Métodos Contraceptivos
ATENÇÃO: NENHUM MÉTODO CONTRACEPTIVO É 100% EFICAZ
Existem vários métodos contraceptivos disponíveis.
Junto com seu médico, você poderá escolher aquele que melhor se adapte ao seu corpo e as suas necessidades.
Para os garotos existe somente a camisinha, porém ela é extremamente importante, pois atualmente é o único método disponível também para a prevenção das doenças sexualmente transmissíveis e, portanto, deverá ser usada em toda relação sexual.
As garotas têm uma variedade maior de opções.
Métodos naturais
Os métodos naturais, como a Tabelinha, o Método do Muco Cervical, a Temperatura Basal e o Método Sintotérmico, são aqueles que se baseiam na identificação do período fértil, onde o casal deverá evitar ter relações sexuais.
A Tabelinha consiste em identificar os dias férteis da mulher, onde existe maior risco de gravidez e então o casal evita ter relações sexuais neste período.
No Método do Muco Cervical, a mulher identifica a saída de muco claro, transparente e elástico pela vagina, o que indica que ela está fértil, neste caso, o casal evita relações sexuais enquanto houver presença de muco com estas características.
A temperatura basal está baseada na elevação da temperatura da mulher, após a ovulação, o casal que utiliza este método evita as relações sexuais desde o primeiro dia da menstruação até 3 dias após a elevação da temperatura basal.
O sintotérmico nada mais é do que a associação de informações da tabelinha com a identificação do muco cervical e a confirmação da elevação da temperatura basal dando para o casal a informação de que a mulher está fértil e então as relações devem ser evitadas se o objetivo é prevenir a gravidez.
Importante lembrar que na adolescência, em virtude dos ciclos menstruais serem irregulares, a eficácia destes métodos pode ser comprometida, além das relações sexuais serem esporádicas e não programadas, o que pode dificultar a negociação e utilização destes métodos com o parceiro.
O coito interrompido é uma antiga prática que consiste na retirada do pênis da vagina antes da ejaculação, porém, é importante lembrar que já existem espermatozóides no líquido pré-ejaculatório, o que compromete a eficácia desta prática.
Métodos de barreira
A Camisinha é um revestimento de látex fino que envolve o pênis durante a relação sexual, retendo o esperma quando ocorre a ejaculação.
É o único método que oferece dupla proteção, pois além de prevenir a gravidez, protege contra as doenças sexualmente transmissíveis, inclusive a AIDS.
Deve ser colocada no pênis ereto antes de qualquer contato com a vagina e retirada logo após a ejaculação. Deve ser utilizada em todas as relações sexuais, inclusive se a mulher estiver utilizando outros métodos contraceptivos.
A Camisinha Feminina é uma bolsa de plástico fino e macio que é colocada dentro da vagina antes, e retirada após cada relação sexual. Atua como barreira impedindo que os espermatozóides entrem no útero.
Deve ser colocada antes de qualquer contato do pênis com a vagina, podendo ser colocada algumas horas antes, e retirada logo após a relação sexual ou algum tempo depois, tomando-se o cuidado para que o esperma não escorra.
Permite que a mulher também possa se prevenir das doenças sexualmente transmissíveis sem depender de seu parceiro, e seu uso não deve ser associado à camisinha masculina.
Os Espermaticidas são produtos químicos capazes de matar ou desativar os espermatozóides. Apresentam-se sob a forma de cremes, geleia, espumas ou óvulos que devem ser colocados na vagina imediatamente antes da relação sexual.
Devem ser utilizados em associação com a camisinha ou com o diafragma.
O Diafragma é uma capa de látex em forma de calota com bordas flexíveis que é inserido na vagina antes da relação sexual, evitando que os espermatozóides tenham acesso ao útero.
Pode ser colocada algumas horas antes da relação, devendo ser retirada, no mínimo, após 6 horas da relação e não deve ser deixado na vagina por mais de 24 horas. Somente o médico pode determinar o tamanho exato do diafragma a ser utilizado pela mulher.
Métodos hormonais
A pílula anticoncepcional é considerada o método mais eficaz que existe, desde que utilizada corretamente.
É composta de hormônios sintéticos semelhantes aos produzidos pelos ovários e quando administrada corretamente, inibe a ovulação.
Deverá ser prescrita pelo médico e, para tanto, se faz necessária a visita ao ginecologista. Atualmente, as pílulas têm sido uma boa opção para as adolescentes pois, com o avanço nas pesquisas, sua composição evoluiu e as doses de hormônio foram extremamente reduzidas, oferecendo para a usuária uma contracepção eficaz, associada a maior conforto e bem-estar.
Além disso, a pílula oferece outros benefícios, tais como: diminuição do risco de desenvolver alguns tipos de câncer ginecológico (ovário e endométrio), normalização do ciclo menstrual, diminuição das cólicas menstruais e proteção contra doença inflamatória pélvica.
A pílula deve ser tomada diariamente, de preferência no mesmo horário, começando a primeira cartela no primeiro dia de menstruação (1° dia do ciclo). Ao final da cartela, deve-se fazer um intervalo de 7 dias, recomeçando uma nova cartela no 8° dia após a parada da cartela anterior.
Existem cartelas de pílula com quantidades de drágeas diferentes, por exemplo, as de 24 drágeas, e, portanto você sempre deverá observar corretamente a forma de tomada de sua pílula, bem como o intervalo que deve ser feito entre o término de uma cartela e o início da outra.
O injetável mensal de baixa dose, assim como a pílula, é um método eficaz, sendo também composto de hormônios que inibem a ovulação. Pela combinação dos hormônios utilizados, o anticoncepcional injetável mensal tem ação prolongada, permitindo assim que seja aplicado somente uma vez por mês, evitando os riscos de esquecimento e trazendo maior comodidade para as mulheres.
A primeira injeção deve ser aplicada no 1° dia da menstruação (1° dia do ciclo) e as injeções seguintes a cada 30 dias.
Existem outros tipos de injetáveis, com esquemas de aplicação diferente, cuja dose é aplicada sempre entre o 7º e o 8º dia da menstruação, ou ainda os injetáveis trimestrais aplicados a cada 90 dias entre uma injeção e outra. É importante ficar atenta ao tipo de injeção utilizada e sua forma correta de aplicação.
Representam uma opção a mais em termos de anticoncepção para adolescentes, portanto, converse com seu médico.
Sistema Intrauterino
O Sistema Intrauterino é uma pequena estrutura de polietileno ( um tipo de plástico), em forma de "T" que apresenta em seu corpo vertical, um cilindro contendo o levonorgestrel (um hormônio sintético similar ao produzido pelos ovários).
O sistema intrauterino é inserido pelo médico dentro do útero, onde libera pequenas quantidades de hormônio por um período de até 5 anos. É um método inovador, de longa duração, reversível e muito eficaz. É especialmente indicado para mulheres com filhos que não desejam nova gravidez a longo prazo.
Além disso, o sistema intrauterino torna o sangramento menstrual menos intenso, mais curto e menos doloroso, e em alguns casos, até ausente. É uma das alternativas à laqueadura.
Implantes
São pequenos bastões, contendo hormônio, colocados sob a pele do braço, que liberam esta substância durante um período de 3 a 5 anos.
Outros métodos hormonais
As pílulas vaginais são colocadas na vagina diariamente por 21 dias, seguidas de 1 semana de intervalo. O anel vaginal é colocado na vagina por 21 dias, seguido de 1 semana de intervalo para a colocação de próximo anel. O adesivo transdérmico é colocado sobre a pele e trocado semanalmente, por 3 semanas, seguidas de 1 semana de intervalo. Todos estes métodos previnem a gravidez, agindo de maneira semelhante à das pílulas contraceptivas.
DIU
O DIU é um pequeno objeto de plástico recoberto com cobre, normalmente em forma da letra T. Colocado dentro do útero pelo médico, sua principal ação é a de reduzir a vitalidade dos espermatozóides, dificultando a possibilidade de ocorrer uma fecundação (encontro do óvulo com o espermatozóide).
O DIU é muito eficaz e não causa tantos problemas assim como pensa uma parte da população. É um método bastante seguro, mas nem toda mulher está em condições de usá-lo, e que requer um acompanhamento médico rigoroso.
Como acontece também com outros métodos, somente o médico está apto para indicar o DIU e colocá-lo de forma correta, oferecendo todas as informações necessárias para seu uso. O DIU, porém, nem sempre é colocado em mulheres que não tiveram filhos.
Métodos cirúrgicos
Também chamados de métodos permanentes ou definitivos, são procedimentos cirúrgicos de caráter voluntário.
Para as mulheres esta cirurgia é chamada de Laqueadura ou Ligadura Tubária (ou das tubas uterinas, anteriormente chamadas de trompas), que consiste em cortar as tubas uterinas, interrompendo a passagem do óvulo e impedindo seu encontro com os espermatozóides.
Para os homens a cirurgia é chamada de Vasectomia, e consiste em cortar os canais deferentes, evitando que os espermatozóides saiam na ejaculação. Pelo seu caráter definitivo, deve ser uma decisão muito bem pensada e baseada em comum acordo entre os parceiros, pois a possibilidade de uma reversão cirúrgica é um procedimento caro e nem sempre com garantia de sucesso.
A legislação regulamenta estas cirurgias estabelecendo como idade mínima para o procedimento, 25 anos ou 2 filhos vivos.
Anticoncepção de emergência
Também conhecida popularmente por "pílula do dia seguinte", é uma metodologia anticoncepcional alternativa de caráter excepcional, cuja utilização deve ser resguardada a situações especiais, mediante prescrição médica em situações em que ocorrer relação desprotegida, falha do método utilizado ou ainda em casos de estupro. Atua inibindo a ovulação, o transporte dos espermatozóides ou a fecundação do óvulo, devendo ser iniciada o mais rápido possível após a ocorrência da relação e até 72 horas de ocorrida a relação suspeita de falha.
Considerações finais
É importante considerar que não existe um método ideal para todas as pessoas, e sim um método adequado para cada pessoa. Não existem métodos adequados e não adequados para adolescentes, e sim métodos que por suas características específicas, podem ser escolhidos por qualquer adolescente, de acordo com suas características, condições e opções pessoais.
A decisão de usar um método deve ser livre e baseada em informações corretas e atualizadas.
Atualmente, o que se tem recomendado pela comunidade médica, é o uso combinado de métodos ou a dupla proteção, ou seja, um método anticoncepcional seguro para prevenir a gravidez, associado à camisinha para a prevenção de doenças sexualmente transmissíveis e AIDS.
Para você pensar
Avalie a importância do uso de métodos contraceptivos! Lembre-se de levar em consideração:
- Por que não deve fazer uso de automedicação (usar remédios sem orientação médica)?
- Por que usar um método contraceptivo?
Estar pronto para viver sua primeira vez, e sentir isso, é sinal de maturidade e respeito por si mesmo. Saibam que vocês não estão sozinhos e, se quiserem, sempre encontrarão alguém para lhes ajudar. Os métodos anticoncepcionais oferecem aos adolescentes a possibilidade de vivenciar sua sexualidade e de decidir o momento de sua vida em que os filhos virão, como fruto de "uma escolha, não por acaso".
Bibliografia:
Sociedade Brasileira de Reprodução Humana. Contracepção - Promoção da Saúde Sexual e Reprodutiva. Rio de Janeiro. Editora Revinter; 2.000
Critérios de Elegibilidade Médica para Uso de Contraceptivos - Organização Mundial de Saúde - 1996.
Contraceptive Technology Update Series - Family Health International - 1997.
Baleeiro, M.C. Siqueira, M.J. Cavalcanti, R.C. Souza, V. Sexualidade do Adolescente - Funadamentos para uma ação educativa. Bahia. Fundação Odebrecht 1999.
Fonte: Equipe Programa Ato - Bayer Schering Pharma
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