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sexta-feira, 27 de junho de 2014

Aprendizagem Baseada em Problema ABP


Você sabe o que é aprendizagem baseada em projeto?

Vamos refletir sobre as relações de poder que permeiam o currículo?


CURRÍCULO X RELAÇÕES DE PODER

Em 1982, Apple, no livro Ideologia e Currículo, levantou o seguinte questionamento: “como as escolas produzem e reproduzem formas  de consciência que permitem a manutenção de controle social sem que os grupos dominantes tenham que recorrer a mecanismos declarados de dominação?”
Com esse questionamento o autor nos leva a refletir sobre as formas de poder implícitas, não declaradas ou prescritas no currículo estabelecido às escolas. O autor se refere ao que está implícito nos currículos, mas que envolve todo o trabalho pedagógico realizado no cotidiano escolar.  As mensagens de cunho afetivo que perpetuam valores, regras de comportamento, ideologias e atitudes que não estão explicitadas nos documentos, mas que permeiam em toda ação educativa.
Ora reveladas pelo discurso do educador, por suas crenças e valores que influenciam o seu trabalho, o trabalho de outros educadores e a formação dos educandos. Tais manifestações interferem na dimensão cognitiva da aprendizagem e reforçam o condicionamento de posturas. Para Silva (1996, p. 23):

O currículo é um dos locais privilegiados onde se entrecruzam saber e poder, representação e domínio, discurso e regulação. É  também no currículo que se condensam relações de poder que são cruciais para o processo de formação de subjetividades sociais. Em suma, currículo, poder e identidades sociais estão mutuamente implicados. O currículo corporifica relações sociais.
Por meio do currículo torna-se possível a transformação ou manutenção das relações de poder. Por isso, não é neutro. Nele está contido subjetivamente o tipo de cidadão que se pretende formar. De acordo com Jesus, em seu conteúdo e formas está oculta a opção historicamente configurada de um determinado meio cultural, social, político e econômico. Percebe-se que o currículo e a educação estão ligados à política sendo frutos dos interesses da classe que, em um determinado período histórico, encontra-se em uma posição de privilégio na sociedade.
Segundo a professora Sônia Maria Vasconcellos de Magalhães, “o currículo comporta princípios ideológicos, está vinculado a contextos sociais, e que há não-ditos e intenções nos documentos escritos sobre o currículo das escolas.”
São, portanto, essas intenções que implicam em relações de poder e que necessitam ser identificadas pelos educadores para que se tornem conscientes do seu papel no processo de formação dos alunos.  Desta forma, torna-se urgente promover um debate sobre o porquê e o como ensinar: Por que ensinar ou continuar ensinando determinados conteúdos (escolarizados)? Como ensinar para que todos os alunos possam adquirir os conhecimentos necessários para sua emancipação social?
Esses debates poderiam ser promovidos durante a construção do Projeto Educativo das escolas, documento no qual se estabelecem as intenções e as finalidades do ensino que é praticado nas escolas e, principalmente, sobre o tipo de formação que a instituição pretende para o seu educando.
No entanto, esse esforço seria infrutífero se o discurso não alterasse a prática educativa. Tomar consciência das relações de poder que subjaz o currículo, sem promover uma alteração no trabalho pedagógico desenvolvido nas escolas não trará avanços à Educação e à sociedade.
Estamos vivendo na Era da Informação, mas encontramos nas escolas, sobretudo a pública, um Currículo totalmente desvinculado das transformações tecnológicas que causaram profundas transformações nas formas de aprender e construir conhecimento, de se comunicar e de se relacionar. “O impacto das redes de computadores, da microeletrônica, das telecomunicações é total e pode ser sentido no trabalho, na educação, na economia, no entretenimento, nas artes, ou seja, em todas as esferas sociais.” (Silva, 2006).
No entanto, o impacto sofrido no setor da educação ainda não foi suficiente para que os Currículos Escolares fossem reestruturados para atender as necessidades da sociedade digital, na qual encontramos máquinas inteligentes e escolas que continuam a formar cidadãos que sofrem com a exclusão digital e social.
Escolas que não capacitam seus alunos para uma formação crítica para compreender que vivemos atualmente numa sociedade em rede, para conhecer as consequências de se viver em rede, para saber compreender e fazer análise crítica das informações às quais têm acesso e condições para utilizar e produzir mensagens.
Promover uma educação inteligente certamente é necessidade social e econômica, porém pode não ser político-ideológica-cultural. Uma educação inteligente possibilitaria a emancipação da parcela da sociedade que vem sendo iludida com a falsa modernização das instituições educacionais. Contribuindo, assim, para que se produzam e reproduzam formas de consciência; permitindo desta forma a manutenção do controle social sem que os grupos dominantes tenham que recorrer a mecanismos declarados de dominação.



domingo, 22 de junho de 2014

O que é inovar em Educação?

         Um ambiente escolar conectado ao mundo digital é capaz de proporcionar dinamização das práticas, ampliação das habilidades cognitivas, democratização e ampliação dos espaços e das ferramentas de aprendizagem, possibilidade de compartilhamento e construção colaborativa de saberes; instrumentos capazes de renovar o trabalho pedagógico e de potencializar  a aprendizagem dos educandos.
         Práticas educativas associadas às ferramentas digitais possibilitam a modernização da prática docente e do ensino, além de atenderem às exigências da sociedade digital que requer que o aluno seja preparado para enfrentar os novos desafios da era em que vivemos.
        No entanto, especialistas dedicados ao estudo do uso de mídias na educação alertam para o fato de que para inovar na área da Educação não basta apenas modificar a forma de apresentação dos conteúdos aos alunos. Para Klaus Schlünzen Junior, coordenador do Núcleo de Educação a Distância da Unesp (NEaD) e do Programa de Pós-Graduação em Educação da Unesp em Presidente Prudente, "é necessário inovar no método, na relação entre professor e aluno e na relação dos alunos entre si."
      Segundo o especialista: “Muitos educadores acham que ao usar um power-point, uma lousa inteligente, um computador, estão praticando uma inovação muito grande, mas não é isso que significa inovar no ensino.” 
       É preciso considerar que na sala de aula temos um novo perfil de aluno que exige um educador preparado, renovado em sua práxis e que tenha se apropriado dos conhecimentos advindos das Novas Tecnologias da Informação e da Comunicação (NTIC's) e que conheça sobre as novas metodologias do ensino mediado pelas NTIC's.
       O ambiente escolar precisa se reinventar enquanto instituição; lousa e giz devem ceder lugar aos computadores, lousa digital, data-show e outros equipamentos que proporcionarão ferramentas para que a sala de aula se torne uma sala de aula interativa capaz de conectar os educandos com  o mundo. Além disso, é necessário repensar a formação inicial dos educadores, integrando à sua formação disciplinas que prepare-os para lidar com as novas necessidades educacionais dos alunos.

quinta-feira, 10 de abril de 2014

Confiram a matéria da qual participei sobre as novas profissões que surgem com a EAD

Novas profissões surgem com a EAD


Há alguns anos a educação à distância era feita por meio de cartas, pelo rádio e com o surgimento da TV, pelos programas televisivos. No entanto, hoje, a internet permitiu que a EaD alcançasse ainda mais pessoas, unindo em uma só plataforma diversas mídias. Por isso, não é estranho cada vez mais diferentes profissionais se envolverem na elaboração dos cursos.
Professores, coordenadores, designers e outros profissionais compõe a equipe multidisciplinar da educação online, entretanto, algumas profissões se destacam ou por terem surgido dessa nova modalidade, ou por se tornarem conhecidas com ela. É o caso de Fernanda Lima, formada em jornalismo, com experiência em rádio e especializada em locução para EaD há oito anos.
 Tudo começou quando realizou um curso de locução, a fim de se aprimorar, período em que recebeu convites para fazer trabalhos na área. Com o tempo, passou a investir em um estúdio montado em sua casa, fazendo narrações não- jornalísticas, como comerciais, vinhetas, entre outros.
 A experiência com a educação a distância veio da indicação de um colega para um trabalho em uma grande empresa, que precisava de uma locutora para seu curso. “O ensino a distância estava crescendo muito na época e um dos aprimoramentos foi a parte da narração, focada para atender os deficientes visuais e pra complementar os slides”, diz.
A partir daí passou a prestar serviços diretamente a empresas de e-learning.   “Hoje meu trabalho principal é como narradora de cursos online, tenho uma equipe e uma produtora especializada em narração”, conta a jornalista, que também destaca que para se manter na área precisa acompanhar constantemente o desenvolvimento das técnicas de e-learning, inclusive, as mudanças pedagógicas. “Antigamente era feita só uma locução, com um personagem, hoje são feitas várias histórias e desenvolvido diversos personagens”.
Ela explica que no começo a locução era feita de maneira explicativa, podendo ser feita até mesmo pelos empresários, donos dos cursos. Hoje existe o storyboard e as gravações são mais interativas, atraindo a atenção do aluno. “Recebemos o briefing da história e acabamos fazendo um papel além do da locução”, diz, por isso, Fernanda costuma fazer orientação sobre como as narrações devem ser feitas e encenadas.
O processo de execução do material geralmente depende do padrão escolhido pela Instituição que dará o curso. “Não existe uma regra básica para narrar. Nós tentamos colocar no texto as características exigidas pelo cliente”, ouça o comentário de Fernanda (...)
Outra área que tem ganhado destaque é a do Designer Instrucional (DI), que se popularizou com a educação a distância via web.  A profissão existe na Inglaterra há muito tempo, mas no Brasil sempre foi relacionada à engenharia pedagógica e apesar de já existir desde o início do século XX, passou a ser conhecida recentemente, tornando-se cada vez mais imprescindível devido a EaD.
Rogério Andrade, também formado em comunicação, nunca havia planejado atuar na área. Ele já havia trabalhado em algumas agências publicitárias quando a agência em que trabalhava começou a desenvolver materiais para web, para uma rede bancária em 1999. Foi aí que passou a se familiarizar com a EaD.
 “No brasil já fomos chamados de planejadores pedagógicos, o que fazíamos e ainda fazemos é o planejamento da aula”, diz. Ele aponta que o professor que elabora uma aula é um DI, mas um DI voltado para a área tradicional de ensino e lembra que a evolução da profissão teve forte influência da revolução do ensino nos anos 60, 70 e 80 e mais recentemente com a propagação da educação online. “Por isso, muitas pessoas tem entrado no mercado e devido a grande demanda, muitas sem capacitação”, conclui. “Quando a EaD baseada na web surgiu a preocupação era disseminar cultura, a linha instrucional ficou de lado. Hoje as empresas já estão conscientizadas e com um objetivo mais claro, relacionado ao ensino na web”, assim, as empresas procuram a efetividade das novas ferramentas e não mais a inovação do meio.
Francisca Martins também é Designer Instrucional e desde 2012 atua na área como freelancer, dedicando-se à criação de cursos de autoria para EAD. “Participei da elaboração de materiais didáticos para Trilhas de Aprendizagem que contemplavam: apostilas on-line, desafio investigativo, manual interativo e processo avaliativo para cursos de formação continuada para uma empresa na área Petroquímica”.

Francisca
“Para ter sucesso na carreira o Designer Instrucional precisa ter habilidades para planejamento e análise”, Francisca Martins
Ela conta que com a EaD a atuação do DI se tornou mais eficaz, pois “a educação online criou a necessidade de ter no mercado um profissional capaz de compreender o potencial das novas tecnologias e aplicá-las para potencializar a aprendizagem”. Ou seja, as instituições passaram a precisar de alguém que trate o conteúdo bruto. Para Rogério “o ideal é transformar esse conteúdo em algo palpável, que explicite o conteúdo, transformando-o em uma informação que pode ser trabalhada didaticamente, para ser disseminada como um conteúdo de aprendizagem”.

Depois da primeira experiência com a EaD, Rogério começou a estudar e se especializar na área, capacitando-se para ser um Designer Instrucional, profissão que exerce desde 2002. A capacitação foi necessária pois somente em 2005 foi oferecido o primeiro curso universitário no país, pela Universidade Federal de Juiz de Fora. “Antes você tinha um grupo de competências essenciais para ser um Designer Instrucional, a formação por essas competências estava diluída nas outras formações acadêmicas”, explica.
 Além disso, apenas em 2009 o Ministério do Trabalho reconheceu a profissão de Designer Instrucional, no entanto, ainda não existe mobilização da área. Rogério destaca que a DI até possui uma associação, mas é muito recente “ainda é preciso discutir as bases da profissão”. Francisca pontua que apesar de reconhecida, a profissão ainda não foi regulamentada, “não possui piso salarial e nem perfil profissional definido.  Situação que dificulta o ingresso no mercado, porque cada empresa traça um perfil diferente e exige habilidades profissionais diferentes”.
Para ambos o preparo dos profissionais é o principal desafio, “O DI é o tipo de profissional que para manter-se no mercado, necessariamente, precisa estar sintonizado com as novas tecnologias, ter domínio dos softwares que podem ser aplicados à EaD”, fala Francisca, que também atesta a necessidade do domínio das  teorias cognitivas que embasam o processo de aprendizagem.
 Para Francisca “quando a profissão for regulamentada e o perfil profissional determinado, a EAD ganhará em qualidade, porque com cursos planejados por profissionais com domínio dos processos educativos, teremos, portanto, soluções de aprendizagem embasadas em teorias pedagógicas que estarão aliadas às novas tecnologias”. Para isso, “o DI precisa deixar o papel de coadjuvante e ser protagonista na EaD”, conclui Rogério.
 Confira na íntegra a matéria da jornalista Juliana Marcelino clicando em:

Novas profissões surgem com a EAD | Cloud EAD

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