Meu cantinho de leitura e estudos

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quarta-feira, 26 de maio de 2010

CHARGE

O GÊNERO TEXTUAL EM FOCO: CHARGE
Charge é um texto visual e humorístico que faz crítica a uma personagem, fato ou acontecimento político específico, possui limitação temporal, tem curto prazo de validade: vale para o dia, para a semana ou o mês em que determinado assunto foi destaque. A linguagem da charge está em comunicação constante com a notícia, alimenta-se da novidade, dos acontecimentos sociais e, ainda, é considerada uma narrativa efêmera. É possível que não seja compreendida sem uma explicação sobre o fato que a gerou.

A Charge oferece ao leitor uma visão crítica da realidade, mas esse gênero diferencia-se dos demais gêneros opinativos por fazer sua crítica usando constantemente o humor, provocando o riso de zombaria sobre problemas sócio-político-econômicos da atualidade.

Conheça alguns dos cartunistas mais famosos e as características de seus trabalhos:

o Angeli usa a sequência, típica dos quadrinhos, em suas charges políticas.

o Aroeira usa outro elemento dos quadrinhos, o balão, fartamente em suas charges

o Jaguar usa o balão em cartuns.

o Carlos Estevão: quando não há uso do balão num cartum e o texto não aparece abaixo do desenho, como diálogo ou título, expediente comum a Carlos Estevão, o cartum é conhecido como piada muda.

Leia o fragmento da entrevista de Jaguar ao Jorna Folha de São Paulo:

FOLHA - Qual é a diferença essencial entre cartum e charge?

JAGUAR - Simples. Por exemplo. Hoje fiz uma charge sobre a visita do Bush. Desenhei o Lula chamando o Bush, que está indo embora do quadrinho. Só aparecem os pezinhos dele. Lula estica o dedo e chama: “Ei, ô companheiro, e a saideira?”. Isso é uma charge. Uma piada que, daqui a cinco anos, ninguém vai entender, porque é em cima de uma circunstância.

FOLHA - E o cartum?

JAGUAR - É um troço que você faz sobre assuntos que daqui a 20 anos qualquer um entenderá. Um exemplo clássico, uma piada qualquer sobre o “Ricardão dentro do armário”. Todo mundo sabe do que eu estou falando. Piadas sobre vida conjugal, sexual, todo mundo entende. Em qualquer época. Já piadas em cima de fatos políticos momentâneos vão ficando incompreensíveis.

Outras Fontes para pesquisa:

www.chargeonline.com.br

http://www.cartunista.com.br/


CHARGE X CARTUM

A charge e o cartum são outras duas formas de manifestação caricatural, mas o foco principal nesses casos, é uma situação ou um determinado fato ocorrido.
A diferença entre a charge e o cartum é que a primeira relata um fato ocorrido em uma época definida, dentro de um determinado contexto cultural, econômico e social específico e que depende do conhecimento desses fatores para ser entendida. Fora desse contexto ela provavelmente perderá sua força comunicativa, portanto é perecível. Justamente por conta desta característica, a charge tem um papel importantíssimo como registro histórico.
Já o cartum, ao contrário da charge, relata um fato universal que não depende do contexto específico de uma época ou cultura, sendo assim atemporal. Temas universais como o náufrago, o amante, o palhaço, a guerra, o bem x mau, são frequentemente explorados em cartuns. São temas que podem ser entendidos em qualquer parte do mundo por diferentes culturas em diferentes épocas. É comum vermos a ausência de textos em cartuns. São os chamados cartuns pantomímicos ou cartuns mudos onde a idéia é representada somente pela expressão dos personagens no desenho sem que seja necessário o emprego de texto como suporte. (...)

SAIBA MAIS:
http://ziraldo.blogtv.uol.com.br/achargenotempo

ROTEIRO PARA AULA DO 8º ANO - SOBRE O LIVRO - UM SONHO DENTRO DE MIM

Queridos alunos dos 8º anos:



A seguir, vocês terão o Roteiro para o trabalho com o livro UM SONHO DENTRO DE MIM:

1- Clique no link da página: http://www.julioemiliobraz.com/principal.html e saiba mais sobre o autor Júlio Emílio Braz. Anote em seu caderno o nome de 03 de seus livros publicados para adolescentes.
2- Pesquise no blog e copie em seu caderno a biografia do autor.
3- Poste no blog uma mensagem para o autor do livro. (Poste seu comentário abaixo da biografia do autor).
4- Você indicaria a leitura desse livro a outro adolescente? (Poste sua mensagem abaixo da imagem do livro.)
5- Durante as aulas, responda as questões propostas para refle xão sobre o tema abordado na obra.


Um abraço,


Profª Francisca
Olá, pessoal!
Esta semana quero apresentar à vocês alguns dos meus autores favoritos: Júlio Emílio Braz, Luis Fernando Verissimo, Marina Colasanti e Valéria Piassa Polizzi. Vocês poderão conhecer no blog suas biografias e obras e durante a próxima semana faremos alguns trabalhos, a partir da leitura de suas crônicas e livros. Espero que gostem de suas obras e passem a apreciá-las também.
Os alunos dos oitavos anos farão um trabalho interessante sobre o tema abordado no livro UM SONHO DENTRO DE MIM e os nonos anos iniciarão o trabalho com Charge e farão uma leitura crítica sobre a crônica de Marina Colasanti.
Fiquem ligados e realizem as atividades com bastante disposição.
Um abraço e bom fim de semana a todos!



Profª Francisca

segunda-feira, 24 de maio de 2010

CAPA DO LIVRO UM SONHO DENTRO DE MIM

Fonte:http://img.mercadolivre.com.br/jm/img?s=MLB&f=98440187_4035.jpg&v=E

Você indicaria a leitura desse livro a outro adolescente? Poste seu comentário e incentive a leitura de seus colegas.

MODELO DE RESENHA CRÍTICA

COSTA, Wagner. Quando meu pai perdeu o emprego.23.ed.São Paulo: Moderna, 1993




WAGNER COSTA é jornalista, autor de contos, de peças de teatro como Cena Aberta, De amor e verdade, De verdade e amor e do livro QUANDO MEU PAI PERDEU O EMPREGO. Costa diz que escreve porque acredita naquilo que acontece quando a palavra chega e se aninha no coração e na consciência das pessoas.
Obra destinada a um público jovem, o livro aborda o tema desemprego, um grave problema social que aflige tantas famílias no país.
A gíria é a linguagem utilizada pelo narrador-personagem, Pepê, o que aproxima texto e leitor e faz tudo parecer mais real. Ficção e realidade se confundem, já que a história narrada é bem parecida com a vida de muitos adolescentes que, como Pepê, têm que dividir o tempo entre o trabalho e o estudo, para ajudarem na renda familiar.
Pepê, Betão, Ju e Caró, antes da tempestade do desemprego chegar, moravam numa boa casa, estudavam em escola particular, tinham tudo do bom e do melhor, gozavam ,por assim dizer, de uma vida cheia de mordomias. O pai era liberal e dava de tudo o que os filhos queriam, sem exigir nada em troca, nem responsabilidade. Mas, de um dia para o outro, tudo mudou. O pai ficou desempregado e ainda perdeu toda a reserva de dinheiro num negócio que não dera certo. E agora? Como enfrentarão o problema?
As coisas na vida da família ficam complicadas, os pais não se entendem e passam a viver no maior bate-boca. O desespero toma conta de todos. De um lado, o pai totalmente perdido, deprimido e desesperado, sem saber o que fazer para reverter a situação e de outro; os filhos sem entender o que se passava, por não conhecerem a verdade. É nesse clima de tensão, conflitos e tristezas que chega o avô das crianças, o Capitão Esperança.
Capitão Esperança é quem ajuda a família nas horas difíceis e com um jeitinho todo especial explica para as crianças que não é vergonha ter o pai desempregado. É ele quem cria a Nave Azul e todos da família passam a ser os tripulantes. É emocionante! Nenhum adolescente pode ficar sem ler esse livro que encerra capítulos como, Beto, Betão e outros.
O autor consegue retratar em 60 páginas quais são as dificuldades enfrentadas por um desempregado e sua família: angústia, revoltas e conflitos, que podem levar ao desespero ou a solidariedade. E, quando aponta soluções para os problemas, acaba indiretamente orientando os leitores que não estão livres de passarem por uma situação semelhante, uma vez que o Brasil é o 4º país do mundo em desemprego.
É de fato uma obra excelente, realista e comovente, capaz de levar à reflexão e quem ainda não foi vítima do desemprego entenderá que não adianta revoltar-se como fez Betão, é preciso se pôr na luta como Pepê e todos os outros da família. Enfrentar a situação juntos “ na base do um por todos e todos por um”(pág.09), como disse o Capitão Esperança em sua mensagem aos tripulantes na Nave Azul.
Compre nas melhores livrarias ou empreste o livro na sala de leitura de sua escola e boa leitura.

Modelo de resenha crítica. Criado pela professora Francisca P. Martins, em 1.999.

DICAS DE COMO FAZER UMA RESENHA E SEUS ELEMENTOS

1. Definição:

Resenha-críatica é um texto que, além de resumir o objeto, faz uma avaliação sobre ele, uma crítica, apontando os aspectos positivos e negativos. Trata-se, portanto, de um texto de informação e de opinião, também denominado de recensão crítica.
2. Quem é o resenhista
A resenha, por ser em geral um resumo crítico, exige que o resenhista seja alguém com conhecimentos na área, uma vez que avalia a obra, julgando-a criticamente.
3. Objetivo da resenha
O objetivo da resenha é divulgar objetos de consumo cultural - livros,filmes peças de teatro, etc. Por isso a resenha é um texto de caráter efêmero, pois "envelhece" rapidamente, muito mais que outros textos de natureza opinativa.
4. Veiculação da resenha
A resenha é, em geral, veiculada por jornais e revistas.
5. Extensão da resenha
A extensão do texto-resenha depende do espaço que o veículo reserva para esse tipo de texto. Observe-se que, em geral, não se trata de um texto longo, "um resumão" como normalmente feito nos cursos superiores ... Para melhor compreender este item, basta ler resenhas veiculadas por boas revistas.
6. O que deve constar numa resenha:
- O título
- A referência bibliográfica da obra
-Alguns dados bibliográficos do autor da obra resenhada
-O resumo, ou síntese do conteúdo
-A avaliação crítica
7. O título da resenha:
O texto-resenha, como todo texto, tem título, e pode ter subtítulo, conforme os exemplos, a seguir:
Título da resenha: Astro e vilão
Subtítulo: Perfil com toda a loucura de Michael Jackson
Livro: Michael Jackson: uma Bibliografia não Autorizada (Christopher Andersen) - Veja, 4 de outubro, 1995

Título da resenha: Com os olhos abertos
Livro: Ensaio sobre a Cegueira (José Saramago) - Veja, 25 de outubro, 1995

Título da resenha: Estadista de mitra
Livro: João Paulo II - Bibliografia (Tad Szulc) - Veja, 13 de março, 1996

8. A referência bibliográfica do objeto resenhado
Constam da referência bibliográfica:
- Nome do autor

- Título da obra

- Nome da editora

- Data da publicação

- Lugar da publicação

- Número de páginas

- Preço

Obs.: Às vezes não consta o lugar da publicação, o número de páginas e/ou o preço.
Os dados da referência bibliográfica podem constar destacados do texto, num "box" ou caixa.

Exemplo: Ensaio sobre a cegueira, o novo livro do escritor português José Saramago (Companhia das Letras; 310 páginas; 20 reais), é um romance metafórico (...) (Veja, 25 de outubro, 1995).

Fonte:http://www.pucrs.br/gpt/resenha.php

- Pode-se também resumir de acordo com a ordem dos fatos, das partes e dos capítulos.

Veja o exemplo da resenha "Receitas para manter o coração em forma" (Zero Hora, 26 de agosto, 1996), sobre o livro "Cozinha do Coração Saudável", produzido pela LDA Editora, com o apoio da Beal.



Receitas para manter o coração em forma

"Na apresentação, textos curtos definem os diferentes tipos de gordura e suas formas de atuação no organismo. Na introdução os médicos explicam numa linguagem perfeitamente compreensível o que é preciso fazer (e evitar) para manter o coração saudável.
As receitas de Cozinha do Coração Saudável vêm distribuídas em desjejum e lanches, entradas, saladas e sopas; pratos principais; acompanhamentos; molhos e sobremesas. Bolinhos de aveia e passas, empadinhas de queijo, torta de ricota, suflê de queijo, salpicão de frango, sopa fria de cenoura e laranja, risoto com açafrão, bolo de batata, alcatra ao molho frio, purê de mandioquinha, torta fria de frango, crepe de laranja e pêras ao vinho tinto são algumas das iguarias".

domingo, 23 de maio de 2010

Mensagem de Júlio Emílio Braz aos alunos e a professora Francisca

Professora Francisca,




Entrei no seu blog e achei bem interessante tanto a proposta quanto a quantidade de seguidores conseguidos por ele.
Participei de sua oportuna pesquisa e dei a minha opinião como pai de um garoto de 13 anos.
Fique à vontade para me enviar as perguntas e mensagens que achar pertinentes ao assunto do livro e a literatura de uma maneira geral.
Viajo muito, mas na medida do possível, busco responder as perguntas que me enviam.


Abraços,


Júlio Emílio Braz

enviado pelo autor pelo e-mail em 23.05.2010

BIOGRAFIA DO CARTUNISTA ANGELI

Angeli (ou Arnaldo Angeli Filho) nasceu em 31 de agosto de 1956, na Casa Verde, Zona Norte de São Paulo. Aos 14 anos já era desenhista de humor da revista "Senhor" e do movimento underground, publicando quadrinhos em fanzines.



Ex-office-boy, Arnaldo Angeli Filho começou a desenhar aos 14 anos, influenciado pelo cartunista americano Robert Crumb. "Não há um desenhista da minha geração que não tenha sofrido a influência do Crumb", diz. Outro de seus ídolos é Millôr Fernandes, colunista de VEJA. "Ele tem uma originalidade e uma capacidade incrível de surpreender." Millôr, por sua vez, afirma que Angeli – "anagrama perfeito de genial" – é mais do que um chargista político. "Ele é um comentarista gráfico que já há bastante tempo atingiu o ponto de absoluta competência", afirma.
Para preencher o espaço de 11 centímetros quadrados que detém há 33 anos na página 2 da Folha de S.Paulo, jornal para o qual colabora desde os 17 anos, o cartunista se vale de dez xícaras de café por dia e dois maços de cigarro, combustível obrigatório num processo de criação que já teve lá suas crises. Em 1983, por exemplo, Angeli decidiu abandonar a charge política. "Nesse período, de início de abertura, houve um certo enaltecimento dos políticos por parte de veículos e desenhistas, empolgados com a nova situação", lembra ele. Essa "cumplicidade" entre os artistas e seus retratados fazia com que as charges, segundo o desenhista, ao contrário de despertar o senso crítico do leitor, acabassem por virar decoração de gabinete de deputado. "Eles gostavam de aparecer nos desenhos. Como eu não queria desenhar bichinhos engraçadinhos, resolvi mudar de tática." Por dez anos, voltou-se para as tiras em quadrinhos e criou personagens antológicos, como o Meia-Oito, caricatura do "revolucionário" de esquerda, a dupla Wood & Stock, de hippies saudosos, e a tresloucada Rê Bordosa, "assassinada" pelo autor em 1987, no auge da fama. Ultimamente, Angeli confessa que anda pensando, novamente, em "dar um tempo" no humor político: "Não me canso da charge, e sim da repetição", diz. "Os governos parecem todos iguais." Os governos podem ser, mas os cartunistas, não.
Fonte:veja.abril.com.br/260706/imagens/perfil1.jpg

Veja abaixo a imagem em: veja.abril.com.br/260706/p_100.html

FIGURAS DE LINGUAGEM

Figuras de pensamento
As figuras de pensamento, subdivisão das figuras de linguagem, são recursos estilísticos para tornar nossa expressão mais contundente e provocar impacto no ouvinte ou leitor. Entretanto, o efeito que provocam origina-se mais das idéias que estão por trás das palavras do que por elas mesmas ou pela construção das frases.

a) antítese: consiste na aproximação de termos contrários, de palavras que se opõem pelo sentido.

“Os jardins têm vida e morte.”

b) ironia: é a figura que apresenta um termo em sentido oposto ao usual, obtendo-se, com isso, efeito crítico ou humorístico.

Os políticos brasileiros são tão honestos! (Sem comentários...)

c) eufemismo: consiste em substituir uma expressão por outra menos brusca; em síntese, procura-se suavizar alguma afirmação desagradável.

Ele enriqueceu por meios ilícitos. (em vez de ele roubou)

d) hipérbole: trata-se de exagerar uma idéia com finalidade enfática.

Estou morrendo de sede. (em vez de estou com muita sede)

e) prosopopéia ou personificação: consiste em atribuir a seres inanimados predicativos que são próprios de seres animados.

O jardim olhava as crianças sem dizer nada.

Fonte:http://www.brasilescola.com/portugues/figuras-linguagem.htm

quinta-feira, 20 de maio de 2010

DICAS AOS PAIS

EDUCAR O SEU FILHO


Regra 1. “A vida não é fácil, acostume-se com isso”.
Regra 2. “O mundo não está preocupado com sua auto-estima. O mundo espera que você faça alguma coisa útil por ele ANTES de sentir-se bem com você mesmo”.
Regra 3. “Você não ganhará RS 20.000,00 por mês assim que sair da escola. Você não será vice-presidente de uma empresa com carro e telefone à disposição antes que você tenha conseguido comprar seu próprio carro e telefone”.
Regra 4. “Se você acha seu professor é rude, espere até ter um Chefe. Ele não terá pena de você”.
Regra 5. “Vender jornal velho ou trabalhar durante as férias não está abaixo da sua posição social.”
Regra 6. “Se você fracassar, não é culpa de seus pais. Então não lamente seus erros, aprenda com eles.”
Regra 7. “Antes de você nascer, seus pais não eram tão críticos como agora. Eles só ficaram assim por pagar as suas contas, lavar suas roupas e ouvir você dizer que eles são “ridículos”.
(Então antes de salvar o planeta para a próxima geração, querendo consertar os erros da geração de seus pais, tente limpar seu próprio quarto.)
Regra 8. “Sua escola pode ter eliminado a distinção entre vencedores e perdedores, mas a vida não é assim.
Em algumas escolas você não repete mais de ano e tem quantas chances precisar até acertar. Isto não se parece com absolutamente NADA na vida real.
Se pisar na bola, está despedido... RUA!!! Faça certo da primeira vez! “.
Regra 9. “A vida não está dividida em semestres. Você não terá sempre verões livres e é pouco provável que outros empregados o ajudem a cumprir suas tarefas no fim de cada período”.
Regra 10. “Televisão NÃO é vida real. Na vida real, as pessoas têm que deixar o barzinho ou a boate para ir trabalhar”. (Internet)
Regra 11. “Seja legal com os CDFS – aqueles estudantes que os demais julgam uns BABACAS. Existe uma grande probabilidade de você vir a trabalhar PARA um deles”.

RECADINHO AOS PAIS E ALUNOS:

A partir de 24/05/2010 a 01/06/2010, os alunos dos 8ºs e 9ºs anos estarão realizando avaliações de leitura e interpretação de texto. Além disso, alguns assuntos estudados durante as aulas serão abordados nessas avaliações como: uso do hífen, de acordo com a Nova Ortografia e os Casos Especiais de Ortografia(Dificuldades Ortográficas), no caso específico dos nonos anos.
Procurem revisar os conteúdos trabalhados, não faltar em dia de avaliação e praticar a leitura de crônicas durante a semana.
Em sala, fixarei com cada turma o dia em que cada turma fará sua avaliação.

Um abraço,

Profª Francisca


terça-feira, 18 de maio de 2010

BIOGRAFIA DE JÚLIO EMÍLIO BRAZ

É mineiro de Manhumirim. Iniciou sua carreira como escritor de roteiros para histórias em quadrinhos, publicadas no Brasil, Portugal, Bélgica, França, Cuba e EUA. Já publicou mais de cem títulos.
Em 1988 recebeu o prêmio Jabuti pela publicação do seu primeiro livro infanto-juvenil: Saguairu. Em 1990 escreveu roteiros para o programa Os Trapalhões, da TV Globo, e algumas mininovelas para a televisão do Paraguai. Em 1997 ganhou o Austrian Children Book Award, na Áustria, pela versão alemã do livro Crianças na escuridão (Kinder im Dunkelm), e o Blue Cobra Award, no Swiss Institute for Children's Book.

Fonte: Editora FTD

sábado, 15 de maio de 2010

PALESTRA CONTRA AS DROGAS

Alunos do nono ano:

Em breve, teremos palestra contra as Drogas com Douglas Lourenço.
Falta apenas confirmar a data e o horário.
Fiquem na expectativa; pois com certeza será ótima essa palestra!
Um abraço,

Profª Francisca

ENTREVISTA COM VALÉRIA PIASSA POLIZZI

VALÉRIA PIASSA POLIZZI
Por Ramon Mello



VALORIZAÇÃO DA VIDA

Valéria Piassa Polizzi, é o nome da autora do famoso livro Depois Daquela Viagem (Editora Ática) – autobiografia de uma menina que contraiu o vírus HIV, aos 16 anos de idade, na primeira relação sexual. Para quem não conhece, recomendo essa leitura, que nos faz valorizar a vida, nos despir de preconceitos. E, principalmente, entender que todos estamos vulneráveis à Aids.
Conheci a história de Valéria, na pré-adolescencia, e fiquei extremamente emocionado, com vontade de abraça-la. E parece que a vida se encarregou coloca-la no colo e cuidar para que pudesse ser o exemplo que é para todos nós. Aos trinta e seis anos, formada em jornalismo, ela tem lutado para inserir a educação sexual nas escolas, para jovens e adultos.
Dez anos depois da publicação do seu primeiro livro, a paulistana já tem mais dois títulos publicados: Enquanto Estamos Crescendo (Editora Ática) e Papo de Garota (O Nome da Rosa Editora e Editora Símbolo). Isso sem contar que Depois Daquela Viagem tem mais de trezentos mil exemplares vendidos, e já foi traduzido na Itália, em Portugal, na Alemanha, na Áustria, na Espanha, no México e em alguns países de América do Sul.
A conversa aconteceu por e-mail porque Valéria estava envolvida com o Dia Mundial Contra a Aids, ministrando palestras sobre o tema, como faz todos os anos.

ENTREVISTA COM VALÉRIA
CLICK(IN)VERSOS – Depois Daquela Viagem foi lançado em 4 de dezembro de 1997. Qual é o saldo dez anos depois da publicação do seu primeiro do livro? O que mudou depois disso?

VALÉRIA PIASSA POLIZZI – Quando resolvi publicar o livro, não sabia qual seria a reação do público e da mídia em geral. Na época havia muito preconceito em relação ao tema, a Aids era sinônimo de morte no Brasil. Mas para nossa grande surpresa o Depois Daquela Viagem foi muito bem aceito e a mídia entendeu a mensagem que eu queria passar: Como era a vida de quem tinha o vírus. E que a Aids pode acontecer com qualquer um, na verdade não existe grupo de risco, todos são vulneráveis e quem não quer se contaminar tem de se cuidar. O maior sucesso do Depois Daquela Viagem, para mim, foi que ele passou a ser adotado em escolas de todo o país. Eu defendo, bastante, a educação sexual contínua nos colégios e o livro veio ajudar a introduzir o assunto. E com isso passei a ser chamada para dar palestras em todo o Brasil, virou um trabalho sério.

CLICK(IN)VERSOS – No Brasil, Depois Daquela Viagem tem mais de trezentos mil exemplares vendidos. E no exterior foi traduzido na Itália, em Portugal, na Alemanha, na Áustria, na Espanha, no México e em alguns países de América do Sul. Com se sente com isso?

VALÉRIA PIASSA POLIZZI – Muito feliz! É maravilhoso saber que sua mensagem chegou em cantos longínquos do Brasil e do mundo. É surpreendente receber e-mail de leitores de outros países elogiando seu trabalho. Em janeiro de 2007 fui ao México dar palestras em escolas e universidades a convite do Governo do Estado do México e da Editora Santillana que publicou o livro no país. O Depois Daquela Viagem foi adotado em escolas públicas mexicanas para tratar do tema da Aids. Foi uma experiência e tanto para mim, levar informação para outra cultura e aprender tanta coisa nova com os jovens de lá. Foi tão enriquecedor que acabou virando um livro-reportagem que fiz para o TCC - Trabalho de conclusão de Curso - da faculdade de Comunicação Social em jornalismo que termino esse ano.

CLICK(IN)VERSOS – Algum cineasta já teve interesse de fazer um filme sobre a sua história?

VALÉRIA PIASSA POLIZZI – Estamos pensando primeiro em teatro. O dramaturgo e jornalista Dib Carneiro Neto adaptou o Depois Daquela Viagem para os palcos. Já fizemos uma leitura do texto no teatro do Masp em São Paulo e no Rio de Janeiro. Gostamos muito do resultado e agora o pessoal está correndo atrás de patrocínio para montar a peça.

CLICK(IN)VERSOS – Como foi o retorno do segundo e o terceiro livro: Papo de Garota e Enquanto Estamos Crescendo?

VALÉRIA PIASSA POLIZZI – Foi muito bom. Os adolescentes também gostaram bastante e tanto o Enquanto Estamos Crescendo, como o Papo de Garota, também são usados em escolas. E para mim foi um processo novo escrever ficção.

CLICK(IN)VERSOS – Por que a escrita?

VALÉRIA PIASSA POLIZZI – Eu sempre amei histórias. Quando era adolescente fazia teatro e sonhava em fazer cinema. Escrever o Depois daquela viagem me abriu um outro universo. Num trabalho de atriz ou cineasta, por exemplo, você cria em cima de um texto já existente e todo o processo é de muito trabalho em grupo. Para escrever um livro a sua criação é a primeira etapa e isso é fascinante. Hoje não me imagino fazendo outra coisa. Adoro criar quieta, sozinha, no meu canto. Somente as palavras e eu.

ENTREVISTA PARTE II

Por Ramon Mello

CLICK(IN)VERSOS – Como funciona seu processo de criação?

VALÉRIA PIASSA POLIZZI – É uma viagem. Na hora de sentar e escrever é um trabalho intenso e solo. Não solitário, porque quem está envolvido com histórias e personagens nunca se sente sozinho, pelo menos eu não. Mas antes disso tem de haver muita leitura e observação do mundo. Para o meu último trabalho, sobre a Viagem ao México, utilizei também bastante pesquisa, porque conto um pouco da história do país, desde a época dos astecas, a chegada dos espanhóis, a colonização a independência, a revolução... E acabei descobrindo que, além do processo de criação, a pesquisa também pode ser ‘viagem’ intensa e prazerosa.


CLICK(IN)VERSOS – Você formou-se em Jornalismo. Por que você deixou de escrever para a Revista Atrevida?

VALÉRIA PIASSA POLIZZI – Eu tive uma coluna na Atrevida por sete anos. Numa época, quando a editora passou por mudanças estruturais e financeiras disseram que não poderia mais me manter. É claro que tenho boas lembranças de um trabalho que foi tão legal, mas por outro lado foi bom encerrar um ciclo o que sempre nos impulsiona a descobrir outras áreas, caminhos e crescer. Eu fiz jornalismo, mas não pretendo trabalhar como jornalista, numa redação, por exemplo. Minha praia são os livros. É onde mais gosto de me expressar.

CLICK(IN)VERSOS – Quais são os escritores que mais gosta?

VALÉRIA PIASSA POLIZZI – Gosto muito de Amós Oz, um israelense autor de A Caixa Preta e Fima. Os latino-americanos Gabriel García Márquez, Isabel Allende e Carlos Fuentes me encantam. Da língua portuguesa, Machado de Assis, Saramago, Clarice Lispector, Ligia Fagundes Telles, entre vários outros. Gosto muito também de ler livros de autores de outras nacionalidades que contam sobre a cultura e história de seus países. Só para citar alguns exemplos: a sul-africana Nadine Gordimer (A arma da casa); o israelita A.B.Yehoshua (Viagem ao fim do milênio); o japonês Jun'Ichiro Tanizaki (As irmãs Makioka); e uma chinesa chamada Pearl S.Buck. (A boa terra, Os filhos de Wang Lung e Casa dividida).

CLICK(IN)VERSOS – Quando sairá o próximo livro? Já tem nome? Do que se trata?

VALÉRIA PIASSA POLIZZI – Espero que saia em breve. Já mandei o texto para análise nas editoras. E é o da Viagem ao México.

CLICK(IN)VERSOS – Como foi a experiência de morar na Áustria? Por que escolher esse país?

VALÉRIA PIASSA POLIZZI – Namorei um austríaco por três anos, quando nos casamos fomos morar na Áustria por mais três anos. Foi uma época boa, num vilarejo bucólico em meio a campos de girassóis e estudei alemão para estrangeiros na universidade de Viena. Eu estava cansada de dar palestras sobre aids e foi ótimo fazer uma pausa, foi lá que escrevi o Enquanto estamos crescendo. Quando voltamos ao Brasil, o Markus não se acostumou no país e acabamos nos separando, mas somos amigos e mantemos contato até hoje.

CLICK(IN)VERSOS – Tem vontade de escrever poesia?

VALÉRIA PIASSA POLIZZI – Não é minha praia, deixo para os grandes.

CLICK(IN)VERSOS – A pesquisa mais recente do Ministério da Saúde revelou que cresceu a contaminação entre os heterossexuais, principalmente entre as mulheres. O que você sente quando lê esses dados?

VALÉRIA PIASSA POLIZZI – O Brasil tem uns dos melhores programas de tratamento de Aids do mundo, pois o acesso a medicamentos aqui é universal. Infelizmente ainda deixa muito a desejar no que diz respeito à prevenção.

CLICK(IN)VERSOS – Qual a importância de alguém assumir publicamente ser soropositivo?

VALÉRIA PIASSA POLIZZI – É importantíssimo um país ter referência de soropositivos em sua cultura. Aqui no Brasil, personagens como Betinho, Hebert Daniel, Cazuza e Sandra Bréa e muitos ativistas, tornaram a nossa convivência com o vírus mais aceitável. Eles foram uma referência para nós. No México, por exemplo, uma das coisas que achei mais preocupante foi eles não terem, em sua cultura, alguém conhecido que viva com o HIV. A doença se torna pior no imaginário das pessoas quando não se tem uma referência concreta.

CLICK(IN)VERSOS – O que é mais importante na vida?

VALÉRIA PIASSA POLIZZI – Fazer coisas que gostamos. E das quais nos orgulhamos. Aproveitar o tempo junto às pessoas especiais para nós.

CLICK(IN)VERSOS – O que é o amor?

VALÉRIA PIASSA POLIZZI – Um livro inteiro seria necessário para se explicar isso. E ainda assim não seria algo definitivo.

CLICK(IN)VERSOS – Você tem religião? Acredita em Deus?

VALÉRIA PIASSA POLIZZI – Não tenho uma religião. Mas acredito em Deus e tenho fé. E aprecio os aspectos culturais de diversas religiões.

CLICK(IN)VERSOS – Quais são os seus planos para o futuro?

VALÉRIA PIASSA POLIZZI – Escrever, viajar e curtir as pessoas e coisas que mais gosto.

CLICK(IN)VERSOS – Que mensagem você deixaria para os jovens?

VALÉRIA PIASSA POLIZZI – Que leiam muito, exijam educação sexual contínua em suas escolas e se cuidem. Mesmo quando se apaixonar não se esqueçam da camisinha e de conversar sobre prevenção com seus parceiros. Aliás, isso serve para todos, os adultos e idosos também!

FONTE: wwwb.click21.mypage.com.br/myblog

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Luis Fernando Verissimo



Nasceu em 26 de setembro de 1936, em Porto Alegre (RS), e é filho do escritor Erico Veríssimo. Completou seus estudos em Washington, onde também estudou música. Trabalhou durante algum tempo no Rio de Janeiro como tradutor.
Seu primeiro livro publicado foi ‘O popular: crônicas ou coisa parecida’, de 1974. Desde então foram 60 títulos publicados, sendo Ed Mort e o Analista de Bagé seus personagens mais conhecidos.
Veríssimo também é cartunista, jornalista, romancista, contista, além é claro de cronista. Atualmente é um dos escritores brasileiros mais consagrados, com mais de 5 milhões de exemplares vendidos.
Recebeu diversos prêmios, dentre os quais: em 1989, Prêmio Direitos Humanos, da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB); em 1995, Prêmio O Homem das Idéias do Ano, do Jornal do Brasil; em 1996, Prêmio Formador de Opinião, da Associação Brasileira de Empresas de Relações Públicas; e, em 1997, Prêmio Juca Pato – Intelectual do Ano, da União Brasileira de Escritores.

A Moça Tecelã

Por Marina Colasanti

Acordava ainda no escuro, como se ouvisse o sol chegando atrás das beiradas da noite. E logo sentava-se ao tear.
Linha clara, para começar o dia. Delicado traço cor da luz, que ela ia passando entre os fios estendidos, enquanto lá fora a claridade da manhã desenhava o horizonte.
Depois lãs mais vivas, quentes lãs iam tecendo hora a hora, em longo tapete que nunca acabava.
Se era forte demais o sol, e no jardim pendiam as pétalas, a moça colocava na lançadeira grossos fios cinzentos do algodão mais felpudo. Em breve, na penumbra trazida pelas nuvens, escolhia um fio de prata, que em pontos longos rebordava sobre o tecido. Leve, a chuva vinha cumprimentá-la à janela.
Mas se durante muitos dias o vento e o frio brigavam com as folhas e espantavam os pássaros, bastava a moça tecer com seus belos fios dourados, para que o sol voltasse a acalmar a natureza.
Assim, jogando a lançadeira de um lado para outro e batendo os grandes pentes do tear para frente e para trás, a moça passava os seus dias.
Nada lhe faltava. Na hora da fome tecia um lindo peixe, com cuidado de escamas. E eis que o peixe estava na mesa, pronto para ser comido. Se sede vinha, suave era a lã cor de leite que entremeava o tapete. E à noite, depois de lançar seu fio de escuridão, dormia tranqüila.
Tecer era tudo o que fazia. Tecer era tudo o que queria fazer.
Mas tecendo e tecendo, ela própria trouxe o tempo em que se sentiu sozinha, e pela primeira vez pensou em como seria bom ter um marido ao lado.
Não esperou o dia seguinte. Com capricho de quem tenta uma coisa nunca conhecida, começou a entremear no tapete as lãs e as cores que lhe dariam companhia. E aos poucos seu desejo foi aparecendo, chapéu emplumado, rosto barbado, corpo aprumado, sapato engraxado. Estava justamente acabando de entremear o último fio da ponto dos sapatos, quando bateram à porta.
Nem precisou abrir. O moço meteu a mão na maçaneta, tirou o chapéu de pluma, e foi entrando em sua vida.
Aquela noite, deitada no ombro dele, a moça pensou nos lindos filhos que teceria para aumentar ainda mais a sua felicidade.
E feliz foi, durante algum tempo. Mas se o homem tinha pensado em filhos, logo os esqueceu. Porque tinha descoberto o poder do tear, em nada mais pensou a não ser nas coisas todas que ele poderia lhe dar.
— Uma casa melhor é necessária — disse para a mulher. E parecia justo, agora que eram dois. Exigiu que escolhesse as mais belas lãs cor de tijolo, fios verdes para os batentes, e pressa para a casa acontecer.
Dias e dias, semanas e meses trabalhou a moça tecendo tetos e portas, e pátios e escadas, e salas e poços. A neve caía lá fora, e ela não tinha tempo para chamar o sol. A noite chegava, e ela não tinha tempo para arrematar o dia. Tecia e entristecia, enquanto sem parar batiam os pentes acompanhando o ritmo da lançadeira.
Afinal o palácio ficou pronto. E entre tantos cômodos, o marido escolheu para ela e seu tear o mais alto quarto da mais alta torre.
— É para que ninguém saiba do tapete — ele disse. E antes de trancar a porta à chave, advertiu: — Faltam as estrebarias. E não se esqueça dos cavalos!
Sem descanso tecia a mulher os caprichos do marido, enchendo o palácio de luxos, os cofres de moedas, as salas de criados. Tecer era tudo o que fazia. Tecer era tudo o que queria fazer.
E tecendo, ela própria trouxe o tempo em que sua tristeza lhe pareceu maior que o palácio com todos os seus tesouros. E pela primeira vez pensou em como seria bom estar sozinha de novo.
Só esperou anoitecer. Levantou-se enquanto o marido dormia sonhando com novas exigências. E descalça, para não fazer barulho, subiu a longa escada da torre, sentou-se ao tear.
Desta vez não precisou escolher linha nenhuma. Segurou a lançadeira ao contrário, e jogando-a veloz de um lado para o outro, começou a desfazer seu tecido. Desteceu os cavalos, as carruagens, as estrebarias, os jardins. Depois desteceu os criados e o palácio e todas as maravilhas que continha. E novamente se viu na sua casa pequena e sorriu para o jardim além da janela.
A noite acabava quando o marido estranhando a cama dura, acordou, e, espantado, olhou em volta. Não teve tempo de se levantar. Ela já desfazia o desenho escuro dos sapatos, e ele viu seus pés desaparecendo, sumindo as pernas. Rápido, o nada subiu-lhe pelo corpo, tomou o peito aprumado, o emplumado chapéu.
Então, como se ouvisse a chegada do sol, a moça escolheu uma linha clara. E foi passando-a devagar entre os fios, delicado traço de luz, que a manhã repetiu na linha do horizonte.

Quem é Marina Colasanti?

Marina Colasanti (Asmara (Etiópia), 1937) chegou ao Brasil em 1948, e sua família se radicou no Rio de Janeiro. Entre 1952 e 1956 estudou pintura com Catarina Baratelle; em 1958 já participava de vários salões de artes plásticas, como o III Salão de Arte Moderna. Nos anos seguintes, atuou como colaboradora de periódicos, apresentadora de televisão e roteirista. Em 1968, foi lançado seu primeiro livro, Eu Sozinha; de lá para cá, publicaria mais de 30 obras, entre literatura infantil e adulta. Seu primeiro livro de poesia, Cada Bicho seu Capricho, saiu em 1992. Em 1994 ganhou o Prêmio Jabuti de Poesia, por Rota de Colisão (1993), e o Prêmio Jabuti Infantil ou Juvenil, por Ana Z Aonde Vai Você?. Suas crônicas estão reunidas em vários livros, dentre os quais Eu Sei, mas não Devia (1992). Nelas, a autora reflete, a partir de fatos cotidianos, sobre a situação feminina, o amor, a arte, os problemas sociais brasileiros, sempre com aguçada sensibilidade.

Um pouco mais de Marina Colasanti

Crônica: Eu sei, mas não devia

Eu sei que a gente se acostuma, mas não devia.
A gente se acostuma a morar em apartamento de fundos e a não ter outra vista que não as janelas ao redor. E porque não tem vista, logo se acostuma a não olhar para fora. E porque não olha para fora, logo se acostuma a não abrir de todo as cortinas. E porque não abre as cortinas, logo se acostuma a acender mais cedo a luz. E porque à medida que se acostuma esquece o sol, esquece o ar, esquece a amplidão.
A gente se acostuma a acordar de manhã, sobressaltado porque está na hora. A tomar café correndo porque está atrasado. A ler jornal no ônibus porque não pode perder o tempo da viagem. A comer sanduíches porque já é noite. A cochilar no ônibus porque está cansado. A deitar cedo e a dormir pesado sem ter vivido o dia. A gente se acostuma a abrir a janela e a ler sobre a guerra. E aceitando a guerra, aceita os mortos e que haja números para os mortos. E aceitando os números, aceita não acreditar nas negociações de paz.
E aceitando as negociações de paz, aceita ler todo dia de guerra, dos números, da longa duração. A gente se acostuma a esperar o dia inteiro e ouvir no telefone: hoje não posso ir. A sorrir para as pessoas sem receber um sorriso de volta. A ser ignorado quando precisava tanto ser visto. A gente se acostuma a pagar por tudo o que deseja e o que necessita. E a lutar para ganhar o dinheiro com que paga. E a ganhar menos do que precisa. E a fazer fila para pagar. E a pagar mais do que as coisas valem. E a saber que cada vez pagará mais. E a procurar mais trabalho, para ganhar mais dinheiro, para ter com o que pagar nas filas em que se cobra.
A gente se acostuma a andar na rua e ver cartazes, a abrir as revistas e a ver anúncios. A ligar a televisão e assistir a comerciais. A ir ao cinema, a engolir publicidade. A ser instigado, conduzido, desnorteado, lançado na infindável catarata dos produtos. A gente se acostuma à poluição. À luz artificial de ligeiro tremor. Ao choque que os olhos levam na luz natural. Às besteiras das músicas, às bactérias da água potável. À contaminação da água do mar. À luta. À lenta morte dos rios. E se acostuma a não ouvir passarinhos, a não colher frutas do pé, a não ter sequer uma planta.
A gente se acostuma a coisas demais, para não sofrer. Em doses pequenas, tentando não perceber. Vai afastando uma dor aqui, um ressentimento ali, uma revolta acolá. Se o cinema está cheio, a gente se senta na primeira fila e torce um pouco o pescoço. Se a praia está contaminada, a gente só molha os pés e sua no resto do corpo. Se o trabalho está duro, a gente se consola pensando no fim de semana. E se no fim de semana não há muito o que fazer, a gente vai dormir cedo e ainda satisfeito porque tem sono atrasado.
A gente se acostuma para não se ralar na aspereza, para preservar a pele. Se acostuma para evitar feridas, sangramentos, para esquivar-se da faca e da baioneta, para poupar o peito. A gente se acostuma para poupar a vida. Que aos poucos se gasta, e que, de tanto acostumar, se perde de si mesma.

Marina Colasanti

quinta-feira, 6 de maio de 2010

PROJETO COPA DO MUNDO

1ª Etapa - pesquisa na sala de informática.

Nessa fase, o objetivo é pesquisar o tema Sociedade do roteiro do Projeto da Copa do Mundo. Espera-se que através das pesquisas os alunos conheçam um pouco da realidade de cada país participante da Copa do Mundo.
O foco da pesquisa é saber como as crianças e adolescentes vivem em cada país, se o governo respeita seus direitos e se possui leis que garantam uma formação saudável. Durante as pesquisas também terão acesso a informações sobre os problemas que os adolescentes enfrentam, como encaram a sexualidade, qual o índice de gravidez na adolescência e se têm envolvimento com drogas.
9ºAno C - durante os trabalhos de pesquisa


PROJETO LER É UM PRAZER






Leitura do livro Um sonho dentro de mim na turma do 8ºano C durante as aulas do 1º Bimestre





quarta-feira, 5 de maio de 2010

PROJETO VIVENDO VALORES NA ADOLESCÊNCIA

Hoje trabalhei o tema Respeito com as turmas 8º ano A e C.
Confira a sequência utilizada durante a aula e comente.

SEQUÊNCIA DIDÁTICA PARA TRABALHAR VALORES

PROJETO VIVENDO VALORES NA ADOLESCÊNCIA

Tema: Respeito

1- Música para harmonizar o ambiente.

2- Reflexão – Com quem você se parece?

3- Autoavaliação – Que tipo de adolescente tenho sido?

a) Como filho?

b) Como amigo?

c) Como aluno?

4- Livre: Quem desejar poderá ler sua autoavaliação.

5- Leitura de texto para reflexão: Cada situação, hein?!

6- Como você gostaria de ser?

7- Tarefa: Faça um desenho ou recorte e cole, em seu caderno, duas figuras: uma que retrate uma atitude não muito boa que você tem todos os dias e uma outra figura que ilustre uma atitude boa que você passará a ter na escola depois desse nosso encontro.

Fonte: IACOCCA, Liliana e Michelle: EU & OS OUTROS – Melhorando as relações

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