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sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

A contribuição do designer instrucional na inclusão de pessoas com deficiência em cursos virtuais



Inicialmente é necessário compreender o termo acessibilidade. Para isso, recorre-se às autoras Amanda Meincke Melo e M. Cecília C. Baranauskas que definem: “A acessibilidade na web, ou rede mundial de computadores, diz respeito a viabilizar que qualquer pessoa, usando qualquer tecnologia adequada à navegação web esteja apta a visitar qualquer site, obtenha a informação oferecida e interaja com o site”.
Continuando, as autoras afirmam ainda que para tornar isso possível, os criadores de páginas e sistemas web, assim como seus mantenedores, devem estar atentos não somente às recomendações de acessibilidade do World Wide Web Consortium-W3C, mas também às diferentes características dos usuários desses sistemas, às tecnologias de acesso à informação e interação que utilizam e à influência do ambiente físico sobre a interação do usuário com o computador.
Nas últimas décadas, as tecnologias da informação e comunicação (TIC’s) trouxeram mudanças significativas para a sociedade, proporcionando novas formas de linguagem e de acesso ao conhecimento. No caso específico da EaD, podemos perceber aspectos positivos que podem amenizar diversos entraves que observamos na modalidade presencial, como a questão da locomoção e a rigidez do horário. Participando de um curso on-line, o aluno não precisará se locomover com frequência de um lugar para outro e ainda contará com uma maior flexibilidade de horários para realização das atividades. Além disso, existe o aspecto didático-pedagógico, ou seja, a forma como o acesso à aprendizagem pode ser facilitada ao usuário. Neste sentido, o papel do Designer Instrucional (DI) tem significado relevante; pois cabe a ele preparar o material didático e selecionar softwares, que facilitem e garantam o acesso à aprendizagem.
Para isso, é importante que o DI não pré-determine os limites de um futuro aluno com deficiência; pois cabe a ele oferecer a infraestrutura necessária para que as PNE’s atuem no ambiente de aprendizagem em igualdade de condições. Por isso, após o levantamento das características do público-alvo e identificação de suas necessidades, para se garantir o pleno acesso e a participação de todos ao curso, caberá ao DI e sua equipe, em especial ao Web Designer, iniciarem o processo de design de práticas e situações que contemplem questões de acessibilidade.
Para que todas as pessoas, em sua multiplicidade e diversidade, atuem em igualdade de condições no ambiente virtual de aprendizagem (AVA), o Designer deve apropriar-se de todos os recursos disponíveis capazes de atender todas as necessidades dos cursistas portadores de necessidades educacionais especiais. Neste sentido, os desafios do DI e de sua equipe são grandes, pois todos precisam ter bons conhecimentos sobre as diferentes tecnologias assistivas, ter competência para saber combiná-las e integrá-las à interface do curso; tendo o cuidado para não padronizá-las, mas utilizá-las de forma personalizada ao seu público-alvo.
Pensar a contribuição do designer instrucional na inclusão de pessoas com deficiência em cursos virtuais, “implica primeiramente em reconhecer a multiplicidade e diversidade de usuários e contextos no processo de design e desenvolvimento de sistemas de informação em geral e suas interfaces em particular” (MELO & BARANAUSKAS, p.12).
As tecnologias assistivas têm como objetivo proporcionar à pessoa com deficiência maior independência, melhor qualidade de vida e inclusão social, através da ampliação das possibilidades de sua comunicação, de mobilidade, desenvoltura do seu aprendizado, acesso ao mercado de trabalho e consequentemente sua inclusão social.
As ofertas de recursos são muitas, alguns são gratuitos e outros necessitam de investimento financeiro por parte do usuário e do desenvolvedor. Um recurso bastante interessante é o autodescrição, capaz de transformar o visual em verbal. Como exemplos, as informações contidas em gráficos, são verbalizadas para um aluno com deficiência visual e há ainda recursos e ferramentas como lentes de aumento para os alunos com baixa visão. Já para um portador de deficiência auditiva, existem softwares tais como: Narrador; Motrix; DOSVOX e Jaws entre outros facilitadores da interação e comunicação entre ser humano e máquina. Outro recurso importante é o closed caption bastante difundido sendo usado em televisão e em vídeos na web.
Nos cursos de treinamento desenvolvidos por alunos do Curso de Designer Instrucional, pela UNIFEI, do polo de Bragança Paulista, muitos recursos podem ser utilizados para atender a diferentes necessidades, tais como: Headmouse, Teclado Virtual, Motrix, Liane TTs, Close Caption, Zoom Text 9.0, Lente de Aumento, Narrator, DosVox, Jaws, On-Screen Keyboard, Virtual Vision, Zac Browser, Linhas e Impressoras em Braille, Ponteiras de cabeça, Dispositivos apontadores alternativos, Teclados alternativos, Leitores de telas, etc.. No entanto, é bom ressaltar que para uma PNE realizar um curso no ambiente TelEduc, ela necessitará de recursos de acessibilidade externos, porque esse ambiente não possui recursos próprios, portanto, o aluno deverá receber suporte da instituição para configurar o seu computador com softwares e aplicativos que possibilitem o seu acesso e participação plena ao curso.
Portanto, é também de responsabilidade do DI criar um canal de comunicação simples e ágil entre o aluno e o suporte para auxiliá-lo em suas dúvidas e dificuldades de navegação. Possibilitando assim, que a acessibilidade aconteça e as PNEs tenham o acesso ao conhecimento de maneira irrestrita; o direito à Educação, ao desenvolvimento como ser humano e à inclusão social garantidos.


Referências bibliográficas

MELO Amanda Meincke & BARANAUSKAS, M. Cecília C.. Design para a Inclusão: Desafios e Proposta. Anais do IHC 2006 – 19-22 de Novembro, Natal, RN, Brasil

MELO Amanda Meincke. Acessibilidade na web. In: PUPO, Deise Tallarico; MELO,
Amanda Meincke; FERRÉS, Sofia Pérez. Acessibilidade: discurso e prática no cotidiano das Bibliotecas. São Paulo: Unicamp, 2006.

SINOPSE DO FILME: Como Estrelas na Terra: Toda Criança é Especial
Tipo de deficiência: Dislexia
Como estrelas na Terra: Toda Criança é Especial (Taare Zameen Par) é um filme indiano da produção de Bollywood e conta a história comovente de um menino de oito anos, Ishaan. Vítima de humilhações e opressão e qualificado como engraçadinho, sem-vergonha, preguiçoso e indisciplinado, por seus professores e pais, que desconhecem o fato de ser portador de Dislexia.
Encaminhado para um colégio interno, onde tem a felicidade de encontrar o competente professor, Ram Shankar, que percebeu que Ishaan estava profundamente deprimido, identificou a causa de seus problemas de aprendizagem e pôs em prática um plano para resgatar o pequeno aluno.
Esse filme é uma verdadeira obra prima do ator e produtor Aamir Khan.
O educador preocupado com a Educação Inclusiva, o encontrará disponível gratuitamente na internet.


Por: Francisca P. Martins

quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

A palavra é ... Afetividade

A afetividade no contexto escolar

Inicialmente, apresentaremos as ideias defendidas por grandes pensadores que reconheceram a importância da Afetividade para a aprendizagem. Piaget sobre o assunto afirmou: “É incontestável que o afeto exerce papel essencial no funcionamento da inteligência. Sem afeto não haveria interesse, necessidade, motivação e consequentemente, não haveria inteligência.” Para ele, a aprendizagem passa a ser necessária porque é um meio pelo qual a necessidade do indivíduo pode ser satisfeita. O interesse é carregado de afeto e funciona como impulsionador da aprendizagem. A afetividade poderia ainda interferir na estrutura cognitiva provocando aceleração, adiantamentos ou retardos na formação no indivíduo. Ainda segundo Piaget, há entre afetividade e cognição uma relação de correspondência. Piaget, citado em Souza (2006), defendia que a conduta humana possui dois elementos fundamentais: a inteligência (chamada de estrutural) e a afetividade (elemento energético). Ainda que a afetividade tenha sido pouco explorada em sua obra, percebe-se a preocupação do autor em inseri-la na explicação do processo psicológico do indivíduo. “Afetividade é, assim, energia, impulso, motivação das condutas, é o que dirige o sujeito...” Em Wallon (in ALMEIDA e MAHONEY, 2007), encontramos a Teoria do Desenvolvimento e uma visão não fragmentada do indivíduo, que é entendido sob quatro diferentes pontos de vista: do motor, da afetividade, da inteligência e do ponto de vista de sua relação com o meio. A base de sua teoria é a integração afetiva-cognitiva-motora. Para o teórico, a dimensão afetiva está completamente integrada aos demais aspectos do indivíduo e, segundo sua ótica, a afetividade é fundamental para a construção do conhecimento do indivíduo. Sendo o ser humano um ser social, ele constrói o conhecimento na relação com o outro. No contexto escolar, é nas relações aluno-professor, professor-aluno, aluno-aluno e aluno-objeto que se dá o conhecimento. Nessa interação com o outro surgem os sentimentos, as emoções; enfim, os aspectos afetivos que compõem o funcionamento psíquico do ser humano. Considerar o afeto como parte integrante do processo educativo é responsável pela qualidade das relações pessoais e pela produtividade em sala de aula. Dependendo do tipo de relação estabelecida entre os protagonistas, a sala de aula será um ambiente gerador de alegria, entusiasmo, segurança, cooperação e amizade ou gerador de angústias, estresse, ansiedade, insegurança e individualismo. O cineasta francês Laurent Cantet retratou recentemente no filme Entre os Muros da Escola, adaptação do romance homônimo, o cotidiano de sala de aula de uma escola pública francesa nos dias de hoje, de uma forma crua e realista. Sob as lentes das câmeras, os protagonistas revelaram ao mundo as mazelas das relações professor-aluno e aluno-aluno, mostraram sem pudor como pode ser conflitante e tensa a convivência no espaço escolar. Os personagens do filme deixam claro, inclusive, o quanto a história de vida dos alunos convergem para a sala de aula e como suas experiências interferem em seu aprendizado, na seleção de conteúdo, na postura do aluno e do professor. Há momentos do filme que expõem o clima tenso (disfarçadamente descontraído) instaurado na sala de aula, ao ponto de Marin, o professor, perder a cabeça e insultar duas alunas. Esse incidente gera uma grande confusão: um aluno se revolta e sem querer acerta a mochila no supercílio de uma colega, culminando com a sua saída da sala sem a permissão do professor. Desejando centralizar a reflexão e discussão neste artigo acerca da realidade da educação brasileira, percebemos que situações semelhantes às retratadas pelo filme acontecem diariamente em várias escolas privadas e públicas do Brasil. A conclusão que se tira é que os conflitos entre os protagonistas da sala de aula não estão circunscritos apenas às escolas francesas e nem às brasileiras: os conflitos são constantes em salas de aula do mundo todo, como afirma o ex-professor François Bégaudeau, protagonista e roteirista do filme Entre os Muros da Escola. A reportagem da revista Veja de 17 de junho de 2009 revelou dados de uma pesquisa promovida pela International Stress Management Association (Isma), feita em São Paulo e Porto Alegre, que mostram que 52% dos professores brasileiros admitiram que tiveram atitudes agressivas com seus alunos, tendo sido irônicos ou até rudes; 46% dizem que sua maior dificuldade é conter a indisciplina e despertar a atenção dos alunos e 11% já chegaram a ser agredidos fisicamente. Diante desses dados alarmantes e que confirmam as situações de violência ocorridas nas escolas brasileiras, é possível constatar que, sobretudo, na escola pública as relações no âmbito escolar sofreram um desgaste ao longo do tempo. Mas, afinal o que está em falta nas relações pessoais estabelecidas no ambiente escolar? De acordo com Rossini (2001), a afetividade é a base da vida. Se uma pessoa não está bem afetivamente, sua ação como ser social estará comprometida. No caso do aluno, se ele não se encontra bem afetivamente, não haverá aprendizado. Por isso defendemos, nessa pesquisa, que a escola, antes de ser um espaço para produzir conhecimento, deve constituir-se num espaço afetivo, no qual crianças, adolescentes e profissionais da educação sintam-se felizes e gratos por fazer parte da vida um do outro. Vivemos uma cultura que desvaloriza as emoções e não vemos o entrelaçamento cotidiano entre razão e emoção, que constitui o viver humano; não nos damos conta de que todo sistema racional tem um fundamento emocional (MATURANA, 1999, p. 15). O aprendizado deveria ser algo prazeroso e não um pesar. Na escola, não se deveria privilegiar o cognitivo em detrimento do afetivo; é preciso considerar o educando como um ser social, cognitivo e afetivo, como afirma Engers (2000, p.299): “o professor trabalha com crianças com muitos problemas emocionais no seu cotidiano”. É, portanto, inadmissível excluir do processo de aprendizagem essa carga emocional, que permeia as relações pessoais.

Este é o início de uma conversa que semanalmente teremos neste espaço e quem desejar manifeste sua opinião enviando comentários para abrirmos uma discussão sobre o tema.

sexta-feira, 6 de abril de 2012

Entrevista com José Manuel Moran



Olá, pessoal!

Minha dica desta semana é o vídeo da entrevista com professor José Manuel Moran.
Nesta entrevista, o professor Moran aborda sobre o uso da Internet na escola. É muuuito interessante!
Boa Páscoa a todos!

Prof.ª Francisca

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