desde então, começou a desordem, já que Ana não aceitava Marina. E agora? Como ficará o relacionamento entre pai e filha?

Há um momento no livro em que Ana, a personagem central da história, não aceita o fato de seu pai ter uma nova mulher. Ana é tida como egoísta pelo seu pai ,avó e sua mãe.

Ana e seu pai vão passar um fim de semana em São Paulo, na casa de Marina. É nesse momento,que Ana percebe que está sendo um pouco egoísta mesmo e começa a aceitar Marina.

É incrível! Quando você lê um capítulo, quer ler outro para saber o que vai acontecer, o livro tem 94 páginas de pura emoção, reflexão e no final , muita amizade e amor.

Realmente esse livro me surpreendeu, pois quando peguei para ler não dava nada para ele, depois que eu li, achei muito bem escrito, porque o enredo é fácil de entender, portanto, recomendo a leitura a todos os jovens que passaram por essa situação e os que ainda não passaram.

Texto produzido em 2010 pelo aluno Vitor, 8ºB

Outros modelos de resenha você pode encontrar em:



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