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quinta-feira, 29 de abril de 2010

MAIORIDADE PENAL EM DIFERENTES PAÍSES

O dicionário Aurélio da Língua Portuguesa traz a palavra maioridade definida como: “a idade em que o individuo entra em pleno gozo dos seus direito civis”.

O sistema jurídico brasileiro vigente, encontradas no artigo 27 do Código Penal, no Estatuto da Criança e do Adolescente e da Constituição Federal, a maioridade penal se dá aos dezoito (18) anos de idade. (Lei n.º 8069/90). A maioridade penal não coincide necessariamente com a maioridade civil, nem com as idades mínimas para votar, dirigir, etc.
A maioridade penal também é conhecida como idade da responsabilidade criminal, ou seja, idade a partir da qual o individuo pode ser penalmente responsabilizado pelos seus atos, em determinados países ou jurisdições.
A redução da maioridade penal é um tema muito polêmico, pois muitos defendem que o tratamento do menor infrator deve sim ser diferenciado, e que não deve ter a interferência do Direito penal. Outros por sua vez, já afirmam que o delito cometido é o mesmo, e tendo o individuo a capacidade de distinguir que aquele ato não é tolerável na sociedade, ele também tem capacidade de cumprir a pena imposta, assim como os outros delinqüentes.
No desenvolver deste trabalho, trataremos sobre a redução da maioridade, defendendo ou não, e trazendo informações obtidas ao longo das pesquisas.

2. MAIORIDADE PENAL EM ALGUNS PAÍSES

A relação da maioridade penal varia muito entre determinados países, de acordo com a cultura jurídica e social de cada nação. Segundo informações cedidas pela UNICEF (Fundo das Nações Unidas para a Infância), a maioridade penal é a seguinte nos países abaixo listados:

AMÉRICA DO SUL

ARGENTINA: 16 ANOS

BRASIL: 18 ANOS

PERU: 18 ANOS

EUROPA

ALEMANHA: 14 ANOS

ESCANDINAVIA: 15 ANOS – Nos quatro países escandinavos (Noruega, Dinamarca,

Suécia e Finlândia), a maioridade penal é fixada aos 15 anos, adolescentes entre 15 e 18 anos, estão sujeitos a um sistema judicial voltado para os serviços sociais, sendo a prisão um último recurso.

FRANÇA: 13 ANOS

ITÁLIA: 14 ANOS

POLÔNIA: 13 ANOS

REINO UNIDO: 8 ANOS (ESCÓCIA)

INGLATERRA E PAÍS DE GALES: 10 ANOS

RÚSSIA: 14 ANOS

UCRÂNIA: 10 ANOS

AMÉRICA DO NORTE

ESTADOS UNIDOS: Nos EUA, a maioridade penal varia conforme a legislação estadual. Apenas treze estados fixaram uma idade mínima legal, a qual varia entre 6 e 12 anos.

MÉXICO: 6 A 12 ANOS (CONFORME O ESTADO, SENDO 11 E 12 NA MAIORIA DOS ESTADOS).

GROELÂNDIA: 6 A 7 ANOS

ORIENTE MÉDIO

IRÃ: 9 ANOS PARA MULHERES, 15 ANOS PARA HOMENS

TURQUIA: 11 ANOS

ÁSIA E OCEANIA

BANGLADESH: 7 ANOS

CHINA: 14 ANOS

CORÉIA DO SUL: 12 ANOS

FILIPINAS: 9 ANOS

ÍNDIA: 7 ANOS

INDONÉSIA: 8 ANOS

JAPÃO: 14 ANOS

MIANMAR: 7 ANOS

NEPAL: 10 ANOS

PAQUISTÃO: 7 ANOS

TAILÂNDIA: 7 ANOS

UZBEQUISTÃO: 13 ANOS

VIETNÃ: 14 ANOS

ÁFRICA

ÁFRICA DO SUL: 7 ANOS

ARGÉLIA: 13 ANOS

EGITO: 15 ANOS

ETIÓPIA: 9 ANOS

MARROCOS: 12 ANOS

NIGÉRIA: 7 ANOS

QUÊNIA: 8 ANOS

SUDÃO: 7 ANOS

TANZÂNIA: 7 ANOS

UGANDA: 12 ANOS

Fonte: artigo científico: REDUÇÃO DA MAIORIDADE PENAL de Larissa Aparecida da SILVA *

sábado, 24 de abril de 2010

SAIBA MAIS SOBRE COMO É A VIDA E OS DESAFIOS DOS ADOLESCENTES SUL-AFRICANOS

AIDS: Grandes desafios dos jovens sul-africanos Kinha Costa

01-12-2004

Se por um lado os jovens na África do Sul comemoram dez anos de democracia e o fim da era do governo separatista do apartheid, exercendo o direito de ir onde quiser, por outro lado, esses jovens enfrentam desafios que parecem intransponíveis a curto prazo: acesso a educação e a língua predominante – inglês, desemprego, criminalidade e talvez o mais cruel dos desafios, a epidemia da Aids.
Os jovens sul-africanos, como a maioria dos jovens do planeta, gostam de música, esporte, internet, amigos e festa. Porém a juventude sul-africana do século XXI está enfrentando um crescente problema que tem abreviado vidas, frustrado carreiras, diluído sonhos e transformado crianças e jovens rapidamente em adultos com sérias responsabilidades ao serem confrontados com a dura realidade do vírus HIV/ Aids.
Segundo dados do Ministério de Saúde sul-africano, 5.3 milhões de pessoas na África do Sul estão infectados com o vírus da Aids. 14.8% têm menos de 20 anos. 29.1% são jovens entre 20 e 24 anos. Mais de 40% da população da África do Sul – 45 milhões - tem menos de 20 anos. Segundo a ONG Love Life, 35% dos casos de contaminação do vírus HIV ocorrem antes dos 20 anos. O alto índice de infectados mostra que a epidemia tem implicações enormes no setor sócio-econômico do país.

Sexo e tabu

Apesar das campanhas na mídia, educação sexual nas escolas e o assunto despertar interesse internacional, falar abertamente sobre sexo ainda é um grande tabu nas famílias sul-africanas. As famílias delegam a tarefa de esclarecer, tirar dúvidas e informar os jovens às escolas e outros meios de que os jovens dispõem. Infelizmente falar sobre sexo tem a conotação de autorizar os jovens a iniciar vida sexual. A África do Sul é um caldeirão cultural. Na cultura zulu, por exemplo, as jovens só podem falar sobre sexo quando estão noivas, comprometidas para casar.
Em contra partida, o alto índice de adolescentes grávidas mostra que a vida sexual das garotas começa entre 13 e 14 anos. E segundo dados da Fundação Nelson Mandela, 90% dos casos de gravidez na adolescência são de relações com parceiros mais velhos.

Crenças

Crenças antigas também desafiam escolas, instituições e programas de prevenção. Um em três jovens acredita que ter relação sexual com uma virgem cura Aids.
Segundo dados da ONU, a África do Sul é o país onde ocorre o maior índice de estupro no mundo. A cada três minutos uma criança ou uma mulher está sendo violentada. 64% das vítimas de estupro têm entre 14 e 19 anos.
Freqüentemente os tribunais condenam jovens e homens adultos a penas que vão de cinco a dez anos, por estupro. E os jornais estampam manchetes com casos de estupro que vão de bebês a velhinhas.
A cultura sul-africana ainda é muito centrada no homem. Preocupar-se com gravidez é tarefa das mulheres. Na cultura, negra, sul-africana a poligamia é uma prática aceita. As mulheres ficam muito vulneráveis e dependentes dos homens. Esse pode ser um dos fatores determinantes do poder do homem sobre a mulher e da fragilidade das mulheres na hora do sexo. A recusa de uma relação sexual porque o parceiro não quer usar preservativo, muitas vezes, significa o fim de um possível relacionamento. Um em cinco jovens sul-africanos não usa preservativo. Um em dois jovens de 16 anos tem vida sexual ativa e uma em três jovens tem o primeiro filho aos 18 anos.


Impacto na vida das crianças

Segundo dados da Fundação Nelson Mandela, 660.000 crianças na África do Sul são órfãs. É difícil descrever os efeitos psicológicos que a doença causa nestas crianças. Aids não significa somente a perda dos pais, mas ao mesmo tempo a perda da infância. Quando pais e familiares ficam doentes, as crianças assumem responsabilidade de produzir salários, comida e cuidar dos doentes.
É quase impossível essas crianças terem acesso à nutrição adequada, saúde básica e educação.

Impacto na Educação

Queda na freqüência escolar é um dos mais visíveis mostradores dos efeitos da epidemia na vida escolar das crianças e dos jovens. Muitos param de ir à escola para cuidarem dos pais doentes. E com o número crescente de crianças e jovens infectados, muitos não vivem o suficiente para iniciar o ano escolar ou não sobrevivem ao ano letivo. As meninas são mais sacrificadas para cuidar de familiares e das tarefas domésticas. Os professores também são afetados. É freqüente a ausência do professor na sala de aula por causa de Aids ou de doenças correlatas.

Impacto no mercado de trabalho

O efeito da doença no mercado de trabalho, na economia e no progresso social é drástico. A grande maioria dos infectados na África do Sul tem entre 15 e 49 anos, praticamente a primeira fase da vida profissional.

Estudos mostram que com a epidemia da Aids, as empresas sofrem um acréscimo nos custos dos funcionários de 6 a 8% para cobrir gastos com: ausência no trabalho, queda na produtividade, assistência médica hospitalar e treinamento de novos funcionários, entre outros.

Medicamentos

Drogas e coquetéis estão no mercado internacional desde os anos 80, mas até recentemente os preços eram simplesmente inacessíveis. Na última década americanos e europeus pararam de morrer e pessoas portadoras do vírus HIV voltaram para o trabalho, mas na África as pessoas continuam a sucumbir em números crescentes.
Apesar da guerra entre os gigantes da indústria farmacêutica, países como Brasil, Índia e Tailândia, na contramão, começaram a produzir os genéricos, o que reduziu os preços das drogas drasticamente na África do Sul e no mundo.
Hoje as drogas estão mais acessíveis do que nunca, mas, mesmo assim, somente uma pequena parcela da população afetada na África do Sul, pode comprar e dispor da assistência que o tratamento exige.
Apesar de pertencer ao pequeno grupo de elite que pode comprar medicamentos, o líder ativista – indicado ao prêmio Nobel da Paz 2004 - Zackie Achmat, há seis anos criou a Campanha Ação e Tratamento e decidiu não tomar nenhum medicamento enquanto o governo sul-africano não providenciasse drogas grátis e assistência adequada para a população. Em junho último, ele teve que voltar atrás e entrou em tratamento pesado porque começou a desenvolver sintomas da doença. Segundo Zackie, o programa aplicado pelo governo sul-africano é ineficiente e está muito longe de atingir a população que sofre de Aids.

Campanha e prevenção

O governo do presidente Thabo Mbeki iniciou, em 2002, campanha de prevenção que inclui: educação sexual nas escolas; compra anual, de 400 milhões de preservativos para serem distribuídos pelo Ministério de Saúde; campanha de incentivo ao uso de preservativo, campanha de abstinência sexual; testes voluntários para grávidas; programa de assistência à transmissão vertical (mãe para filho), assistência integral para vítimas de estupro e assistência gradual para a população infectada.
O Instituto de Democracia da África do Sul, a Campanha de Ação e Tratamento e a empresa Anglo American formaram um Fórum para monitorar o programa de tratamento e assistência do governo. Na sua primeira coletiva, o Fórum anunciou que o progresso do programa do governo é muito lento e que a ministra da Saúde, Manto Tshabalala-Msimang, precisa assumir que realmente deseja fazer do programa um sucesso. Somente 8.000 pessoas no país estão sendo medicadas dentro do programa do governo. O plano original era atingir 53.000 até o final deste ano.
Segundo estatísticas do próprio governo, até o final do ano passado 500.000 pessoas iriam precisar dos medicamentos para viver.
Na região do Cabo Oeste quase 4.000 pessoas estão sendo assistidas pelo programa do governo e em Gauteng 2.800 pessoas. Apesar de Kwazulu-Natal ser a região mais atingida pela epidemia, somente 535 pessoas estão sendo atendidas pelo programa e pacientes estão sendo orientados para esperar até agosto do ano que vem, quando poderão fazer exames e ter acesso a medicamentos grátis. Na região de Limpopo, somente 20 pessoas estão sob tratamento. O Fórum constatou que as duas regiões receberam os medicamentos solicitados. Os órgãos oficiais responsáveis não responderam por quê o número de pessoas em tratamento nas duas regiões é tão baixo.
As regiões pobres não têm condições de implementar o programa sem a ajuda do governo: faltam escolas, assistência médica, clínicas, hospitais e comida nas comunidades carentes e nas áreas rurais.

Fonte:http://static.rnw.nl/migratie/www.parceria.nl/cienciaesaude/Aids_no_Mundo/do041201Aids_desafios-redirected

Jovens da África do Sul

Terça-feira, 12 de Fevereiro de 2008


Jovens africanos fogem da marginalidade através dança e música

Terça, 12 de Fevereiro 2008



Os jovens de origem africana que moram no Bairro da Arrentela, Seixal, têm fracas expectativas em relação ao futuro, mas encontraram na dança e na música uma forma de fugirem à marginalidade e conseguirem a integração na sociedade.
A Associação Khapaz, formada há cerca de seis anos pelos próprios jovens africanos, que aprendem e desenvolvem o hip-hop, uma forma de estar e de viver que ajuda a ultrapassar os problemas familiares, o desemprego, a baixa escolaridade e a discriminação, segundo afirmou Nuno Santos, um dos dirigentes da colectividade.
A Associação Khapaz, a única existente no bairro, acolhe desde quarta-feira e até hoje uma equipa do Alto Comissariado para a Imigração e Minorias Étnicas no âmbito do projecto "ACIME junto das comunidades", acção que se insere numa política de maior proximidade com as comunidades imigrantes.
Nuno Santos explicou que os jovens tentam ocupar os tempos livres passando os dias na associação a aprenderem e a desenvolverem a dança, a música e até expressão plástica.
Além dos espectáculos frequentes para toda a comunidade, a associação tem já um grupo de jovens que faz voluntariado nas prisões da região de Setúbal e de Lisboa, onde leva o estilo hip-hop.
No Bairro da Arrentela vivem cerca de quatro mil pessoas, entre os quais cidadãos portugueses, de etnia cigana e de origem africana, três comunidades diferentes, mas que têm o mesmo problema de exclusão social.
Nuno Santos sublinhou que os jovens, que ocupam uma parcela importante no bairro, têm "fraca expectativa em relação ao futuro", abandonam a escola muito cedo e não têm emprego.
"O insucesso escolar deve-se muitas vezes à mentalidade dos próprios professores", disse, adiantando que "a escola não consegue abordar as diferentes culturas".
Através do Programa Escolhas 2ª Geração, a Associação Khapaz vai à procura dos jovens nas escolas e incentiva-os a prosseguir os estudos, dá formação cívica e ajuda os adolescentes a terem um projecto de vida.
No entanto e à semelhança de outros jovens de origem africana, também os rapazes e raparigas do Bairro da Arrentela debatem-se com o problema da ilegalidade.
"Já nasceram em Portugal, mas por desconhecimento dos pais nunca foram legalizados", afirmou Nuno Santos, salientando que a esperança deste jovens está na lei da Nacionalidade que em breve vai ser aprovada pela Assembleia da República e que vai permitir que se tornem portugueses.
"Estarem na ilegalidade cria problemas de auto estima. Estes jovens têm tido dificuldades no acesso à educação, desporto e trabalho", lamentou.
Sobre a iniciativa do ACIME, o dirigente associativo congratulou-se com a acção que "ajudou a reforçar os laços com a comunidade local".
"A associação estava prestes a ser desalojada por falta de pagamento das rendas, mas graças a esta iniciativa a autarquia vai garantir o pagamento", frisou.
O alto-comissário, Rui Marques, destacou o trabalho que a Associação Khapaz tem feito com os jovens de origem africana do bairro, que se debatem com problemas de desigualdade.
De acordo com Rui Marques, estes jovens têm "uma ausência de esperança no horizonte" devido à falta de emprego, ao abandono escolar e ao facto das suas famílias não estarem estruturadas.
"Os jovens desta associação têm feito um óptimo trabalho. Eles próprios tentam resolver os problemas e têm sido os protagonistas das soluções", disse.
Ao contrário da maioria dos bairros onde moram africanos, onde o problema básico é a habitação, na Arrentela as pessoas vivem em apartamentos relativamente recentes.
Apesar de não se colocar o problema da habitação, a exclusão social e as dificuldades de integração são uma evidência no bairro, referiu o alto-comissário.
"A habitação é um passo importante, mas o problema da exclusão não fica resolvido", sustentou.
Ao longo de três dias, a equipa do ACIME contactou e ouviu as comunidades imigrantes residentes da Arrentela e reuniu com as instituições locais, públicas e privadas que lhes dão apoio no sentido de conhecer as dificuldades e encontrar soluções.
A próxima iniciativa do projecto "ACIME junto das comunidades" deverá realizar-se em Abril num bairro do concelho da Amadora.
A primeira acção do ACIME no âmbito deste projecto realizou-se em Novembro na Quinta do Mocho e na Quinta da Serra, no Prior Velho.
A iniciativa tem também como objectivo desmistificar junto da sociedade portuguesa os preconceitos que existem em relação a estes bairros, dando a conhecer a vida e as preocupações.

Agência LUSA

2006-02-10 18:10:51

Fonte:http://journalsurlamarginalite.blogs.sapo.pt/3686.html







publicado por BAAM às 10:29

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sexta-feira, 23 de abril de 2010

Problemas enfrentados por crianças e adolescentes nigerianos

Crianças e jovens detentos na Nigéria


Seus olhos marejaram enquanto ela lutava para segurar a torrente de lágrimas que ameaçava arruinar seu macacão bem-passado. Logo suas lágrimas rolaram livres, enquanto contava mais uma vez os detalhes dos últimos cinco anos e meio que passou na prisão. Nkeiruka engravidou antes de se casar, o que é considerado um tabu na comunidade Igbo, na Nigéria, à qual ela pertence. Em dezembro de 1999, então com 15 anos de idade, Nkeiruka deu à luz sem nenhuma assistência, em casa, e sua criança morreu por causa de complicações. Seu tio acusou-a de matar o recém-nascido, e Nkeiruka e sua mãe, Mônica, foram detidas e levadas para a prisão, no estado de Anambra. Hoje com 21 anos de idade, Nkeiruka enfrenta um futuro incerto: privada da educação formal enquanto esteve na prisão, e com poucas habilidades, está insegura quanto à recepção que ela e sua mãe receberão da comunidade e da família quando voltarem para casa.
Nunca foi feita uma investigação adequada, não foi encontrada nenhuma evidência do crime alegado, e o arquivo original do caso desapareceu. Nkeiruka e sua mãe dormiram em uma cela com até 37 mulheres, por cerca de 1.971 dias.“Como tantas outras crianças e jovens encarcerados na Nigéria, elas foram esquecidas”, afirma Nkolika Ebede, da Federação Internacional de Mulheres Advogadas, em Anambra, que ajudou a garantir a soltura das duas, por meio de um projeto apoiado pelo UNICEF.
Nkeiruka foi uma entre os mais de seis mil crianças e adolescentes na Nigéria que estão em prisões ou centros de detenção para jovens. Cerca de 70% deles são réus primários, geralmente detidos por delitos leves/contravenções, como pequenos furtos, vadiagem, ou simplesmente por vagar ou ficar pelas ruas. Outros são detidos a pedido de seus pais ou responsáveis, que afirmam não ter controle sobre eles. Muitas dessas crianças vêm de lares destruídos e de famílias grandes e pobres, ou são órfãs. De acordo com Uche Nwokocha, da Sociedade para a Assistência de Mulheres Prisioneiras, em Enugu, crianças – algumas ainda bem jovens – têm sido mantidas sob custódia da polícia no lugar de seus pais.
Os jovens, principalmente as meninas, também são vítimas de atos criminosos, como violência doméstica, estupro, exploração e tráfico sexual. Entretanto, devido a aberrações e demora na aplicação da justiça, principalmente durante investigações que levam a julgamento, essas vítimas infantis podem ir parar na cadeia. Os pais não têm acesso a seus filhos, que são privados do processo devido, são mantidos prisioneiros em condições deploráveis, são colocados em contato com criminosos adultos, correndo o risco de sofrer abuso físico e sexual; e muitas vezes seu direito à fiança é negado. Muitas crianças são obrigadas a admitir que são mais velhas do que realmente são, ou a polícia muda sua idade nos mandados de prisão para poder processá-las como se fossem adultos.
As prisões na Nigéria oferecem pouco treinamento educacional ou profissional, ou instalações para recreação. Durante algum tempo, Nkeiruka aprendeu a fabricar sabão e a tricotar, mas afirma que as aulas foram interrompidas abruptamente, em 2003. Há pouco ou nenhum serviço de orientação disponível para jovens detentos. Durante o período que passam na prisão, cerca de 90% dos jovens não recebem alimentação adequada, não têm boas acomodações, ou não têm acesso a banheiros e chuveiros, o que os torna vulneráveis a doenças e problemas de saúde.
Nkeiruka e sua mãe tiveram a sorte de dividir a cela com mulheres. Muitas outras mulheres prisioneiras são abrigadas em celas mistas, aumentando o risco de sofrer abuso e exploração sexual.
Nos locais onde não há tribunais juvenis, crianças e jovens são julgados em tribunais para adultos. Sem os meios para garantir representação legal, ou para pagar fiança, geralmente definham na prisão por longos períodos. Jovens prisioneiros freqüentemente ficam isolados de suas famílias ou de seus amigos, pois o medo e a desconfiança da polícia e dos sistemas judiciários levam as pessoas a evitar aqueles que entram em contato com a lei, sejam eles criminosos ou vítimas. O estigma e a rejeição por parte da sociedade afetam ainda mais a reintegração das vítimas. Durante os cinco anos e meio que passou no cárcere, Nkeiruka recebeu apenas uma visita – um irmão –, na semana anterior à data programada para sua soltura.
Desde 2003, o UNICEF Nigéria vem ajudando a promover melhor tratamento e apoio legal para jovens em conflito com a lei. Como parte do projeto ‘Administração de Justiça Juvenil’ – empreendido em parceria com a Comissão Nacional de Direitos Humanos, a Associação de Advogados Nigerianos e organizações não-governamentais locais –, foi introduzido e institucionalizado um serviço pro bono para advogados que renovassem suas licenças por meio dessa associação. O UNICEF deu apoio ao treinamento de magistrados, polícia, funcionários das prisões, advogados e agentes sociais sobre administração de justiça juvenil, o que fortaleceu a prestação de serviços gratuitos de advocacia para crianças, jovens e mulheres.
O projeto, que tem por objetivo reduzir o número de crianças detidas, foi lançado em três estados-piloto no sul da Nigéria. Até meados de 2005, quase 600 crianças haviam sido beneficiadas por meio desse projeto nesses estados, sendo liberadas da prisão ou de centros de detenção, tendo garantido seu direito à fiança, com seus casos arquivados ou resolvidos fora do tribunal, recebendo orientação, ou com o próprio projeto conduzindo o caso em andamento.
Como resultado do projeto, o número de crianças e jovens nas prisões diminuiu. O treinamento de magistrados facilitou o uso mais cuidadoso de sentenças de custódia de jovens a penas de prisão por delitos menores. Policiais estão sendo mais moderados ao deter jovens nas celas da polícia por delitos menores e, em vez disso, levam-nos imediatamente à corte para o processo. Diante desse sucesso, o projeto está agora sendo implementado em mais nove estados por todo o país, em uma vigorosa parceira com o Serviço Policial da Nigéria.

Fonte:http://www.unicef.org/brazil/sowc06/cap3-dest2.htm



quarta-feira, 21 de abril de 2010

Comportamento sexual de risco, uso de álcool e drogas: uma comparação entre os adolescentes da Europa Ocidental e Oriental

Journal of Adolescent Health Vol. 39; No5: P.753e1-753e11 (11..06)


Alexander T. Vazsonyi, PhD; Elizabeth Trejos-Castillo. MS; Li Huang, MA

Os autores tomaram conta da actual investigação para determinar a extensão do contexto cultural que moderou os processos de desenvolvimento - “nomeadamente os padrões de associação entre um auto controlo baixo, processo familiar, e três indicadores de saúde – comportamentos comprometedores (comportamentos sexuais de risco, uso de álcool e drogas)”, - em amostras de adolescentes: provenientes de dois países da Europa Oriental e de dois da Europa Ocidental.
Foi fornecido um questionário numa escola a 7291 adolescentes da Hungria, Eslovénia, Holanda e Suiça. Os estudantes foram questionados sobre as medidas de auto controlo, história familiar (tipo de relações, nível financeiro e acompanhamento), e comportamentos de saúde comprometedores. Uma série de análises de regressão hierárquica e acompanhamento de testes z para comparação dos coeficientes de regressão individual foram conduzidos para análise de dados.
As conclusões a que chegaram de um baixo auto controlo estão associadas positivamente com as três medidas de comportamentos de saúde comprometedoras. As diferenças foram evidentes em processos de desenvolvimento, onde o baixo auto controlo foi mais fracamente associado ao comportamento de risco sexual nas amostras de ambos os países da Europa Oriental comparativamente com os países da Europa Ocidental, “assim fornecendo algumas evidências das normas culturais idiosincráticas.” Os investigadores também encontraram evidências “em maior parte dos efeitos directos provocados pelos processos familiares nas medidas dos comportamentos sexuais comprometedores. Salvo duas excepções, nenhuma diferença foi observada nestes efeitos em quatro amostras.”
“Um baixo auto controlo explica a variabilidade em comportamentos de saúde comprometedores, especialmente no uso de álcool e drogas,” concluem os investigadores. “As diferenças observadas no elo entre o baixo auto controlo e os comportamentos sexuais de risco fornecem algumas evidências de normas e valores distintos entre a juventude da Europa Oriental comparativamente com os adolescentes da Europa Ocidental relativamente a estes comportamentos.”

Fonte:http://www.aidsportugal.com/todas.php

14/02/2007
10h41m

Grã-Bretanha é pior país rico para crianças, diz Unicef

A Grã-Bretanha é o país onde a qualidade de vida das crianças é a pior do mundo industrializado, de acordo com pesquisa realizada pela Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância). Na pesquisa, que inclui 21 países da Europa e América do Norte, foram analisados 40 indicadores como pobreza, educação, relacionamento com os pais e os amigos, comportamento sexual e saúde. As nações que encabeçam a lista são Holanda, Suécia, Dinamarca e Finlândia. Em penúntimo lugar na lista, em que a Grã-Bretanha ocupa a última posição, estão os Estados Unidos. "Pobreza Infantil em Perspectiva: Uma Análise do Bem Estar da Criança em Países Ricos" é o primeiro estudo sobre o tratamento dado a crianças nas nações industrializadas. LISTA DO BEM-ESTAR DO MENOR 1. Holanda 2. Suécia 3. Dinamarca 4. Finlândia 5. Espanha 6. Suíça 7. Noruega 8. Itália 9. Irlanda 10. Bélgica 11. Alemanha 12. Canadá 13. Grécia 14. Polônia 15. República Tcheca 16. França 17. Portugal 18. Áustria 19. Hungria 20. Estados Unidos 21. Grã-Bretanha Fonte: Unicef O diretor-executivo da Unicef para a Grã-Bretanha, David Bull, disse que todos os países têm pontos fracos que precisam ser resolvidos. "Ao comparar o desempenho dos países, vemos o que é possível com um compromisso de apoiar cada criança para que realize todo o seu potencial", disse Bull. A Grã-Bretanha ficou em lugar de destaque em termos de educação infantil, mas em posição ruim em outras categorias. Um porta-voz do governo britânico afirmou que as inciativas nacionais em áreas como pobreza, gravidez e fumo entre adolescentes, consumo de bebida alcoólica e comportamento sexual de risco ajudaram a melhorar o bem estar dos menores. Jom Murphy, do Bem Estar Social, disse que o estudo da Unicef usou alguns dados desatualizados, "de talvez seis, sete, oito anos atrás". Ele admitiu, contudo, que o relatório da Unicef é importante, pois "leva a um diálogo mais amplo sobre o que mais podemos fazer para erradicar a pobreza".

Fonte:http://www.reporternews.com.br/noticia.php?cod=172642



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