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terça-feira, 24 de agosto de 2010

CULTURA DE PAZ 
VIRANDO A MESA DA VIOLÊNCIA
 
14/02/2003

por Diogo Dreyer A incidência de crimes violentos no país, principalmente envolvendo jovens em idade escolar, desperta o sentimento de que alguma coisa deve ser feita. Mas muita gente acredita que não se chega a lugar algum apenas aumentando o policiamento e com repressão. É preciso transformar a paz em uma cultura, mudando a maneira de as pessoas se relacionarem e colocando a paz como uma questão de postura e de respeito.
A série de quatro reportagens do Portal — dividida em questões fundamentais para essa discussão: escola, drogas, família e mídia — mostra como se pode criar uma cultura de paz e de que maneira algumas formas de violência atingem o Brasil, principalmente a escola.

Era tarde na Escola Estadual Coronel Benedito Ortiz quando vários alunos que estavam em recuperação aproveitavam o horário de recreio no pátio. A escola fica em Taiúva, uma cidadezinha no interior de São Paulo com aproximadamente 5 mil habitantes e que, de tão pequena, é classificada como uma daquelas cidades que nem estão no mapa.

Edmar Aparecido Freitas, violência simbólica teria levado à tragédia.
Mas um ex-aluno da escola, Edmar Aparecido Freitas, de 18 anos, chamou a atenção para a cidade. Naquela tarde de 27 de janeiro, ele pulou o muro, cumprimentou a zeladora e se dirigiu ao pátio. Sem dizer uma palavra, Edmar sacou de um revólver e abriu fogo contra seus ex-colegas. Recarregou a arma e recomeçou a atirar. Com os disparos, feriu sete pessoas. Em seguida, foi até a residência do caseiro e parou em frente à esposa deste, a qual, implorando para ser poupada, viu o jovem disparar um último tiro contra a própria cabeça. Horrorizados, os habitantes da cidade, bem como a opinião pública, perguntam-se: o que levou o jovem a agir dessa forma? Segundo os investigadores do crime, Edmar era “gordinho” durante a infância e boa parte da adolescência e, por isso, tornou-se alvo de chacotas por parte dos colegas. Mesmo quando conseguiu emagrecer, os outros alunos não o deixaram em paz. Isso teria sido o bastante para deflagrar a tragédia.
O delegado encarregado afirmou que o crime já vinha sendo planejado há pelo menos dois meses. Além disso, um amigo de Edmar provavelmente sabia o que estava por vir, pois foi comprar as balas juntamente com o jovem.
Em uma entrevista para o Portal, uma semana antes da tragédia, a pesquisadora Miriam Abramovay lembrava o massacre na Escola Secundária Columbine. Em 20 de abril de 1999, a pacata cidade de Littleton, no Colorado, foi palco da maior chacina em um estabelecimento escolar ocorrida até hoje nos EUA. Mascarados e fortemente armados, Dylan Klebold e Eric Harris, ambos de 18 anos, invadiram aquela escola e executaram 13 pessoas. Horas depois, cercados pela Swat, suicidaram-se.
Miriam lembrava que 17 alunos sabiam que o crime iria ocorrer, mas não foram capazes de contar a ninguém e evitar que o massacre acontecesse. “Isso provou que não havia confiança entre essa juventude e qualquer elemento da escola ou até mesmo os pais para que eles contassem o que estava acontecendo. A escola não é aberta para discussões e, muitas vezes, os adultos não escutam ou até fecham os olhos para o que se passa com os alunos”, diz.

Dylan Klebold e Eric Harris. Culto ao ódio levou ao maior massacre em uma escola nos EUA.
Não só nesse detalhe o relato da pesquisadora “antevia” o que se passou em Taiúva. Para ela, a violência simbólica (agressões verbais ou discriminação racial, por exemplo, como o problema enfrentado pelo “gordinho” Edmar) está presente nas escolas brasileiras, mas “finge-se que não está lá”. “A violência na escola sempre existiu. O que não estava lá era, por exemplo, a entrada de armas. Como vivemos numa sociedade mais violenta, isso acaba por exacerbar essas pequenas formas de incivilidade que, por menores que sejam, causam muito sofrimento”. Deixando de lado casos tão extremos, Miriam lembrou que a violência não se restringe a um problema individual, pois um aluno que é constantemente molestado tem grandes chances de não passar de ano e nem mesmo vai querer continuar indo à escola. Coincidência ou não, os crimes em Littleton e em Taiúva ainda guardam outra semelhança: tanto na residência de Edmar quanto nas casas dos estudantes americanos foram encontradas propagandas nazistas, marca registrada da cultura de ódio.
Professora da Universidade Católica de Brasília, a socióloga Miriam Abramovay se dedica ao estudo dos jovens escolarizados do Brasil. Entre muitos trabalhos que publicou, destacam-se Gangues, Galeras, Chegados e Rappers (Editora Garamond, 1999) e Escolas de Paz (Edições Unesco, 2001). Recentemente, ela coordenou a pesquisa “Violência, Drogas e Aids nas Escolas”, que já originou os livros Escola e Violência e Escola e as Drogas (Edições Unesco, 2002). Miriam, uma das mais respeitadas especialistas do assunto no país, é também vice-coordenadora do Observatório sobre Violências nas Escolas no Brasil e consultora do Escritório das Nações Unidas para o Controle de Drogas e Prevenção ao Crime (UN ODCCP) e do Banco Mundial de pesquisas e avaliações em questões de gênero, juventude e violência.
Para ela, a representação social que as pessoas têm da escola é de um lugar tranqüilo, seguro e de paz. “Quando pensamos em qualquer coisa ligada à infância ou à adolescência, pensamos em espaços protegidos. Quando a escola passa a ser um espaço não protegido, de violência, todos sentem, não só os jovens”, lembra. “Daí para a cultura do ódio é um passo”.
Cultura de paz
Na série de reportagens que o Portal preparou sobre a cultura de paz, a pesquisadora e outros especialistas falam sobre esse assunto, que é essencial para desarmar o verdadeiro estado de guerra instalado no país. É impossível pensar em soluções para a violência sem considerar questões como a qualidade das relações familiares, a capacidade de lidar com frustrações, os valores transmitidos em casa, na escola e na mídia, o uso de drogas, o acesso à educação. É impossível falar em cultura de paz sem falar em transformação e sem questionamento de valores e comportamentos.
“Cultura de paz é um conjunto de transformações necessárias e indispensáveis para que a paz seja o princípio governante de todas as relações humanas e sociais”, explica Feizi Milani, presidente do Instituto Nacional de Educação para a Paz e os Direitos Humanos. Ele explica que paz, ao contrário do que muita gente pensa, não significa ausência de ação, monotonia, passividade. Pelo contrário, é algo dinâmico, em contínua construção, que exige permanente diálogo para inverter os valores que levam à violência, como o individualismo, a competição, o ódio e o preconceito.
Fonte:http://www.educacional.com.br/reportagens/cultura_paz/default.asp


VIOLÊNCIA NA ESCOLA

O Estado de São Paulo, 15/04/2010 - São Paulo SP

Maioria de casos de bullying ocorre na sala de aula
Sociedade. Estudo com 5.168 alunos de 5ª a 8ª série mostra que 17% são vítimas ou agressores; fenômeno se alastra pela internet
Luciana Alvarez
Uma pesquisa nacional sobre bullying - agressões físicas ou verbais recorrentes nas escolas - mostrou que a maior parte do problema (21% dos casos) ocorre nas salas de aula, mesmo com os professores presentes.
Dos 5.168 alunos de 5.ª a 8.ª séries de escolas públicas e particulares de todas as regiões do País entrevistados, 10% disseram ser vítimas de bullying e 10%, agressores - 3% são ao mesmo tempo vítimas e agressores.
O estudo, feito pelo Centro de Empreendedorismo Social e Administração em Terceiro Setor (Ceats/FIA) para a ONG Plan Brasil, mostrou o despreparo das escolas e dos professores. "As escolas mostraram uma postura passiva para uma violência que acontece no ambiente escolar", afirmou Gisella Lorenzi, coordenadora da pesquisa. "Em outros países, o lugar preferencial de agressões é o pátio, onde costuma haver mais alunos e menos supervisão", disse Cléo Fante, pesquisadora da Plan, especialista em bullying. Segundo o estudo, 7,9% das agressões são feitas no pátio, 5,3% nos corredores e 1,8% nos portões da escola.
A socióloga Miriam Abramovay, da Rede de Informação Tecnológica Latino-Americana (Ritla), diz que o resultado demonstra que o estudante não se importa com a supervisão de um adulto, pois há uma banalização da violência nas escolas. "Essas agressões não são vistas como uma violência", diz. "Em geral, os professores dizem que é brincadeira. Falta um olhar perspicaz para perceber os conflitos." A pesquisa indicou também que 28% dos estudantes foram vítimas de algum tipo de violência dentro da escola no último ano e mais de 70% deles presenciaram agressões.
Quando se trata de agressões recorrentes, os meninos sofrem mais que as meninas: 12,5% deles se disseram vítimas, mas o número cai para 7,6% entre as garotas. O Sudeste é a região com mais vítimas de bullying - 15,5% - e o Nordeste, com a menor ocorrência (5,4%).
Rendimento. A principal consequência do bullying para a vida escolar é semelhante tanto para agredidos quanto para os agressores. A perda de "concentração" e "entusiasmo" pelo colégio foram as consequências mais citadas pelos dois lados (16,5% das vítimas e 13,3% dos agressores). "A violência na escola impede a plena realização do potencial das crianças", afirmou Moacyr Bittencourt, presidente da Plan Brasil.
Outros dados são que 37% dos entrevistados disseram que "às vezes" sentem medo no ambiente escolar e 13% afirmaram que nunca se sentem acolhidos. E, com a internet, insultos e ameaças via rede passaram a fazer parte da realidade dos alunos.
PARA ENTENDER - 1. O que é bullying? É qualquer tipo de agressão física ou moral entre pares (como colegas), que ocorre repetidas vezes nas escolas. A pesquisa considerou ao menos três vezes ao ano.
2. Qual a motivação para o bullying? Não há motivos concretos. Dicas para enfrentar o problema: Medo da escola - Uma criança que demonstre desconforto físico ou tristeza antes de ir para escola ou não queira participar de festas de colegas de colégio pode ser uma vítima.
Procure conversar com seu filho e com representantes da escola. Novos comportamentos - Crianças que tenham mudança brusca de comportamento - eram falantes e tornam-se quietas, por exemplo - também podem estar sofrendo bullying. Pais devem ficar atentos ainda a comportamentos agressivos Atenção e conversa - "Vítimas" e "agressores" precisam igualmente de atenção. Muitas vezes o comportamento agressivo tem motivações de insegurança e medo. O melhor caminho é mediar uma conversa franca entre os dois lados.

O Estado de São Paulo, 15/04/2010 - São Paulo SPUm novo termo para um velho problema
Cenário: Luciana Alvarez
Aprender sem medo é direito de todas as crianças, disse Cléo Fontes, coordenadora da pesquisa da Plan Brasil. E ninguém contesta essa declaração. O termo "bullying", em compensação, provoca polêmicas.
Na pesquisa, ele foi empregado para descrever agressões físicas ou verbais recorrentes e sem motivos - além do preconceito contra alguém diferente - entre colegas de escola.
Pela metodologia empregada, "recorrente" significou no mínimo três vezes em um ano letivo. Não entraram na conta agressões contra um professor ou funcionário da escola. Ficam de fora ainda as violências provocadas por desentendimentos pontuais entre os alunos.
Mesmo com tantas restrições, os números de agressores e agredidos assustam. Por ser um fenômeno de caráter social - o agressor o pratica em geral para ganhar status perante os colegas de escola -, os números de participantes indiretos devem ser bem maiores.
O argumento para se fazer um estudo sobre o bullying é justamente o fato de ser um problema grave, que acarreta prejuízos à aprendizagem e à formação psicológica das crianças, mas ainda pouco estudado.
Esta foi a primeira pesquisa nacional sobre o fenômeno, que teve impulso com a internet - fotos feitas pelo celular e campanhas em sites de relacionamento são novas armas de agressão.
Mas por que separar o bullying das outras violências no ambiente escolar? Para Miriam Abramovay, que já fez estudos sobre violência nas escolas para Unesco, Banco Mundial e Unicef e hoje coordena o setor de pesquisas da Ritla, não deveria haver distinção. "Chamar de bullying parece um abrandamento", diz. Na verdade, bullying é um termo novo para um antigo problema das escolas que ainda não foi resolvido.
O Estado de São Paulo, 15/04/2010 - São Paulo SPGoverno, prefeitura e escolas atacam problema
Governos e escolas começam a tomar consciência da gravidade do bullying e estão criando medidas para combatê-lo. A Prefeitura de São Paulo publicou em fevereiro um decreto determinando que todas as escolas da rede incluam em seus projetos pedagógicos medidas de conscientização e prevenção ao bullying. Na rede estadual, o governo entregou aos coordenadores pedagógicos material informativo sobre o problema.
"Desde 1996 trabalhamos a ideia da cultura da paz, mas no ano passado incluímos o conceito de bullying", disse Edson de Almeida, chefe da Educação Preventiva.
Nas escolas particulares, o diálogo com pais e alunos é a chave para tentar evitar o fenômeno. "Muitas vezes o problema é a afetividade das crianças. A gente trabalha isso em parceria com os pais", disse a diretora do Colégio Catamarã, Vera Anderson.
Na escola Itatiaia, as salas com apenas 15 alunos facilitam a supervisão. "Existe um bullying de cutucões e risadas. O professor precisa estar atento", diz a coordenadora Adriana Iassuda. / CARLOS LORDELO E L.A.

Folha de São Paulo, 15/04/2010 - São Paulo SPAto se tornou mais violento, diz especialista
DA REPORTAGEM LOCAL
Para Vera Zimmermann, coordenadora do CRIA (Centro de Referência da Infância e Adolescente) da Unifesp, o bullying é um fenômeno que sempre aconteceu, mas tem se manifestado de forma mais violenta também entre as meninas. A pesquisa mostra que 7,6% delas já praticaram bullying. Entre os meninos, o número é de 12%. (TALITA BEDINELLI)
FOLHA - O bullying aumentou?
VERA ZIMMERMANN -
O bullying é uma questão que sempre existiu, em todas as épocas. Geralmente acontece e se repete com crianças ou pessoas mais fragilizadas. Não é um fenômeno novo, mas temos percebido que há um aumento na conduta agressiva, também entre as meninas, o que era mais raro.
FOLHA - Por quê?
ZIMMERMANN
- Imagino que por uma mudança sociocultural. Elas hoje conseguem brigar mais.
FOLHA - Quem é o agressor?
ZIMMERMANN -
Em menor ou maior grau qualquer um agrediu e foi agredido. Mas aquele que repetidamente assume posição de agressão tem um um psiquismo muito fragilizado que precisa manter a própria autoestima diminuindo o outro. As escolas precisam intervir, mas é preciso tomar cuidado para não inibir totalmente. Pode haver conflito, gozação. Isso serve de aprendizagem para a convivência.

Edição:  Prof. Christian Messias  | Fonte:  Citadas no topo de cada matéria
Fonte: http://www.vooz.com.br/blogs/noticiarios-sobre-o-bullyng-na-escola-34839.html

sábado, 21 de agosto de 2010

VIDEOAULAS DE PORTUGUÊS

Olá, alunos!
Para você que tem interesse em antecipar os seus estudos para os vestibulinhos ou para você que já está se preparando para algum vestibulinho, abaixo listei boas aulas em vídeos e o conteúdo de cada uma delas. Vale a pena conferir o conteúdo está bem elaborado. Confira!

Uso dos porquês:

 Concordância verbal:
ttp://www.youtube.com/watch?v=TM3iv1ASik8&feature=related


Concordância nominal:
http://www.youtube.com/watch?v=VV9He2C2law&feature=related

 Uso da crase com a Professora Sandra Franco 1/02:
http://www.youtube.com/watch?v=_3qwrmFBjhQ&feature=related


Uso da crase com a Professora Sandra Franco 2/02:
http://www.youtube.com/watch?v=wA1MpuUIGLo&feature=related


Uso da crase com o Professor Pasqualle:
http://www.youtube.com/watch?v=_3qwrmFBjhQ&feature=related


Figuras de linguagem através de músicas:
http://www.youtube.com/watch?v=9LFufdm1w2Q


Uso dos porquês através de teatro de fantoches:
http://www.youtube.com/watch?v=eyOXfS3BBYU&feature=related


Recursos sintáticos na construção do texto:
http://www.youtube.com/watch?v=zzdO4QrbWrY


Ambigüidade e Paráfrase:
http://www.youtube.com/watch?v=vNr-iF3ZWzk&feature=related

Coesão e Coerência:
http://www.youtube.com/watch?v=wmDQamQb0xA&feature=related


Elementos da Narrativa 1:
http://www.youtube.com/watch?v=Qq50TECn9So&feature=related


Elementos da Narrativa 2 (Foco Narrativo):
http://www.youtube.com/watch?v=oNXtbzP8gfE&feature=related

Elementos da Narrativa 3:

http://www.youtube.com/watch?v=EitNX9x7sMc&feature=related

Bons estudos!
Profª Francisca

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

SENHORES PAIS CONVOCADOS PARTICIPEM DA REUNIÃO DE PAIS DO DIA 21.08.2010

DICAS DE COMO AUXILIAR O FILHO NA

ESCOLA

1. ELOGIE SEMPRE, mesmo os menores progressos. Saiba enxergar motivos para elogiar seu filho.


2. ESTABELEÇA HÁBITOS DIÁRIOS saudáveis para: alimentação, estudo e lazer. Faça seus filhos cumpri-los com firmeza e serenidade. Saber dizer NÃO também é uma prova de amor.


3. DÊ BONS EXEMPLOS! MOSTRE QUE ESTUDAR É IMPORTANTE.


4. LOCAL PARA AS TAREFAS: Crie um ambiente propício para o estudo. Um local iluminado, ventilado e sem ruídos facilita o entendimento e a assimilação do conteúdo estudado.


5. ACOMPANHE AS TAREFAS: Enquanto seu filho faz as tarefas escolares, aproveite para ler um livro ou um jornal ao seu lado. Assim, ele sentirá seu apoio e participação.


6. ESTIMULE A PESQUISA. Ensine o seu filho a usar o computador como uma ferramenta útil para pesquisar e descobrir as respostas por conta própria.


7. RESPEITE O RITMO DE ESTUDO e de assimilação da matéria de seu filho. Não o compare com os colegas, com outros filhos ou até mesmo com você, relembrando a época em que era estudante! Todos somos diferentes e temos ritmos de estudo diferentes.


8. CONHEÇA AS DIFICULDADES DE SEU FILHO e procure soluções definitivas para elas. Buscar socorro de última hora somente para tirar uma boa nota na prova pode comprometer os estudos no futuro. PREVENIR É A MELHOR SOLUÇÃO!


9. INCENTIVE O SEU FILHO A LER: Leia para o seu filho, leia com o seu filho e presenteie seu filho com gibis, revistas e livros.


10. PARTICIPE DAS ATIVIDADES, REUNIÕES E EVENTOS DA ESCOLA de seu filho. Converse com os professores periodicamente por meio da agenda.


11. INCENTIVE O SEU FILHO A PARTIR DE AULAS DE RECUPERAÇÃO OU GRUPO DE ESTUDO.






Texto adaptado do Guia para os pais Kumom

Profª Francisca P.Martins

Reunião de Pais – 21.08.2010
COMO AJUDAR O SEU FILHO A TER BOM

DESEMPENHO NA ESCOLA

1- Muitas vezes, a ajuda para seu filho ter um bom desempenho na escola é uma questão de "mais" ou "menos": Mais escuta, menos repreensão; mais questionamentos, menos queixas inúteis; mais elogios, menos detalhamentos; mais busca de sugestões, menos oferecimento de conselhos.

2- Ame seus filhos profundamente para permitir que eles sejam os melhores.

3- Atualmente, as crianças precisam daquilo de que os alunos sempre precisaram para se dar bem na escola: estrutura familiar, disciplina, desafios, respeito, reconhecimento, oportunidades, escolhas, segundas oportunidades, compreensão e muito amor. Achar um jeito de materializar tudo isso é papel dos pais.

4- Não espere 10 em tudo, mesmo que seu filho seja muito inteligente. Expectativas rígidas e irreais fazem a criança imaginar que, para conseguir o amor dos pais, tem de alcançar padrões inatingíveis. Demonstre seu amor sempre!

5- Seja realista quanto ao que ocorre na escola. Prepare-se para os problemas. Prepare-se para as soluções. Assim, você não será pego de surpresa.

6- Sempre encare um grande esforço como bom desempenho. Elogie quando seu filho demonstrar dedicação e esforço, mesmo que não tire um 10!

7- O bom desempenho escolar é um assunto para a família toda. Nenhum aluno o consegue sozinho. Procure apoiá-lo diariamente, oferecendo condições para que estude, se desenvolva e aprenda.

8- Não permita que os outros definam o potencial de seus filhos.

9- O bom desempenho escolar é uma meta que vale a pena ser perseguida, mas não seja duro demais com seus filhos ou consigo mesmo.

10- Se você quiser ser reconhecido por ter contribuído para o bom desempenho de seu filho na escola, aceite também as críticas pelas falhas.

11- Bom desempenho escolar não se compra. Não ofereça dinheiro para seu filho fazer o dever de casa. O resultado disso não é um aluno melhor, mas uma criança mal-educada, mimada e interesseira.

12- Não peça nem espere favores de seu filho. Os estudantes se fortalecem quando fazem as coisas sozinhos, sem esperar que alguém faça algo por eles.

13- Nunca elogie a mediocridade. O elogio gratuito desvaloriza o que tem mérito. Elogie os esforços e as conquistas bem-feitas.

14- Procure ser um modelo em tudo para o seu filho.

15- Seja um bom ouvinte, às vezes, o melhor modo de ajudar o desempenho de um filho é simplesmente estar disposto a escutá-lo.

16- Quando algo vai mal na escola, lembre-se de que seu filho não é mau, preguiçoso ou burro - é apenas uma criança e que está em formação. Cabe a você ajudá-lo em seu crescimento.

17- Seus filhos podem ter a melhor educação formal que quiser dar a eles. Isso talvez signifique trabalho duro, esforços extras, escolhas difíceis, sacrifícios e firmeza, mas pode se tornar real. Se não se tornar, alguns professores e diretores talvez tenham uma parcela da responsabilidade, mas o verdadeiro motivo é que você e seus filhos não desejaram isso de verdade.

Texto adaptado do 1º Capítulo do livro Criança Nota 10, Autor: Robert D. Ramsey,
Editora: Publifolhav, pela Profª Francisca P.Martins

PROPOSTA DE PRODUÇÃO DE TEXTO PARA O GRUPO DE ESTUDO

A Bola que rola nas quadras, nos gramados e nas areias das praias foi tema de Músicas, Poemas, Reportagens, Crônicas e outros gêneros textuais. O poema narrativo Martim Cererê - O jogador de Futebol, de Cassiano Ricardo também abordou o tema. Veja:

MARTIM CERERÊ - Jogador de Futebol

O pequenino vagabundo joga bola
e sai correndo atrás da bola que solta e r.ola.
Já quebrou quase todas as vidraças
Inclusive a vidraça azul daquela casa
onde o sol parecia um arco-íris em brasa.
Os postes estão hirtos de tanto medo.
(O pequenino vagabundo não é brinquedo...)
E quando o pequenino vagabundo
cheio de sol, passa correndo entre os garotos,
de blusa verde-amarela e sapatos rotos,
aparece de pronto um guarda policial,
o homem mais barrigudo deste mundo,
com os seus botões feitos de ouro convencional,
e zás! carrega-lhe a bola!
“Estes marotos
precisam de escola...

O pequenino vagabundo guarda nos olhos,
durante a noite toda, a figura hedionda
do guarda metido na enorme farda
com aquele casaco comprido todo chovido
de botões amarelos.
E a sua inocência improvisa os mais lindos castelos;
e vê, pela vidraça,
a lua redonda que passa, imensa,
como uma bola jogada no céu.
“É aquele Deus com certeza,
de que a vovó tanto fala.
Aquele Deus, amigo das crianças,
que tem uma bola branca cor de opala
e tem outra bola vermelha cor do sol;
que está jogando noite e dia futebol
e que chutou a lua agora mesmo
por trás do muro e, de manhã, por trás do morro,
chuta o sol ...

Cassiano Ricardo

Agora leia o texto produzido por Luis Fernando Verissimo:

O mistério do futebol - Luis Fernando Verissimo


18 de setembro de 2007 - 20:29

"O prazer de acertar um chute no ângulo da goleira. Qualquer goleira. O que pode se comparar,
na experiência humana? Ou na experiência humana de um brasileiro?"
Começa quando a gente é criança. Quando qualquer coisa - até o corredor da casa - é um campo de futebol e qualquer coisa vagamente esférica é a bola. Se é genético, não se sabe. Um brasileiro criado na selva por chimpanzés, quando se pusesse de pé, começaria a fazer embaixadas com frutas, mesmo sem saber o que estava fazendo? Não se sabe.
Nenhum prazer que teremos na vida depois, incluindo a primeira transa, se iguala ao prazer da primeira bola de verdade. Autobiografia: sou do tempo da bola de couro com cor de couro. A oficial, número 5. Ganhei a minha primeira com cinco ou seis anos. Ainda me lembro do cheiro. Depois de ganhá-la, você ficava num dilema: levá-la para a calçada e começar a chutá-la, ou preservar o seu couro reluzente? Uma bola futebol de verdade era uma coisa tão preciosa que se hesitava em estragá-la com o futebol.
Futebol de calçada. O tamanho dos times variava. De um para cada lado a 14 ou 15 para cada lado. Duração das partidas: até escurecer ou a vizinhança reclamar, o que acontecesse primeiro.
Nada interrompia as partidas. Ninguém saía. Joelho ralado, a mãe via depois. Gente passando na calçada que se cuidasse. Só se respeitava velhinha, deficiente físico e, vá lá, grávida. Os outros não estavam livres de ser atropelados. Quem mandara invadir nosso campo?
Comparado com calçada, terreno baldio era estádio. E terreno baldio com goleiras, então, era Maracanã. As goleiras podiam ser feitas com sarrafos ou galhos de árvore. Não importava, eram goleiras. Um luxo antes inimaginável.
O prazer de acertar um chute no ângulo da goleira. Qualquer goleira. O que pode se comparar, na experiência humana? Ou na experiência humana de um brasileiro?
Todos estes prazeres passam - com o tempo e as obrigações, com a vida séria, com a barriga - mas o amor pelo nosso time continua. Confiamos ao nosso time a tarefa de continuar nossa infância por nós. Passamos-lhe a guarda dos nossos prazeres com a bola. A relação com o nosso time é a única das nossas relações infantis que perdura, tão intensa e irracional quanto antes. Ou mais.
De onde vem isso? Que tipo de amor é esse? Um mistério. Dizem que no fundo é uma necessidade de guerra. De ter uma bandeira, ser uma nação e arrasar outras nações, nem que seja metaforicamente. Psicologia fácil. Não explica por que a pequena torcida do Atlético Cafundó, que nunca arrasará ninguém, continua torcendo pelo seu time. Talvez o que a gente ame no futebol seja o nosso amor pelo futebol. Isso que nos faz diferentes dos outros, que amam o futebol mas não tanto, não tão brasileiramente.
Ou talvez o que a gente ame seja justamente o mistério.

* Luis Fernando Verissimo – Jornalista e escritor


AGORA É A SUA VEZ!
A 1ª proposta de produção de texto para o grupo de estudo: Escreva uma crônica sobre futebol.Você deverá seguir as seguintes instruções:

 Escreva o seu texto, a partir do poema de Cassiano Ricardo. A situação corriqueira de um grupo de crianças brincando de futebol na rua será seu ponto de partida. Você poderá ampliar a narrativa construida pelo poeta, acrescentando ao texto outros elementos da narrativa e não se esqueça de que o seu  texto deverá apresentar outra estrutura, já que a proposta é construir uma Crônica Narrativa.
Mantenha a mesma pessoa do discurso (3ª pessoa) e escreva  um texto com, no máximo, 25 linhas.
 
Cada turma deverá entregar o seu texto, em folha de almaço, no dia de sua aula de Grupo de Estudo.
Um abraço e até lá!
 
Profª Francisca

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

A bola e o livro

Galeno Amorim - 14/07/2010

Publicado em Revista Gestão & Negócios

O sonho de Edward era ser jogador de futebol. Começaria, por certo, no seu glorioso Mirassol Futebol Clube e, depois, num time grande. Quem sabe não ainda virasse ídolo do escrete nacional...
Por falta de treino é que não era. Todo santo dia aquele bando de garotos sem eira nem beira praticava com fervor quase religioso, rumo à glória quase certa. Era o sonho dele. E de milhões de outros Edward pelo (quase) país do futebol da época, em meados do século 20.
E não é que foi mesmo graças, de certa forma, ao futebol que a vida dele deu uma guinada?!
Pois num belo dia, Edward, não mais que oito anos, participava de uma disputadíssima pelada no pátio da escola. Eis que um perna-de-pau qualquer dá um tremendo chutão e a bola vai parar lá longe. Escalado pra resgatar a preciosa, que se enfiara por uma maldita janela aberta, lá foi ele. O que viu, do outro lado, chamou sua atenção.
E gostou tanto que não voltou mais.
Jamais o menino vira tanto livro junto assim. Aquilo era uma biblioteca. E justo naquela hora chegava uma penca de livros novinhos em folha. Pegou um deles – era “A Banana que Comeu o Macaco”, disso jamais se esqueceria pelo resto de sua vida. Em um ano, Edward leria aquele e outros 250 livros.
Aos poucos, já escrevia melhor. Um dia, o professor mandou, em que soubesse, um texto seu para um concurso. O rapazote faturou o primeiro lugar! Passou a gostar cada vez mais de negócio de ler. Abiscoitou mais um prêmio aqui e outro lá, e a até passou a ganhar algum dinheiro com isso.
Resolveu entrar para o Banco do Brasil, sonho de consumo e de carreira para jovens atrás de um bom emprego. Mas, na hora da prova, tirou um belo zero em Contabilidade. Só que os livros que habituara a ler o tempo todo o ajudariam a livrar a cara: o rapaz ganhou nota dez em todas as outras matérias!
Mais uma vez, os livros mudariam o rumo da sua vida: um dia ele corrigiu a professora numa aula do Cursinho. Argumentou tão bem que a escola não teve dúvidas: contratou na mesma hora o aluno para lecionar no lugar dela. Para dar conta das aulas de Latim na faculdade, ele resolveu ir a um sebo atrás de livros. Como o dinheiro era curto, resumiu bem resumido um e outro. Quando se deu conta, tinha feito seu próprio livro – o primeiro de uma longa série que estava por vir.
Edward e os livros pareciam mesmo fadados uns aos outros. E decidiu ir de vez atrás deles e abraçar a carreira de linguista. Acabou ficando famoso. Hoje em dia, não há faculdade de Letras no País que não estude ou tenha como referência alguma obra de Semiótica e Linguística do professor Edward Lopes.
—A arte é eterna, não a Ciência... – ele ensina.
A seleção brasileira de futebol pode ter perdido um talento incerto. Mas o País acabou ganhando um craque das letras.
Galeno Amorim é jornalista, escritor e diretor do Observatório do Livro e Leitura. Criou o Plano Nacional do Livro e Leitura, no Governo Lula, e é considerado um dos maiores especialista do tema Livro e Leitura na América Latina.

www.blogdogaleno.com.br

CANTINHO DO CRONISTA LUIS FERNANDO VERÍSSIMO

Luis Fernando Verissimo nasceu em 26 de setembro 1936, em Porto Alegre, Rio Grande do Sul. Filho do grande escritor Érico Veríssimo, iniciou seus estudos no Instituto Porto Alegre, tendo passado por escolas nos Estados Unidos quando morou lá, em virtude de seu pai ter ido lecionar em uma universidade da Califórnia, por dois anos. Voltou a morar nos EUA quando tinha 16 anos, tendo cursado a Roosevelt High School de Washington, onde também estudou música, sendo até hoje inseparável de seu saxofone. É casado com Lúcia e tem três filhos.
Jornalista, iniciou sua carreira no jornal Zero Hora, em Porto Alegre, em fins de 1966, onde começou como copydesk mas trabalhou em diversas seções ("editor de frescuras", redator, editor nacional e internacional). Além disso, sobreviveu um tempo como tradutor, no Rio de Janeiro. A partir de 1969, passou a escrever matéria assinada, quando substituiu a coluna do Jockyman, na Zero Hora. Em 1970 mudou-se para o jornal Folha da Manhã, mas voltou ao antigo emprego em 1975, e passou a ser publicado no Rio de Janeiro também. O sucesso de sua coluna garantiu o lançamento, naquele ano, do livro "A Grande Mulher Nua", uma coletânea de seus textos.
Participou também da televisão, criando quadros para o programa "Planeta dos Homens", na Rede Globo e, mais recentemente, fornecendo material para a série "Comédias da Vida Privada", baseada em livro homônimo.
Escritor prolífero, são de sua autoria, dentre outros, O Popular, A Grande Mulher Nua, Amor Brasileiro, publicados pela José Olympio Editora; As Cobras e Outros Bichos, Pega pra Kapput!, Ed Mort em "Procurando o Silva", Ed Mort em "Disneyworld Blues", Ed Mort em "Com a Mão no Milhão", Ed Mort em "A Conexão Nazista", Ed Mort em "O Seqüestro do Zagueiro Central", Ed Mort e Outras Histórias, O Jardim do Diabo, Pai não Entende Nada, Peças Íntimas, O Santinho, Zoeira , Sexo na Cabeça, O Gigolô das Palavras, O Analista de Bagé, A Mão Do Freud, Orgias, As Aventuras da Família Brasil, O Analista de Bagé,O Analista de Bagé em Quadrinhos, Outras do Analista de Bagé, A Velhinha de Taubaté, A Mulher do Silva, O Marido do Doutor Pompeu, publicados pela L&PM Editores, e A Mesa Voadora, pela Editora Globo e Traçando Paris, pela Artes e Ofícios.
Além disso, tem textos de ficção e crônicas publicadas nas revistas Playboy, Cláudia, Domingo (do Jornal do Brasil), Veja, e nos jornais Zero Hora, Folha de São Paulo, Jornal do Brasil e, a partir de junho de 2.000, no jornal O Globo.
Na opinião de Jaguar "Verissimo é uma fábrica de fazer humor. Muito e bom. Meu consolo — comparando meu artesanato de chistes e cartuns com sua fábrica — era que, enquanto eu rodo pelaí com minha grande capacidade ociosa pelos bares da vida, na busca insaciável do prazer (B.I.P.), o campeão do humor trabalha como um mouro (se é que os mouros trabalham). Pensava que, com aquela vasta produção, ele só podia levantar os olhos da máquina de escrever para pingar colírio, como dizia o Stanislaw Ponte Preta. Boemia, papos furados pela noite a dentro, curtir restaurantes malocados, lazer em suma, nem pensar. De manhã à noite, sempre com a placa "Homens Trabalhando" pendurada no pescoço."

Extremamente tímido, foi homenageado por uma escola de samba de sua terra natal no carnaval de 2.000.

BIBLIOGRAFIA :

Crônicas e Contos:

- A Grande Mulher Nua (7)
- Amor brasileiro (7)
- Aquele Estranho Dia que Nunca Chega (2)
- A Mãe de Freud (1)
- A Mãe de Freud (1) (ed. de bolso)
- A Mesa Voadora (6)
- A Mulher do Silva (1)
- As Cobras (1)
- A velhinha de Taubaté (1)
- A versão dos afogados – Novas comédias da vida pública (1)
- Comédias da Vida Privada (1)
- Comédias da Vida Privada (1) (ed. de bolso)
- Comédias da Vida Pública (1)
- Ed Mort em “O seqüestro o zagueiro central” (ilust. de Miguel Paiva) (1)
- Ed Mort em “Com a Mão no Milhão” (ilust. de Miguel Paiva) (1)
- Ed Mort e Outras Histórias (1)
- Ed Mort em “Procurando o Silva” (ilust. de Miguel Paiva) (1)
- Ed Mort em Disneyworld Blues (ilust. de Miguel Paiva) (1)
- As Cobras em “Se Deus existe que eu seja atingido por um raio” (1)
- As Aventuras da Família Brasil, Parte II (1)
- História de Amor 22 (com Elias José e Orlando Bastos) (3)
- Ler Faz a Cabeça, V.1 (com Paulo Mendes Campos) (5)
- Ler Faz a Cabeça, V.3 (com Dinah S. de Queiroz) (5)
- Novas Comédias da Vida Privada (1)
- O Analista de Bagé em Quadrinhos (1)
- O Marido do Dr. Pompeu (1)
- O Popular (7)
- O Rei do Rock (6)
- Orgias (1)
- Orgias (1) (ed. de bolso)
- O Suicida e o Computador (1)
- O Suicida e o Computador (1) (ed. bolso)
- Outras do Analista de Bagé (1)
- Para Gostar de Ler, V.13 - "Histórias Divertidas", com F. Sabino e M. Scliar (3)
- Para Gostar de Ler, V.14 (3)
- Para Gostar de Ler, V.7 – "Crônicas", com L. Diaféria e J.Carlos Oliveira (3)
- Peças Íntimas (1)
- Separatismo; Corta Essa! (1)

Após mais de 20 anos tendo seus trabalhos publicados pela L&PM Editores, de Porto Alegre (RS), foi anunciada, em 05/07/2000, sua contratação pela Editora Objetiva, do Rio de Janeiro (RJ).

Fonte: www.releituras.com/lfverissimo_bio.asp

A BOLA

O pai deu uma bola de presente ao filho. Lembrando o prazer que sentira ao ganhar a sua primeira bola do pai. Uma número 5 sem tento oficial de couro. Agora não era mais de couro, era de plástico. Mas era uma bola.

O garoto agradeceu, desembrulhou a bola e disse “Legal!”. Ou o que os garotos dizem hoje em dia quando gostam do presente ou não querem magoar o velho. Depois começou a girar a bola, à procura de alguma coisa.

- Como é que liga? – perguntou.

- Como, como é que liga? Não se liga.

O garoto procurou dentro do papel de embrulho.

- Não tem manual de instrução?

O pai começou a desanimar e a pensar que os tempos são outros. Que os tempos são

decididamente outros.

- Não precisa manual de instrução.

- O que ela faz?

- Ela não faz nada. Você é que faz coisas com ela.

- O quê?

- Controla, chuta...

- Ah, então é uma bola.

- Claro que é uma bola.

- Uma bola, bola. Uma bola mesmo.

- Você pensou que fosse o quê?

- Nada, não.

O garoto agradeceu, disse “Legal”, de novo, e dali a pouco o pai o encontrou na frente da tevê, com a bola nova do lado, manejando os controles de um videogame. Algo chamado Monster Ball, em que times de monstrinhos disputavam a posse de uma bola em forma de blip eletrônico na tela ao mesmo tempo que tentavam se destruir mutuamente. O garoto era bom no jogo. Tinha coordenação e raciocínio rápido. Estava ganhando da máquina.

O pai pegou a bola nova e ensaiou algumas embaixadas. Conseguiu equilibrar a bola no

peito do pé, como antigamente, e chamou o garoto.

- Filho, olha.

O garoto disse “Legal”, mas não desviou os olhos da tela. O pai segurou a bola com as mãos e a cheirou, tentando recapturar mentalmente o cheiro do couro. A bola cheirava a nada. Talvez um manual de instrução fosse uma boa idéia, pensou. Mas em inglês para a garotada se interessar.

Luis Fernando Veríssimo


quarta-feira, 11 de agosto de 2010

O que falta para a juventude hoje?

· O que falta para a juventude hoje? 'Estado' reuniu oito jovens para debater temas como família, drogas e mercado de trabalho

O Estado de São Paulo, Cidades, Domingo, 7 de setembro de 2003

Oito jovens reunidos durante 90 minutos. Tempo suficiente para perceber a diversidade de opiniões, ideais e projetos de vida. No fim dos anos 60, a juventude erguia a bandeira da liberdade. Hoje, num mundo de idéias políticas e comportamentais mais difusas, as bandeiras podem ser várias, pautadas por temas como educação, emprego, violência e desigualdade social, só para citar alguns. Na semana passada, o Estado promoveu o encontro dessa galera. Galera de tribos diferentes. Tribos de realidades distintas. Em comum, o desejo de mudar.
São jovens com histórias. Isis Lima Soares, de 16 anos, acaba de voltar do Marrocos, onde representou o Brasil numa conferência da juventude sobre desenvolvimento sustentável. Há oito anos, fundou a ONG Cala Boca Já Morreu, para dar voz a crianças e adolescentes. Dois anos mais novo, Paulo Luiz Souto e Silva Filho também já viajou o mundo representando o País. É "atleta" da CyberGames e disputa campeonatos de jogos eletrônicos. Diego Andrade da Silva, de 16, integra o grupo de hip hop Banca dos Loucos. Mora na periferia da zona sul e ajuda a mãe no orçamento com o Bolsa-Escola.
Bruno Ramos da Silva, de 16, é aprendiz na Companhia Metropolitana de Habitação e, nos fins de semana, entrega pizza. Auxilia jovens em situação de risco no Centro de Defesa da Criança e do Adolescente, no Belém.
Camilo Bousquat Árabe, de 14 anos, é engajado em projetos sociais desenvolvidos pela escola e faz parte do Fórum da Criança e do Adolescente do Butantã. Silvana Forsait, de 16, faz parte do movimento juvenil judaico, que desenvolve atividades de lazer e educação para crianças e adolescentes.
Angélica dos Santos, de 14, freqüenta as missas dominicais e participa de um grupo de jovens na Igreja São José Operários. Faz parte do Arrastão - Movimento de Promoção Humana. Aline Mastromauro, de 17, é filiada à União da Juventude Socialista e ao PC do B. Já sonha com uma vida política.

ENGAJAMENTO

· Isis - Falta muita informação para os jovens. Você percebe que eles não sabem de muita coisa, não participam de projetos nem sabem o que está acontecendo. Quando têm acesso, é muito superficial. Se soubessem mais sobre seu País, cidade, bairro em que vivem desde que nasceram, eles se envolveriam muito mais.
· Silvana - Não é que falta acesso à informação. A gente tem jornal, revista, internet e televisão. Só que você tem de saber escolher sua fonte. Agora, ninguém ganha informação sem querer ter informação.
· Bruno - É preciso montar mais projetos, dar mais empregos porque muitos jovens estão querendo trabalhar e, se não conseguem, vão fazer coisa errada, querer ganhar a vida fácil, a chamada vida louca.
· Aline - O que está faltando para a juventude hoje? É começar a perceber a questão de sua americanização hoje. O pessoal só quer saber de Back Street Boys, Spice Girls, não quer entender o que é o Brasil, nem ouvir Gilberto Gil, Caetano Veloso. Aí, ele acaba se perdendo, fugindo da nossa realidade. Temos de parar para pensar o que está errado não só para gente, mas para a juventude.

ESCOLA

· Diego - Quando chego na escola, não me sinto bem porque as cadeiras são todas quebradas. É a maior zona, tem professor que chega e fica conversando com os alunos e não dá matéria. Quando um aluno quer ir embora ele deixa e ainda dá presença. O diretor não tem nem coragem de aparecer.
· Isis - Desde os 8 anos, já passei por quatro escolas. Nenhuma delas conseguiu entender o que eu faço fora da escola, no (projeto) Cala Boca Já Morreu. Se a gente passa 11 anos numa escola e ela não entende que se aprende fora dela, desestimula, cansa, chateia. Lá é obrigado a sentar um atrás do outro, olhando para a nuca da pessoa que está na frente e nunca nos olhos. Não há diálogo.
· Angélica - Na minha, os professores são muito distantes do aluno. Tem vezes que a gente fica lá olhando um para a cara do outro. Não estou sendo preparada para muita coisa.
· Camilo - Se não fosse minha escola, eu não tinha cabeça. Ela me formou desde que tinha 3 anos e não é só matéria. Não é só vestibular. Tem de tudo, tem trabalho de projeto social, esporte, lazer. A escola me ensina a ver melhor as coisas.


MERCADO DE TRABALHO

· Paulo - Se eu for arrumar um trabalho e na hora da entrevista disser que viajei para o exterior para jogar (videogame), aí o cara vai dizer "e...". Então, tenho de parar e pensar que o cara não vai me dar um emprego porque não estudei, só fiquei no jogo. Se não pensar no que vou fazer na universidade, fica difícil arrumar um emprego.
· Silvana - O mercado de trabalho não é imprescindível para o jovem, mas é para o adulto. Concordo que tem de pensar no hoje, mas tem de viver pensando no amanhã. Se não agir assim, vai ser muito difícil conseguir seu emprego.
· Aline - A universidade não deve servir só para o mercado de trabalho, mas para formar cidadão. Como a escola não tem de formar só para o vestibular.
· Isis - Se uma escola só forma para o vestibular, então, caramba, o que a gente está fazendo aqui? Acho que sou mais que um bonequinho que vai produzir para os outros consumirem. Isso talvez explique a falta de amor a uma causa. A gente está sempre se formando para o futuro, para o futuro. Pô, e o agora?
· Diego - Para falar a verdade, nunca pensei nessa coisa de vestibular. Penso na música.


FAMÍLIA

· Bruno - O que mais me deixa alegre ao levantar é ver minha mãe sorrindo e me dar um beijo pra eu ir trabalhar e depois voltar, ver a mesma cara dela e ir pra escola. Só isso pra me deixar feliz mesmo.
· Camilo - Uma das coisas que mais gosto é perceber que tô sentindo saudade, porque sinto que aquilo tem valor pra mim. O jovem sempre tenta negar, dizer que não sente saudade dos pais. Numa viagem, cheguei para os meus amigos e falei: 'Pô, tô com a maior saudade da minha mãe.'

DROGAS

· Paulo - Depende da pessoa. Se um cara chegar oferecendo drogas e a cabeça dele for bagunçada, ele vai querer. Acho que essas paradas de beber antes dos 18 não são uma boa.
· Bruno - Se a pessoa quiser se envolver, ela se envolve. Dou força pra não entrar, mas se não adiantar, não sou eu que vou mudar a cabeça da pessoa.
· Diego - Lá no meu bairro tem moleque que fuma e a gente fica perto. Eles ficam dando idéia: 'Não faz esses negócios aqui que eu sei que o que tô fazendo é errado.' Camilo - Tem muito preconceito entre o jovem. O cara pensa: 'Ali tem maconha, tem bebida, então, não vou.' Acho que não pode ter isso. O cara pode fumar maconha, mas ser um puta de um gente fina, tem muito cara que não fuma e é folgado ou agressivo.

FUTURO

· Bruno - Queria virar presidente, diretor de onde trabalho, a Cohab (Companhia Metropolitana de Habitação). Me formar engenheiro civil e estar no cargo dele.
· Camilo - Sei lá, independentemente de qual for a escolha, pretendo continuar a tentar mudar. É muita desigualdade. Aqui temos três situações: tem gente de escola particular que adora seus colégios e tem de escolas públicas que falam que escola pública não funciona.
· Isis - Não sei dizer o que quero daqui a dez anos, só que em dez anos quero fazer muitas coisas. Queria muito jornalismo ou relações internacionais. Quero ter experiência com governo para mudar as políticas públicas para a juventude.
· Aline - Quero fazer jornalismo e pedagogia. Mas quero mesmo é seguir a carreira política, ser vereadora, depois deputada e por aí...
· Paulo - Fazer engenharia da computação, trabalhar no exterior, ajudar a criar novas tecnologias e ser uma pessoa feliz.
· Silvana - Ser oncologista pediátrica. É impossível uma pessoa fazer a felicidade do mundo, só que ela pode ajudar um pouco, então, quero fazer o que estiver ao meu alcance.
· Angélica - Eu não tenho muita idéia do que vou fazer daqui a dez anos. Gosto de desenhar... mas o que vier, o que for pra ser...
· Diego - Quero estar num show com o meu grupo, com muitas pessoas e que pelo menos uma delas se conscientize do que eu tô falando.


(Adriana Carranca e Eduardo Nunomura)
Fonte:http://www.gtpos.org.br

Encolheram a infância

As crianças trocaram brinquedos por temas do mundo adulto. Sem suporte familiar, pode ser desastroso

Paula Mageste Com reportagem de João Luiz Vieira e Martha Mendonça

A carioca Júlia Távora acorda todos os dias às 6h30 e toma leite com torradas na varanda de sua suíte.. Depois do banho, veste jeans Levi's, camiseta Gap e calça tamancos Melissa. São altos, como 90% de seus sapatos. "Queria ser maior", confessa. Ela arremata a produção com uma borrifada do perfume Polo, de Ralph Lauren, e imensos brincos de argola. Às 7, celular em punho, já está na rua, com disposição para enfrentar uma agenda cheia, que pode terminar num restaurante japonês às 22 horas. Júlia tem 13 anos, mas desde bem pequena mantém essa rotina quase de adulto.
Além dos estudos na Escola Americana, em inglês, ela joga vôlei, participa de um grupo de cheer leaders (meninas que fazem coreografias com pompons coloridos) e tem aulas de jazz. Em casa, na suíte equipada com telefone, laptop de última geração, impressora colorida e CD player, faz a lição de casa, que chama de homework, e conversa com as amigas pelo telefone ou pela internet, usando o programa de comunicação em tempo real ICQ. Trilha sonora: Mariah Carey e Alanis Morrissette. Assiste a seriados como Felicity e Friends, que tratam de relacionamentos de jovens adultos. Sua mãe, a empresária Marisa Vianna, de 41 anos, a chama carinhosamente de "peruinha". Júlia discorda. Acha que é mais madura que outras meninas. "Algumas têm assuntos infantis", critica.
Muitos compromissos também lotam a semana de Maria Paula Marques Macedo, de 7 anos, do Recife. "Tenho agendinha para acompanhar meu dia. TV, só no fim de semana", explica. As duas meninas resumem bem, no contexto da classe média, o que vem ocorrendo com os cidadãos de até 9 anos (20% da população brasileira) e entre 10 e 14 anos (11%). Ser criança não é mais ficar sujo, correr descalço pela rua e fazer travessuras. Esse ideal romântico de infância não cabe num mundo violento e transformado velozmente pela tecnologia. A revolução é irreversível, e suas conseqüências imprevisíveis. Resta aprender a lidar com esse estado de coisas, para que a "nova infância" possa, a seu modo, cumprir o devido papel na formação do indivíduo.
A maioria dos especialistas acredita que está havendo um encurtamento da infância. A adolescência começa mais cedo, com a troca de bonecas e carrinhos por elementos do mundo adulto. "Brincar de boneca é coisa de criança, e eu sou uma pré-adolescente", sentencia a paulistana Maria Paula Oliveira, de 10 anos. A atriz global Cecilia Dassi, de 11, e seu irmão Giordano, de 8, poderiam participar de qualquer roda de conversa. Têm opiniões formadas sobre os ataques terroristas nos Estados Unidos, a renúncia de Jader Barbalho e os discursos do presidente sobre racionamento de energia. "Sou evoluído", diz Giordano. A mãe de Cecilia, Elenara, de 33 anos, conta que a filha não sai de casa sem passar batom, além de ter uma tendência a "psicologizar" as personagens que interpreta, como a Zoé, de A Padroeira.
Do ponto de vista biológico, essa antecipação da adolescência vem ocorrendo progressivamente desde a Revolução Industrial. O pesquisador inglês J. Tanner sistematizou dados obtidos em registros antigos e tirou conclusões sobre o que chamou de aceleração secular do crescimento e da maturação biológica. Por volta de 1830, a idade média da menarca (primeira menstruação) era 17 anos. No começo do século XX, baixou para 14. Hoje, é 12 - as meninas menstruam pela primeira vez nove meses antes que as mães.
Segundo o pediatra e psicoterapeuta de adolescentes Eugenio Chipkevitch, do Instituto Paulista de Adolescência, há várias explicações para essa antecipação da maturação biológica ao longo de dois séculos. As mais expressivas são a melhora na nutrição, com mais proteínas na dieta, o aumento da temperatura média do planeta, os progressos da medicina (vacinas e antibióticos, por exemplo) e a diminuição do trabalho infantil. O conceito de criança, como um ser em formação que necessita de atenção e cuidados especiais, surgiu no início do Renascimento. Na Idade Média, os pequenos eram tratados como estorvos improdutivos. Antes da Revolução Industrial, eram considerados miniadultos e tinham uma série de atribuições.
Nos últimos 50 anos a infância sofreu mudanças que estão mais relacionadas a estímulos psicossociais, resultantes do meio em que se vive. Os impulsionadores da transformação foram a TV, a nova estrutura da família e, a partir da década passada, a popularização das novas mídias. Mais que ter acesso a todo tipo de informação, as crianças estão indiscriminadamente expostas a elas. Professor do Departamento de Cultura e Comunicação da Universidade de Nova York e autor de O Desaparecimento da Infância, Neil Postman acredita que caíram as fronteiras entre crianças e adultos. Os maiores sintomas são a erotização precoce e o aumento da participação de menores nos índices de criminalidade. "O período da meninice, entre os 7 e os 10 anos, está em extinção", diz.
É preocupante. É nessa etapa da vida que a criança desenvolve conhecimentos e valores, aprende a se relacionar e a perceber os próprios sentimentos. Entende o limite entre o público e o privado. Para isso, precisa de carinho, de brincadeira e de ócio. Brincar no computador vale, desde que seja apenas uma entre várias possibilidades. Até os 6 anos, é fundamental estimular atividades que envolvam o corpo. Mas o último relatório do MEC sobre a educação infantil no Brasil mostra que as escolinhas têm mais livros que brinquedos.
O encurtamento da infância não é só uma questão de tempo, mas de temática. As crianças fazem muito as mesmas e poucas coisas. "Estão vivendo o mundo do adulto, direcionadas para o consumo e para o computador", afirma a psicóloga Rosely Sayão, diretora da revista Crescer. "Isso deixa pouco tempo para que elas se expressem, exponham suas angústias por meio de uma brincadeira ou consigam elaborar suas experiências", alerta.
O mundo infantil, por sinal, ficou confinado a espaços fechados como o shopping, as casas de diversões eletrônicas e o próprio quarto. Nele, as crianças recebem amigos, passam horas entre games e internet, fazem as tarefas. Os decoradores tiveram de criar projetos mais afinados com essa realidade. Ursinhos, babadinhos e lacinhos são exclusividade dos bebês. A designer Carolina Szabó conta que as crianças querem tudo funcional: bancada de trabalho, nichos para computador, som e TV, cama extra para hóspede. Opinam. Sabem o que querem. Se os pais hesitam, decidem sozinhas.
Elas influenciam os pais ou consomem diretamente R$ 50 bilhões por ano. Somente na indústria de brinquedos, são R$ 900 milhões. Esse mercado cresceu 8% em 2000, porque soube enxergar a nova criança e oferecer-lhe brinquedos mais interativos. As meninas largam a boneca mais cedo. "Depois dos 9, só se for escondido", afirma o presidente da Associação Brasileira dos Fabricantes de Brinquedos (Abrinq), Sinésio Batista da Costa. "Competimos com roupas, sapatos e cosméticos." A boneca tem de ser glamourosa como uma top model e trocar de roupas várias vezes. Neste ano, serão confeccionados 250 milhões de vestidinhos de boneca, contra 80 milhões de peças em 1996. Dá 1,5 vestido por habitante.
O mercado editorial pegou carona no impulso consumista das crianças, proporcional ao dos adultos de hoje. O editor Paulo Rocco trouxe para o Brasil Harry Potter, um dos maiores sucessos editoriais do mundo. Os três volumes da série venderam mais de 800 mil exemplares no Brasil. São tijolaços de mais de 300 páginas, sem nenhuma ilustração, surpreendentemente devorados por leitores de 8 anos. Harry Potter à parte, Rocco informa que o conjunto da literatura infantil cresceu entre 30% e 40% nos dois últimos anos. De cada 150 títulos que lança, 32 são para esse público. A coleção de maior sucesso na editora é a Rua do Medo. "Os leitores de até 12 anos querem suspense, terror e aventura", diz Ana Martins, coordenadora editorial da divisão Rocco Jovens Leitores. "As crianças estão menos ingênuas e os contos de fadas não interessam tanto. O vilão faz mais sucesso que o mocinho."  (...)
Sinal dos tempos. O encurtamento da infância apresenta à criança temas para os quais ela talvez ainda não esteja preparada. E não se trata apenas da TV. A própria escola está antecipando experiências. Crianças começam a ser "sensibilizadas" para a alfabetização aos 3 anos. Muitas precisam fazer "vestibulinho" para concorrer a uma vaga numa boa escola, como Visconde de Porto Seguro ou Santa Cruz, em São Paulo, e o Santo Inácio, no Rio de Janeiro. Competição e preocupação com desempenho não deveriam fazer parte do universo infantil. Mas fazem e são estressantes, conforme pondera a diretora pedagógica do Porto Seguro, Sonia Bittencourt. "Temos mais interessados que vagas, e o teste é a forma de resolver isso", justifica. "Tentamos tornar a experiência menos traumática, trabalhando com os pais para que não passem sua ansiedade aos filhos."
O papel da escola ganha importância sem parar. As crianças começam os estudos cada vez mais cedo, fazem ali boa parte de suas amizades e ali esperam encontrar as respostas que faltam em casa. Passam pouco tempo com os pais e nem sempre a comunicação com eles flui. "A escola deve ampliar o repertório da criança, apresentar novidades, impor limites", assinala Sonia. O Porto Seguro oferece educação sexual a partir da 4a série e promove encenação de peças de teatro e concertos de música clássica. "Ninguém nasce odiando Beethoven e adorando as letras imorais do É o Tchan", reforça.
Percebida na cópia do jeito adulto de se vestir, nas danças sensuais e num desejo descabido de autonomia, a erotização precoce é o sintoma mais gritante de um fenômeno que vem sendo estudado pela psicóloga Maria Aznar, com doutorado em andamento na Universidade de Valência, na Espanha. Segundo ela, comportamentos adolescentes, principalmente em meninas, estão ocorrendo antes mesmo do início da puberdade, que é quando a criança apresenta os primeiros sinais de maturidade física. Isso pode levar a mau desempenho na escola, dificuldade nos relacionamentos, uso de drogas e gravidez precoce. A psicóloga Rosely Sayão concorda com a colega. "Pular etapas tem um custo. Os buracos na formação aparecem depois."
Os descontroles talvez tenham uma explicação mais simples do que se supõe: mude o mundo quanto mudar, ser pai ou mãe vai continuar significando educar. "Muitos desajustes vêm da permissividade dos pais, que têm culpa por ser tão ausentes", afirma a psicopedagoga Marilda Ribeiro, da PUC de São Paulo. "Eles não querem desgastar o pouco tempo que passam com os filhos dizendo não", acrescenta Rosely Sayão. Mas isso deforma. "Os pais têm de ser ativos e exercer uma influência tão forte sobre a criança quanto todas as outras que ela inevitavelmente receberá", reforça Marilda.
É o que tenta fazer Cibele Costa, de 37 anos, mãe de Ulisses, de 5, e André, de 12. "Não posso impedir que eles vivam, mas meu papel é avaliar riscos, não deixar que se exponham a situações para as quais não estão preparados", pondera. "Permito que eles tomem decisões com base no leque de opções que eu ofereço." Cibele proíbe determinados programas, não superagenda os meninos e faz questão que eles sintam que a casa da família é um espaço que pertence também a eles. E, claro, prepara-se para situações cada vez mais comuns hoje em dia. "Há dois anos, André perguntou o que era sexo oral no meio do almoço", lembra. "Tive de conter a surpresa e explicar."
Quando os pais não desempenham essa função de filtro entre o mundo e os filhos, os problemas aparecem. Os consultórios estão cheios de crianças com males de adultos, como enxaqueca, obesidade, ansiedade e estresse. Mas também há casos em que a família está atenta. Natália Assumpção mal completou 10 anos e já desconcerta todo mundo. O pai, Eduardo Assumpção, acha que ela tem inteligência emocional. A mãe, Vera Afonso, tenta ajudá-la a se relacionar melhor, pois acredita que ela intimida crianças da mesma idade e também os adultos. Seus comentários embutem uma ironia fina. Uma vez, ouviu uma amiga dos pais comentar que tinha conseguido fazer as crianças tirar uma soneca à tarde. Não perdoou: "Engraçado que a hora mais feliz para os pais seja quando os filhos dormem".
No Colégio São José, na Tijuca, no Rio, suas redações são famosas. Numa delas, reescreveu a saga de Cinderela, incorporando elementos como uma lava-louças, um concurso na TV e uma moto Kawasaki Ninja para levar a moça ao baile. A história, segundo Natália, terminou assim: "O sapato caiu no meu pé como uma luva. Então, eu e o príncipe não nos casamos e fomos felizes para sempre". É, as crianças mudaram.


Fonte: Eugenio Chipkevitch, diretor do IPA


O que você achou dessa reportagem? Concorda com as opiniões dos especialistas? Deixe sua opinião, vamos discutir juntos sobre o assunto.
Um abraço,

Profª Francisca






Juventude e maturidade

O relacionamento dos pais com os filhos adolescentes não tem sido fácil. Além da fase complexa pela qual os jovens passam e que os leva a agir de modo diferente do que seus pais estavam acostumados -e que deixa os adultos um pouco perplexos e sem ação-, a situação está ainda mais difícil por causa de nossa cultura em relação à juventude.
Ser jovem deixou de ser uma etapa da vida para se transformar em um estilo de viver. Isso significa que, quando a criança entra na adolescência, ela passa a se relacionar com adultos iguais a ela, ou seja, tão jovens quanto ela. Na questão educativa, esse é um fato complicador. A adolescência é o tempo de amadurecer, mas, se os pais não ajudarem o filho a entrar na maturidade, ele continuará a agir de modo infantilizado.
Todos conhecem jovens que estudam e... só. No restante do tempo da vida, eles consomem, frequentam festas, namoram e desfrutam da sexualidade, jogam, ficam na internet. Em resumo: eles estudam sob uma enorme pressão de êxito não apenas por parte da família como de toda a sociedade e permanecem prisioneiros de seus caprichos impulsivos.
Para muitos, esse é o momento de buscar desafios para evitar o tédio que se instala nesse tipo de vida. Alguns encontram as drogas, outros desafiam a morte por meio de, por exemplo, esportes radicais, outros se dedicam exaustivamente ao culto do corpo perfeito e muitos outros ficam doentes.O índice de suicídio entre jovens tem crescido no mundo todo, inclusive no Brasil. Aqui, tem aumentado a taxa que envolve a população entre 15 e 29 anos de idade.
Isso significa que eles precisam muito dos pais nesse momento da vida. E o que seus pais podem fazer?
Em primeiro lugar, podem bancar o lugar de adultos perante o filho adolescente, não esmorecer nem tampouco desistir, por mais árdua que a tarefa educativa pareça.É preciso lembrar que pode ser difícil, mas impossível não é, como tenho ouvido muitos pais declararem.
O filho precisa da ajuda dos pais, por exemplo, para aprender a retardar e mesmo suspender o prazer que busca, para saber dividir seu tempo entre várias atividades e obrigações, para se abrir para as outras pessoas e buscar modos de viver bem com elas. Precisa de auxílio também para colaborar com o grupo familiar e para dar conta de várias outras responsabilidades consigo mesmo e com os outros, para desenvolver virtudes e para, sempre que conjugar o verbo "querer", aliar a ele outros dois: o "dever" e o "poder".
Para tanto, os pais precisam aprender a ceder algumas vezes e a ouvir o que seu filho diz -seja por meio de palavras, seja por atitudes. Ouvir não significa atender, mas considerar a dialogar e a negociar. E essa talvez seja a palavra chave do relacionamento entre pais e filhos dessa faixa etária.
Negociar conflitos e demandas com o filho é uma maneira de os pais o ajudarem a perceber que ele pertence a um grupo que segue alguns valores e princípios que são inegociáveis, mas que, ao mesmo tempo, reconhecem o crescimento do filho e, por isso, valorizam sua busca de autonomia. Mas essa negociação deve priorizar a exigência do desenvolvimento de sua maturidade.
A responsabilidade dos pais é grande nesse momento da vida do filho e não apenas com a família e com ele próprio. Afinal, são esses jovens adolescentes que serão os responsáveis por nosso futuro bem próximo.

Artigo escrito por Rosely Sayão e publicado em seu blog:http://blogdaroselysayao.blog.uol.com.br/

terça-feira, 10 de agosto de 2010

SUGESTÕES DE ATIVIDADES

AGOSTO É MÊS DO FOLCLORE

Para resgatar as histórias que o povo conta, convide seus alunos para participarem de algumas atividades que contribuirão para o desenvolvimento da linguagem oral e da linguagem escrita. Sinta-se à vontade para aplicá-las em sala de aula, mas não deixe de enviar-me o seu comentário.

PLURALIDADE CULTURAL

ATIVIDADE DE PESQUISA E PRODUÇÃO DE TEXTOS PARA MONTAGEM DE UM LIVRO DE HISTÓRIAS FOLCLÓRICAS

1ª Parte:

1- Converse com seus avós, tios, pais ou até vizinhos, de preferência, idosos e veja se eles têm uma história do arco-da-velha para lhe contar. Para apresentar essa(s) história(s) para a turma, você poderá gravar ou filmar a pessoa lhe contando a história. Caso não tenha recurso para gravar ou filmar, faça anotações e reconte-a para a turma.
Transcreva uma das histórias ouvidas, gravadas ou filmadas por você. Faça a revisão do texto, digite-o e não se esqueça de digitar também o nome do contador, sua idade e o nome da cidade ou estado de onde a história tem origem. Ilustre a história.

2- Pesquise sobre o autor Antonio Henrique Weitzel (sua biografia e obras).
Leia o causo O defunto vivo e escreva uma nova versão para essa história. Em sua re-escrita mude o narrador que poderá ser qualquer um dos caronas. Não se esqueça do ditado popular: Quem conta um conto aumenta um ponto. Ou seja, você poderá fazer alterações no enredo do causo, portanto, poderá deixá-lo trágico ou cômico. (Atividade de produção será feita na sala de aula).


3- Você já ouviu histórias de pescador. Procure conversar com uma pessoa que gosta de pescar e peça-lhe que conte a você alguma aventura ocorrida numa pescaria. Para apresentar essa(s) história(s) para a turma, você poderá gravar ou filmar a pessoa lhe contando a história.


4- Você conhece alguma pessoa idosa que tenha nascido e morado na roça? Peça-lhe que lhe conte uma história de assombração da região onde morou. Para apresentar essa(s) história(s) para a turma, você poderá gravar ou filmar a pessoa lhe contando a história. Caso não tenha recurso para gravar ou filmar, faça anotações e reconte-a para a turma.

Transcreva uma das histórias ouvidas, gravadas ou filmadas por você. Faça a revisão do texto, digite-o e não se esqueça de digitar também o nome do contador, sua idade e o nome da cidade ou estado de onde a história tem origem. Ilustre a história.

sábado, 7 de agosto de 2010

Métodos Contraceptivos

Métodos Contraceptivos


ATENÇÃO: NENHUM MÉTODO CONTRACEPTIVO É 100% EFICAZ

Existem vários métodos contraceptivos disponíveis.
Junto com seu médico, você poderá escolher aquele que melhor se adapte ao seu corpo e as suas necessidades.
Para os garotos existe somente a camisinha, porém ela é extremamente importante, pois atualmente é o único método disponível também para a prevenção das doenças sexualmente transmissíveis e, portanto, deverá ser usada em toda relação sexual.
As garotas têm uma variedade maior de opções.

Métodos naturais

Os métodos naturais, como a Tabelinha, o Método do Muco Cervical, a Temperatura Basal e o Método Sintotérmico, são aqueles que se baseiam na identificação do período fértil, onde o casal deverá evitar ter relações sexuais.
A Tabelinha consiste em identificar os dias férteis da mulher, onde existe maior risco de gravidez e então o casal evita ter relações sexuais neste período.
No Método do Muco Cervical, a mulher identifica a saída de muco claro, transparente e elástico pela vagina, o que indica que ela está fértil, neste caso, o casal evita relações sexuais enquanto houver presença de muco com estas características.
A temperatura basal está baseada na elevação da temperatura da mulher, após a ovulação, o casal que utiliza este método evita as relações sexuais desde o primeiro dia da menstruação até 3 dias após a elevação da temperatura basal.
O sintotérmico nada mais é do que a associação de informações da tabelinha com a identificação do muco cervical e a confirmação da elevação da temperatura basal dando para o casal a informação de que a mulher está fértil e então as relações devem ser evitadas se o objetivo é prevenir a gravidez.
Importante lembrar que na adolescência, em virtude dos ciclos menstruais serem irregulares, a eficácia destes métodos pode ser comprometida, além das relações sexuais serem esporádicas e não programadas, o que pode dificultar a negociação e utilização destes métodos com o parceiro.
O coito interrompido é uma antiga prática que consiste na retirada do pênis da vagina antes da ejaculação, porém, é importante lembrar que já existem espermatozóides no líquido pré-ejaculatório, o que compromete a eficácia desta prática.

Métodos de barreira

A Camisinha é um revestimento de látex fino que envolve o pênis durante a relação sexual, retendo o esperma quando ocorre a ejaculação.
É o único método que oferece dupla proteção, pois além de prevenir a gravidez, protege contra as doenças sexualmente transmissíveis, inclusive a AIDS.
Deve ser colocada no pênis ereto antes de qualquer contato com a vagina e retirada logo após a ejaculação. Deve ser utilizada em todas as relações sexuais, inclusive se a mulher estiver utilizando outros métodos contraceptivos.
A Camisinha Feminina é uma bolsa de plástico fino e macio que é colocada dentro da vagina antes, e retirada após cada relação sexual. Atua como barreira impedindo que os espermatozóides entrem no útero.
Deve ser colocada antes de qualquer contato do pênis com a vagina, podendo ser colocada algumas horas antes, e retirada logo após a relação sexual ou algum tempo depois, tomando-se o cuidado para que o esperma não escorra.
Permite que a mulher também possa se prevenir das doenças sexualmente transmissíveis sem depender de seu parceiro, e seu uso não deve ser associado à camisinha masculina.
Os Espermaticidas são produtos químicos capazes de matar ou desativar os espermatozóides. Apresentam-se sob a forma de cremes, geleia, espumas ou óvulos que devem ser colocados na vagina imediatamente antes da relação sexual.
Devem ser utilizados em associação com a camisinha ou com o diafragma.
O Diafragma é uma capa de látex em forma de calota com bordas flexíveis que é inserido na vagina antes da relação sexual, evitando que os espermatozóides tenham acesso ao útero.
Pode ser colocada algumas horas antes da relação, devendo ser retirada, no mínimo, após 6 horas da relação e não deve ser deixado na vagina por mais de 24 horas. Somente o médico pode determinar o tamanho exato do diafragma a ser utilizado pela mulher.

Métodos hormonais
A pílula anticoncepcional é considerada o método mais eficaz que existe, desde que utilizada corretamente.
É composta de hormônios sintéticos semelhantes aos produzidos pelos ovários e quando administrada corretamente, inibe a ovulação.
Deverá ser prescrita pelo médico e, para tanto, se faz necessária a visita ao ginecologista. Atualmente, as pílulas têm sido uma boa opção para as adolescentes pois, com o avanço nas pesquisas, sua composição evoluiu e as doses de hormônio foram extremamente reduzidas, oferecendo para a usuária uma contracepção eficaz, associada a maior conforto e bem-estar.
Além disso, a pílula oferece outros benefícios, tais como: diminuição do risco de desenvolver alguns tipos de câncer ginecológico (ovário e endométrio), normalização do ciclo menstrual, diminuição das cólicas menstruais e proteção contra doença inflamatória pélvica.
A pílula deve ser tomada diariamente, de preferência no mesmo horário, começando a primeira cartela no primeiro dia de menstruação (1° dia do ciclo). Ao final da cartela, deve-se fazer um intervalo de 7 dias, recomeçando uma nova cartela no 8° dia após a parada da cartela anterior.
Existem cartelas de pílula com quantidades de drágeas diferentes, por exemplo, as de 24 drágeas, e, portanto você sempre deverá observar corretamente a forma de tomada de sua pílula, bem como o intervalo que deve ser feito entre o término de uma cartela e o início da outra.
O injetável mensal de baixa dose, assim como a pílula, é um método eficaz, sendo também composto de hormônios que inibem a ovulação. Pela combinação dos hormônios utilizados, o anticoncepcional injetável mensal tem ação prolongada, permitindo assim que seja aplicado somente uma vez por mês, evitando os riscos de esquecimento e trazendo maior comodidade para as mulheres.
A primeira injeção deve ser aplicada no 1° dia da menstruação (1° dia do ciclo) e as injeções seguintes a cada 30 dias.
Existem outros tipos de injetáveis, com esquemas de aplicação diferente, cuja dose é aplicada sempre entre o 7º e o 8º dia da menstruação, ou ainda os injetáveis trimestrais aplicados a cada 90 dias entre uma injeção e outra. É importante ficar atenta ao tipo de injeção utilizada e sua forma correta de aplicação.
Representam uma opção a mais em termos de anticoncepção para adolescentes, portanto, converse com seu médico.

Sistema Intrauterino
O Sistema Intrauterino é uma pequena estrutura de polietileno ( um tipo de plástico), em forma de "T" que apresenta em seu corpo vertical, um cilindro contendo o levonorgestrel (um hormônio sintético similar ao produzido pelos ovários).
O sistema intrauterino é inserido pelo médico dentro do útero, onde libera pequenas quantidades de hormônio por um período de até 5 anos. É um método inovador, de longa duração, reversível e muito eficaz. É especialmente indicado para mulheres com filhos que não desejam nova gravidez a longo prazo.
Além disso, o sistema intrauterino torna o sangramento menstrual menos intenso, mais curto e menos doloroso, e em alguns casos, até ausente. É uma das alternativas à laqueadura.

Implantes

São pequenos bastões, contendo hormônio, colocados sob a pele do braço, que liberam esta substância durante um período de 3 a 5 anos.
Outros métodos hormonais
As pílulas vaginais são colocadas na vagina diariamente por 21 dias, seguidas de 1 semana de intervalo. O anel vaginal é colocado na vagina por 21 dias, seguido de 1 semana de intervalo para a colocação de próximo anel. O adesivo transdérmico é colocado sobre a pele e trocado semanalmente, por 3 semanas, seguidas de 1 semana de intervalo. Todos estes métodos previnem a gravidez, agindo de maneira semelhante à das pílulas contraceptivas.

DIU
O DIU é um pequeno objeto de plástico recoberto com cobre, normalmente em forma da letra T. Colocado dentro do útero pelo médico, sua principal ação é a de reduzir a vitalidade dos espermatozóides, dificultando a possibilidade de ocorrer uma fecundação (encontro do óvulo com o espermatozóide).
O DIU é muito eficaz e não causa tantos problemas assim como pensa uma parte da população. É um método bastante seguro, mas nem toda mulher está em condições de usá-lo, e que requer um acompanhamento médico rigoroso.
Como acontece também com outros métodos, somente o médico está apto para indicar o DIU e colocá-lo de forma correta, oferecendo todas as informações necessárias para seu uso. O DIU, porém, nem sempre é colocado em mulheres que não tiveram filhos.

Métodos cirúrgicos
Também chamados de métodos permanentes ou definitivos, são procedimentos cirúrgicos de caráter voluntário.
Para as mulheres esta cirurgia é chamada de Laqueadura ou Ligadura Tubária (ou das tubas uterinas, anteriormente chamadas de trompas), que consiste em cortar as tubas uterinas, interrompendo a passagem do óvulo e impedindo seu encontro com os espermatozóides.
Para os homens a cirurgia é chamada de Vasectomia, e consiste em cortar os canais deferentes, evitando que os espermatozóides saiam na ejaculação. Pelo seu caráter definitivo, deve ser uma decisão muito bem pensada e baseada em comum acordo entre os parceiros, pois a possibilidade de uma reversão cirúrgica é um procedimento caro e nem sempre com garantia de sucesso.
A legislação regulamenta estas cirurgias estabelecendo como idade mínima para o procedimento, 25 anos ou 2 filhos vivos.



Anticoncepção de emergência
Também conhecida popularmente por "pílula do dia seguinte", é uma metodologia anticoncepcional alternativa de caráter excepcional, cuja utilização deve ser resguardada a situações especiais, mediante prescrição médica em situações em que ocorrer relação desprotegida, falha do método utilizado ou ainda em casos de estupro. Atua inibindo a ovulação, o transporte dos espermatozóides ou a fecundação do óvulo, devendo ser iniciada o mais rápido possível após a ocorrência da relação e até 72 horas de ocorrida a relação suspeita de falha.



Considerações finais
É importante considerar que não existe um método ideal para todas as pessoas, e sim um método adequado para cada pessoa. Não existem métodos adequados e não adequados para adolescentes, e sim métodos que por suas características específicas, podem ser escolhidos por qualquer adolescente, de acordo com suas características, condições e opções pessoais.
A decisão de usar um método deve ser livre e baseada em informações corretas e atualizadas.
Atualmente, o que se tem recomendado pela comunidade médica, é o uso combinado de métodos ou a dupla proteção, ou seja, um método anticoncepcional seguro para prevenir a gravidez, associado à camisinha para a prevenção de doenças sexualmente transmissíveis e AIDS.

Para você pensar
Avalie a importância do uso de métodos contraceptivos! Lembre-se de levar em consideração:
- Por que não deve fazer uso de automedicação (usar remédios sem orientação médica)?
- Por que usar um método contraceptivo?
Estar pronto para viver sua primeira vez, e sentir isso, é sinal de maturidade e respeito por si mesmo. Saibam que vocês não estão sozinhos e, se quiserem, sempre encontrarão alguém para lhes ajudar. Os métodos anticoncepcionais oferecem aos adolescentes a possibilidade de vivenciar sua sexualidade e de decidir o momento de sua vida em que os filhos virão, como fruto de "uma escolha, não por acaso".

Bibliografia:
Sociedade Brasileira de Reprodução Humana. Contracepção - Promoção da Saúde Sexual e Reprodutiva. Rio de Janeiro. Editora Revinter; 2.000
Critérios de Elegibilidade Médica para Uso de Contraceptivos - Organização Mundial de Saúde - 1996.
Contraceptive Technology Update Series - Family Health International - 1997.
Baleeiro, M.C. Siqueira, M.J. Cavalcanti, R.C. Souza, V. Sexualidade do Adolescente - Funadamentos para uma ação educativa. Bahia. Fundação Odebrecht 1999.

Fonte: Equipe Programa Ato - Bayer Schering Pharma

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